Quarta-feira, 19 de Março de 2008
Folha assina press-release do Itamarati.
Coturno Noturno
De Eliane Catanhêde, que viajou no jatinho da FAB junto com Celso Amorim, para cobrir a reunião da OEA, hoje, na Folha, onde só assina a matéria com as iniciais EC.
"O chanceler brasileiro, Celso Amorim, que tinha marcado voltar ao Brasil no mesmo dia, teve de adiar o vôo e por fim foi obrigado a pernoitar na capital norte-americana.Já passavam das 22h30, quando ele interveio: "Não podemos sair daqui sem nada". Propôs uma alternativa: ou os dois países chegavam a um acordo sobre a resolução final, ou acionavam o "Plano B": adiavam tudo e limitavam os resultados a três itens secos.Seriam: 1) acatar o relatório da comissão da OEA sobre o bombardeio; 2) ratificar o acordo do Grupo do Rio; 3) criar instância da OEA para estabelecer formas e níveis de diálogo e de convivência entre Colômbia e Equador. Ou seja: empurrar com a barriga.Sua intervenção foi considerada decisiva e teve apoio dos EUA, da Argentina, da Venezuela e de todo o Caribe. Como resumir tudo aos três itens deixaria o fracasso mais evidente, Colômbia e Equador aceitaram retomar as discussões e fechar uma resolução. Formaram comissão em separado, em outra sala, e enfim aprovaram o texto.Àquela altura, já estava definido o verbo a ser usado sobre o bombardeio colombiano. O Equador queria "condenar", o rascunho da OEA previa "declarar [a ação] uma clara violação da Carta da OEA" e, no final, saiu "rechaçar".O Equador foi considerado o grande vitorioso, porque conseguiu pela terceira vez um pedido de desculpas da Colômbia, tida como a perdedora". (EC)
Na matéria, a jornalista diz que a presença da Imprensa foi permitida apenas durante três ocasiões, por dez minutos. No entanto, a jornalista considerou tempo necessário para, com a sua vasta experiência internacional, afirmar que a Colômbia foi a "perdedora", porque repetiu pela terceira vez o mesmíssimo pedido de desculpas. E que Celso Amorim foi "decisivo". Cá entre nós, decisivo foi o jatinho.
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