Sexta-feira, Abril 04, 2008
Alerta Total
A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça julga hoje, a partir das 11 horas, o processo de 20 jornalistas perseguidos politicamente entre 1946 e 1988.
O local escolhido para o julgamento é a sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio.
As análises dos processos estão dentro do projeto Caravanas da Anistia, lançado pela comissão este ano.
Quem receber a denominação de anistiado político terá direito a indenização em prestações mensais.
Grande festa
O ministro da Justiça, Tarso Genro, vai estar presente ao evento.
Entre os beneficiados estão os cartunistas Ziraldo e Jaguar e os jornalistas Sinval de Itacarambi Leão, diretor da "Revista Imprensa", e Ricardo Moraes Monteiro, chefe da assessoria de imprensa do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Na quarta-feira, foi aprovada a anistia para 15 jornalistas, incluindo David Capistrano, que participou do levante comunista em 1935 e foi expulso das Forças Armadas. Ele se elegeu deputado estadual em Pernambuco, em 1947, e foi correspondente internacional. Para ele, foi aprovado o pagamento de uma prestação de R$ 3,4 mil mensais.
Serão julgados hoje os casos de: Joana D´Arc Bizzotto Lopes, George de Barros Cabral, Ari Candido Fernandes, Maria Regina Pedrosa de Senna Figueiredo, Orlando Maretti Sobrinho, Maria José Rios Peixoto da Silveira Lindoso, Félix Augusto de Athayde, Amaro Alexandrino da Rocha, Pery de Araújo Cotta, Josail Gabriel de Sales, Reynaldo Jardim Silveira, Carlos Guilherme De Mendonça Penafiel, Octávio Malta, Nilson Nobre de Almeida, Jorge Saldanha de Araújo e Maria Ignes da Costa Duque Estrada Bastos.
Ziraldo contra a festa
Ziraldo reclamou que não haveria necessidade desse "aspecto comemorativo".
Mas avisou que, ainda assim, irá à sessão:
“Não perdi emprego nem salário. Fui à luta a vida toda. Fecharam um tanto de publicações que trabalhei. Nunca consegui ganhar dinheiro com o "Pasquim". Depois, fiz a "Bundas", e não consegui um anúncio sequer. Fui preso três vezes. Nunca botei advogado nesse negócio da anistia, mas tenho direito a esse dinheiro. E lá vou eu. Mas não acho que precisava desse ato. Acho a soma enorme”
Novo cálculo
A Comissão de Anistia passou a adotar novo sistema de cálculo da indenização.
No caso dos jornalistas, prevalecia a informação prestada pelo veículo de comunicação onde ele trabalhou.
O jornalista alegava que, se não tivesse a carreira interrompida, poderia ter chegado a postos de comando e pedia valores exorbitantes.
Essas declarações não serão mais aceitas, e a comissão, agora, considera o que o mercado paga hoje.
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