quarta-feira, 2 de abril de 2008

"Este"é o diabo que o carregue.

Terça-feira, 1 de Abril de 2008

"Este"é o diabo que o carregue.

Coturno Noturno

Talvez alguém já tenha feito um estudo a respeito, sobre os motivos pelos quais Lula, ao falar do Brasil, jamais usa o "nosso", preferindo usar "este", "neste", deste", manifestando uma espécie de nojo, asco e aversão por esta coisa imperfeita que é a nossa pátria. Nunca na história "deste"país, em vez de nunca na história do "nosso" país.

Hoje, saiu com mais três frases:

- "é um tipo de gente que trabalha que as coisas não podem acontecer de bem neste país"

- "acho que muita gente não tem noção do que o PAC representa para este país"

- "está acontecendo uma revolução que muita gente não percebeu neste país".

Penso que, ao substituir intencionalmente o "nosso", Lula foge de dividir e compartilhar os erros do passado, quando o seu partido corrupto e radical impediu dezenas de mudanças. Quando ele liderava uma verdadeira guerra sem quartel contra tudo e contra todos, com o objetivo de inviabilizar o país, abrindo espaço para o discurso que o levou ao poder. Quando os seus asseclas babavam pelas ruas contra os banqueiros que hoje enriquecem, os empresários que hoje se locupletam com subsídios, as elites que hoje ganham como nunca explorando os pobres em dezenas de prestações.

Usando o "este", Lula vira as costas para o "nosso" país, tão problemático e tão complexo, tornando-o uma responsabilidade de todos os que governaram antes dele, eximindo-se da sua responsabilidade histórica, posando como o salvador da pátria.

Que presidente da república é "este", que se nega sistematicamente a chamar o país que dirige de "nosso"? "Este" é um presidente capaz de tudo. É o que assistimos todos os dias.

Coronel

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