domingo, 6 de abril de 2008

Farra do crédito: Consumidores usam cada vez mais o empréstimo consignado para cobrir dívidas anteriores

Sábado, Abril 05, 2008

Farra do crédito: Consumidores usam cada vez mais o empréstimo consignado para cobrir dívidas anteriores

Edição de Sábado do Alerta Total http://alertatotal.blogspot.com

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Por Jorge Serrão

Trocar uma dívida por outra (às vezes até pagando mais juros). Eis o modelo bem sucedido usado pelos brasileiros (cada vez mais cheios de dívidas) para cobrir inadimplências ou para pagar contas há muito atrasadas. Uma pesquisa da Associação Comercial de São Paulo, realizada em março, constatou que os endividados paulistanos apelam para o empréstimo consignado (com desconto em folha de pagamento e com risco zero para os bancos) a fim de quitar débitos anteriores e fora de controle.

A pesquisa revelou que a maior preocupação dos consumidores na era do crédito fácil é manter o nome “limpo” e fora dos cadastros de devedores para ter direito a cada vez mais crédito fácil. Do universo pesquisado, 55% usaram o empréstimo consignado para pagar contas em atraso. Outros 16% gastaram o extra para comprar produtos, 10% para ajudar a família, 15% para reformar o imóvel e 4% para outros fins.

A maioria dos inadimplentes é do sexo masculino, que corresponde a 55% dos entrevistados. Eles têm renda entre R$ 761 e R$ 2 mil e ficaram inadimplentes por causa do desemprego pessoal ou de alguém da família (56%). Outros 13% tiveram problemas por conta de descontrole dos gastos e mais 13% por terem sido fiador, avalista ou emprestado o nome para outra pessoa pegar dinheiro emprestado e consumir, mesmo não tendo renda para isto.

A farra do crédito fácil, que proporciona lucros recordes para bancos e financeiras, é o falso pilar em que se sustenta a política de pífio crescimento econômico e de aumento arriscado do poder de consumo da Era Lula. Enquanto a bolha não estourar, os brasileiros endividados continuarão emprestando popularidade ao chefão. Mas todo crédito político acaba toda vez que uma crise econômica aparece.

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