terça-feira, 27 de outubro de 2009

Complô comunista latente contra a Colômbia

Cel. Luis Alberto Villamarín Pulido | 26 Outubro 2009
Notícias Faltantes - Foro de São Paulo

O crucial do assunto é que os esquerdistas do mundo se unem para depor as democracias e para tirar do caminho todos os que se opõem a seus desígnios totalitários, enquanto que, como analisou insistentemente Jean François Revel, os democratas legítimos, os defensores da liberdade individual e da riqueza a serviço do homem, posam de indiferentes ante o destino de suas sociedades porque crêem que a institucionalidade e as boas maneiras resolvem tudo.

Basta examinar os últimos acontecimentos relacionados com o complexo conflito que assedia a Colômbia, a agitação internacional dos esbirros de Fidel Castro no continente e as palhaçadas dos que pretendem depor a institucionalidade na Colômbia, para concluir que o descoberto nos computadores de Raúl Reyes continua vivinho e ainda não acabou, sem que a população colombiana reaja com a dignidade e a altura que demandam sua sorte e seu destino.

A transfugada e aberta intervenção ameaçadora de Lula e Chávez para que Zelaya regressasse a Honduras, corroboram que o plano geopolítico e geoestratégico brasileiro, orientado a potencializar o Brasil como o contrapeso dos Estados Unidos no continente, terminou sujeito à medíocre idéia escravagista da ditadura cubana.

Entretanto, muitos cegos daqui e de lá, não querem ver porque continuam convencidos de que Lula é um grande líder. Não intuem que as fanfarronadas de Lula pedindo explicações a Uribe pela presença de militares gringos nas bases colombianas, não são mais que os componentes de uma cortina de fumaça para distrair a atenção do desnecessário armamentismo do Brasil e da Venezuela, e uma forma a mais de buscar e promover o reconhecimento político de seus comparsas das FARC.

A punhalada lancinante de Correa nas conversações para reiniciar relações diplomáticas com a Colômbia, materializada na estulta e politizada ordem de captura contra os que dirigiram a operação para dar baixa a um terrorista, tem como objetivo desviar a atenção e evitar que a justiça equatoriana, a colombiana e a internacional julguem a ele, por ser o que é: um filho de narcotraficante com iguais ou piores manhas, um delinqüente de colarinho branco e uma vergonha para o povo equatoriano.

As compras de armamento da Venezuela para levar ao auge o sonho de Fidel Castro de ver a Colômbia nas garras do comunismo e seu peão Hugo Chávez à cabeça de uma revolução comunista na América Latina, são graves, muito graves. Todavia, o tropicalismo colombiano e a incidência dos pacifistas, dos anti-militaristas e dos que nem sequer hasteiam o pavilhão nacional nas festas pátrias, além de burlar o pagamento de impostos, fazem com que o bosque não deixe ver as árvores.

A tragicômica postulação de Piedad Córdoba para receber o Prêmio Nobel da Paz e a "surpresa" da distinção com esse prêmio ao novato presidente norte-americano Barack Obama, corroboram uma vez mais que nos reinados de beleza e nos Prêmios Nobel de Literatura e da Paz, podem mais as intrigas e os oportunistas que o talento dos nominados, ou dos nunca nominados, o que é pior. E é claro que, como disse alguém em Nova York: "Com razão deram o prêmio a Obama. Se os contendores eram como Piedad Córdoba, não havia mais o que escolher...".

Contudo, desta tragicômica postulação resta algo bem claro que ademais tem sido reiterativo nesta coluna. A diplomacia paralela das FARC é mais forte do que a ação difusora de nossos enfadados embaixadores e cônsules, enquanto que o trabalho de sapa e espionagem dos esquerdistas, dos pacifistas e dos muçulmanos extremistas é muito forte. Aí radica a audaciosa idéia de propor Obama como Prêmio Nobel.

A crítica não é pelo que Obama seja como pessoa, senão pelos escassos feitos de seu muito curto tempo no cargo em honra da paz. O fato de lhe outorgarem um prêmio imerecido, e além disso que ele o aceite quando é sabido por todo mundo que nem o merece nem fez nada para ganhá-lo, só corroboram o cinismo, a desfaçatez de uns e outros e, ao mesmo tempo, refletem a realidade do entorno geopolítico atual onde o mal gosto é o motor da diplomacia, o terrorismo é catalogado de insurgência e a imposição da lei e da ordem em defesa das maiorias é vista como direitismo anacrônico. Incrível, porém certo.

Com razão Chávez, em uma de suas incontáveis fanfarronices de grotesca vulgaridade com investidura presidencial, teve o descaramento de propor o indígena cocalero boliviano como Prêmio Nobel da Paz porque, segundo ele, Evo o merece. E ninguém disse nada.

Enquanto isso, os camaradas do Polo Democrático continuam na luta e no oportunismo eleitoreiro no qual são experts. Quem poderia supor Petro na defesa de Uribe e contra Chávez? Ou o retrógrado esquerdista Lucho Garzón aliado a um burguês como Peñaloza? Típico folhetim dos comunistas chiques crioulos e estrangeiros acostumados a mentir e a fingir até no momento de respirar, com a anuência de um dos camaleões da rançosa oligarquia bogotana.

Ao mesmo tempo, a direção politiqueira tradicional, a das castas intocáveis, segue alheia à realidade nacional, pois só pensam em entrar no poder para desfrutar das delícias do mesmo. E são descarados. Ineptos ex-presidentes como Pastrana, Gaviria e Samper, ou incapazes ex-ministros como Pardo Rueda e Noemí Sanín, têm o descaramento de se postular como a salvação dos males que eles mesmos geraram desde seus improdutivos cargos. É ver para crer!

Assim como Fidel Castro e Chernenko intercederam ante os jurados do Nobel para impor a García Márquez, do mesmo modo os esquerdistas atuais impuseram a Obama. Em ambos os casos, com fins politiqueiros e com a intenção de ter representantes de alta credibilidade nos obscuros propósitos dos inimigos do capitalismo, da economia de mercado, da livre iniciativa. Aquilo que os comunistas chiques chamam de "capitalismo selvagem"...

O crucial do assunto é que os esquerdistas do mundo se unem para depor as democracias e para tirar do caminho todos os que se opõem a seus desígnios totalitários, enquanto que, como analisou insistentemente Jean François Revel, os democratas legítimos, os defensores da liberdade individual e da riqueza a serviço do homem, posam de indiferentes ante o destino de suas sociedades porque crêem que a institucionalidade e as boas maneiras resolvem tudo.

Tal é o caso da Colômbia com o delinqüente de colarinho branco que dirige o país vizinho desde o Palácio Carondelet. Descarado, cínico, mentiroso e astucioso, Rafael Correa, a quem o bobo da corte juiz de Sucumbios deveria processar por ser amigo dos terroristas, agride a Colômbia e ao presidente Uribe cada vez que lhe dá na telha. Não obstante que continuam as provas abundantes de sua aproximação com as FARC, Correa mente e nega sua relação, enquanto que militares equatorianos sem caráter e sem patriotismo se confabulam com este peãozinho de Fidel Castro em sua guerra contra a Colômbia... Porém, a chancelaria colombiana continua mansa e sem a coragem suficiente para reagir o pôr os pontos nos is.

Do mesmo modo acontece com a Venezuela. É claro que o grotesco mandatário venezuelano tem em andamento uma agressão contra a Colômbia. A única coisa que impediria essa incursão aventureira chavista seria a presença de militares dos Estados Unidos nas bases potencialmente agredidas pela Força Aérea venezuelana.

Entretanto, pululam os estúpidos funcionais que continuam convencidos de que Chávez é um revolucionário autêntico, que os Estados Unidos são culpados de todas as nossas desgraças e que a solução aos problemas são os comunistas chiques ou os chavistas ou, o que é pior, os terroristas como Cano e Jojoy, ou seus conhecidos propagandistas de oficio. É ver para crer tanta idiotice junta!

Para rematar, muitos compatriotas continuam convencidos de que o problema da guerra na Colômbia é assunto entre o Exército e os bandidos, que a sociedade é alheia ao conflito, e que a paz é um tema que os terroristas devem tratar com o presidente de turno. Tanta indiferença é a causa da sangria e da persistente presença terrorista com atos tão aberrantes como o assassinato dos edis perto de Bogotá, dos ataques terroristas no Cauca, etc., etc.

Supõe-se que os membros do alto governo conhecem a dedo o Plano Estratégico das FARC, porém duvidamos. A reiterativa loquacidade do novato ministro da Defesa, Silva Lujan, assim o demonstra. Será que assim como os juízes e magistrados ficam pequenos frente a alguns exames profundos de conhecimentos de sua área, sucederá o mesmo com o ministro Silva frente ao conhecimento do inimigo, seu plano estratégico, seus objetivos táticos e seus projetos contra a Colômbia com os governos comunistas do hemisfério?

O certo é que os sócios das FARC nos agridem diariamente sem que haja uma resposta contundente da Colômbia. Muitos colombianos se perguntam: qual será a razão para que a Procuradoria colombiana não tenha aberto processos penais por terrorismo contra Hugo Chávez, Rafael Correa, Lula da Silva e Daniel Ortega? Do mesmo modo que em todas as intricadas rotas do direito há mil razões para explicar porque sim ou porque não. O certo é que ante essa estupidez coletiva os delinqüentes e seus sócios de colarinho branco se anteciparam aos fatos e até já produziram ordens de captura.

A morte de Raúl Reyes passou de ser a baixa em combate de um terrorista para converter-se, segundo Correa e seu sinistro amigo juiz de Sucumbios, no assassinato de vários cidadãos estrangeiros e um equatoriano em território de seu país. Com esse argumento pretendem desvirtuar a realidade da aproximação de Correa com as FARC, do mesmo modo que o conto das fumigações na fronteira que afetam os camponeses; porém, a verdade é que a Correa dói na alma que seus amigos das FARC fiquem sem finanças.

O certo de todo este imbróglio é que com a Unasul, com a pressão do acordo humanitário, com as palhaçadas de Zelaya em Honduras, com as "cantinflescas" ordens de captura contra os generais colombianos, com a absurda denominação de uma colombiana de duvidosa credibilidade ao Prêmio Nobel da Paz, com o armamentismo chavista, com a dupla moral de Lula e com a latente possibilidade do acordo humanitário manipulado pelas FARC e os sócios do Foro de São Paulo, o complô contra a Colômbia está vivo e as instituições colombianas estão em risco.

* Analista de assuntos estratégicos - www.luisvillamarin.co.nr

Tradução: Graça Salgueiro

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