quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Pinóquios de verdade

Mídia Sem Máscara

Como no Brasil ninguém precisa provar nada quando fala contra conservadores, Clóvis Rossi não dá nenhum exemplo, nenhum exemplozinho para provar o que seria esta assustadora campanha de ódio. A fonte de suas acusações vem de dois colunistas que, adivinhem!, escrevem para o jornal mais anti-conservador do planeta, o The New York Times.

Como temos a classe intelectual mais burra e desonesta do mundo, é claro que, diariamente, eu passo a acreditar menos no Brasil ao ler os jornais. E não é para menos: dia após dia, mês após mês, ano após ano, tudo o que se vê na TV ou o que se lê nos jornais não passa de um discurso anti-conservador que nunca cessa de provar sua falsidade. Com exceção de apenas três entre milhares, cada escritor, cada comentador, cada colunista, cada jornalista neste país não passa de mais uma marionete, como o Pinóquio dos contos infantis, a encenar no palco brasileiro da mendacidade com um nariz quilométrico.

Às vezes, porém, eu sinto alguma esperançazinha. Quando vejo o anúncio de um novo colunista, por exemplo. "Quem sabe não é o próximo Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, ou, quem sabe, até mesmo Olavo de Carvalho!", eu penso, batendo palmas freneticamente. Meu êxtase momentâneo é ainda maior quando trata-se de algo relacionado a assuntos internacionais, porque tenho esperança de que, acompanhando as coisas como acontecem lá fora, eles percebam finalmente que há algo de errado com seus pares aqui no Brasil.

Mas é tudo em vão, mesmo. Basta passar os olhos pelo que eles escrevem para ver que, para ser jornalista ou escritor neste país, você não pode ser um menino de verdade: eles só aceitam marionetes. Clóvis Rossi, que, segundo nos informa a capa da Folha de S. Paulo deste último sábado, acaba de entrar para equipe de colunistas internacionais do jornal (antes escrevia sobre política nacional), já chegou à nova seção repetindo a velha lenga-lenga de sempre.

Com aquele jeitinho todo esquerdista de escrever tudo e não dizer nada, ele tenta convencer a todos os leitores da Folha que há, nos Estados Unidos, uma "campanha de ódio movida pela extrema-direita" contra o maravilhoso, o magnânimo, o perfeito, o queridinho, Barack Hussein Obama. E, ái que mêda!, é uma campanha "assustadora", que pode até mesmo levar ao assassinato - não, leitor, você não leu errado - do presidente norte-americano.

Como no Brasil ninguém precisa provar nada quando fala contra conservadores, Clóvis Rossi não dá nenhum exemplo, nenhum exemplozinho para provar o que seria esta assustadora campanha de ódio. A fonte de suas acusações vem de dois colunistas que, adivinhem!, escrevem para o jornal mais anti-conservador do planeta, o The New York Times. Mas nem as citações de Thomas Friedman - "um dos mais respeitados colunistas do planeta", segundo Rossi - e Roger Cohen, usadas por Rossi, apresentam fatos, mas tão-somente as percepções pessoais bem esquerdistas de ambos.

A citação de Friedman (de um artigo que eu, confesso, não li e nem quero ler) usada por Clóvis Rossi diz que "as críticas da extrema-direita começam a (...) criar o mesmo tipo de ambiente aqui [nos EUA] que existia em Israel na véspera do assassinato de Yizhak Rabin (primeiro ministro israelense)". Entendeu? Leia novamente: "as críticas da extrema-direita começam a (...) criar o mesmo tipo de ambiente aqui [nos EUA] que existia em Israel na véspera do assassinato de Yizhak Rabin (primeiro ministro israelense)".

É isso mesmo, leitor. Não há limites para a imaginação desse tipo de gente.

Em primeiro lugar, aposto que Clóvis Rossi não tem acompanhado nada do que tem acontecido nos Estados Unidos: ele só copia as opiniões ultra-imbecis de renomados ganhadores do Prêmio Pulitzer. Eu, que tenho acompanhado a campanha anti-Obama de perto, posso dizer que Rossi a desconhece por completo¹, e que ela nunca me causou ódio nenhum pelo sr. Obama, mas somente um desejo de que ele saia da presidência da nação americana o mais rápido possível.

Motivos para isso não faltam, mas só para citar um, basta dizer que Obama é um mentiroso que esconde seu passado e recusa-se a apresentar uma certidão de nascimento legitimamente americana. Uma das maiores campanhas movidas contra ele é chamada "Where's the birth certificate?", e não pede nem um dedinho do presidente, mas somente um papel original que ele pode conseguir indo ao cartório da cidade onde supostamente nasceu.

Pessoas como o sr. Clóvis Rossi não deveriam sequer escrever para panfletos doutrinários da União Soviética, mas estão no comando dos formadores de opinião do Brasil. Ele é o mais novo Pinóquio, um entre milhares, dezenas de milhares. E nem adianta pedir nada à fada azul, leitor: nem ela pode transformá-los em meninos de verdade.

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Notas:

1 - Em primeiro lugar, a campanha anti-Obama não é movida por "extrema-direita" nenhuma, mas pela direita inteira. Atribuí-la à "extrema" só serve para que o leitor docilmente a iguale àquela movida por extremistas israelenses que assassinaram o primeiro-ministro israelense.

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Luiz Fernando Maykot é estudante auto-didata de ciência política desde os 17 anos e atualmente é um estudante de relações internacionais e estudos latino-americanos na Brigham Young University.

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