Mídia Sem Máscara
Casimiro De Pina | 20 Maio 2010
Artigos - Cultura
Em Cabo Verde, como no Brasil, a estatolatria persiste arraigada na cultura política, sempre gerando mais prejuízos a todos, e sendo cada vez mais defendida, sobretudo pela imprensa. Casimiro de Pina comenta.
O artigo é confuso, cerzido, tant bien que mal, com aquela fina demagogia que faz a glória da mentalidade assistencialista.
Um amontoado de clichés e disparates a disfarçar uma suposta e esotérica sabedoria "sociológica". Lourenço Lopes é o distinto autor, numa crónica sibilina estampada no jornal "A Nação" (13 de Maio de 2010, p. 21).
A receita principal: Cabo Verde precisa de uma maior "presença" do Estado, a fim de proteger os mais pobres e garantir "justiça social". De nada valem os ensinamentos de Milton Friedman ou Hayek! Insiste-se na Opção Preferencial pela Pobreza...
O mais engraçado é que o nosso analista (e mui simpático cavalheiro!) não percebe que o Estado é a causa dos nossos principais males colectivos: o desemprego, a elevada dívida pública, a insegurança, etc..
Um Estado que consome cerca de metade do rendimento nacional e não cuida das suas funções básicas. Lourenço, apesar disso, quer mais e mais Estado!
O Governo em particular, enredado numa complexa teia de favores e ilegalidades, é um autêntico sorvedouro de recursos.
Logo a seguir, em jeito de justificação do reforço da presença do Estado, vem com a lengalenga da "crise internacional", a desculpa predilecta, como se sabe, do dr. José Maria Neves.
O argumento é surpreendente, uma vez que actual crise internacional foi originada pelas falhas do Estado, que não cuidou dos aspectos da regulação. Mas não importa, Lourenço já vendeu o seu peixe!
Para fechar com chave de ouro o seu "manual de receitas públicas", propõe a famigerada "redistribuição" dos rendimentos e um como que imposto progressivo. É exactamente o que Karl Marx propunha, como forma de atingir o "paraíso" socialista.
Há indivíduos assim: andam na contra-mão da história e das lições da experiência.
A política é apenas capricho e vaidade.
O "Estado forte" do Lourenço é, afinal, o mesmíssimo modelo que o seu mentor, Júlio Correia, defende, ou seja, uma gigantesca máquina de extracção de rendas ("rent-seeking") em que uns nababos vivem à grande e à francesa à custa do trabalho honesto da maioria, refastelados na corrupção, nas sinecuras administrativas e no enriquecimento fácil (os tais "empresários de sucesso"), via manipulação da "mão invisível" das cumplicidades burocráticas.
É isto a "renovação" do MpD?!
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