sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

29/02 - Desativado por ser barato !!!

29/02 - Desativado por ser barato !!!
A verdade sufocada
A cena foi comovente. O vice-presidente José Alencar preparava-se para plantar uma árvore em Brasília quando foi abordado por uma nissei de 65 anos e 1,60 m de altura. Era manhã da quinta-feira 6. A mulher começou a mostrar fotografias de crianças esqueléticas, brasileiros com silhueta de etíopes, mas que tinham sido recuperadas com uma farinha barata e acessível, batizada de 'multimistura'.
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Alencar marejou os olhos. Pobre na infância no interior de Minas, o vice não conseguiu soltar uma palavra sequer. Apenas deu um longo e apertado abraço naquela mulher, a pediatra Clara Takaki Brandão. Foi ela quem criou a multimistura, composto de farelos de arroz e trigo, folha de mandioca e sementes de abóbora e gergelim. Foi esta fórmula que, nas últimas três décadas, revolucionou o trabalho da Pastoral da Criança, reduzindo as taxas de mortalidade infantil no País e ajudando o Brasil a cumprir as Metas do Milênio. E o que a pediatra foi pedir ao vicepresidente? Que não deixasse o governo tirar a multimistura da merenda das crianças. Mais do que isso, ela pediu que o composto fosse adotado oficialmente pelo governo. Clara já tinha feito o mesmo pedido ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão - mas ele optou pelos compostos das multinacionais, bem mais caros. 'O Temporão disse que não é obrigado a adotar a multimistura', lamenta Clara.

Há duas semanas a energia elétrica da sala de Clara dentro do prédio do Ministério da Saúde foi cortada. Hoje, ela trabalha no escuro. 'Já me avisaram que agora eu estou clandestina dentro do governo', ironiza a pediatra. Mas ela nem sempre viveu na escuridão. Prova disso é que, na semana passada, o governo comemorou a redução de 13% nos óbitos de crianças entre os anos de 1999 e 2004 - período em que a multimistura tinha se propagado para todo o País.

Desde 1973, quando chegou à fórmula do composto, Clara já levou sua multimistura para quase todos os municípios brasileiros, com a ajuda da Pastoral da Criança, reduto do PT. Os compostos da multimistura têm até 20 vezes mais ferro e vitaminas C e B1 em relação à comida que se distribui nas merendas escolares de municípios que optaram por comprar produtos industrializados. Sem contar a economia: 'Fica até 121% mais caro dar o lanche de marca', compara Clara.

Quando ela começou a distribuir a multimistura em Santarém, no Pará, 70% das crianças estavam subnutridas e os agricultores da região usavam o farelo de arroz como adubo para as plantas e como comida para engordar porco. Em 1984, o Unicef constatou aumento de 220% no padrão de crescimento dos subnutridos. Dessa época, Clara guarda o diário de Joice, uma garotinha de dois anos e três meses que não sorria, não andava, não falava. Com a multimistura, um mês depois Joice começou a sorrir e a bater palmas. Hoje, a multimistura é adotada por 15 países. No Brasil só se transformou em política pública em Tocantins.

Clara acredita que enfrenta adversários poderosos . Segundo ela, no governo, a multimistura começou a ser excluída da merenda escolar para abrir espaço para o Mucilon, da Nestlé, e a farinha láctea, cujo mercado é dividido entre a Nestlé e a Procter & Gamble . 'É uma política genocida substituir a multimistura pela comida industrializada', ataca a pediatra. A coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, reconhece que a multimistura foi importante para diminuir os índices de desnutrição infantil. 'A multimistura ajudou muito', diz. 'Mas só ela não é capaz de dizimar a anemia; também se deve dar importância ao aleitamento materno.' ISTO É' procurou as autoridades do Ministério da Saúde ao longo de toda a semana, mas nenhuma delas quis se pronunciar. 'O multimistura é um programa que não existe mais', limitou-se a informar a assessoria de imprensa.

Verdades e................verdades!!!

Verdades e................verdades!!!

Published 29.2.08 by Gusta.

Alerta Brasil

Vale a pena assistir ao vídeo do "TV Política":

Enquanto nos surpreendemos com os 70% de aprovação do Presidente apesar das crises passadas e da nova crise do cartão, o instituto Gallup Poll traz duas perguntas diferentes - que foge da clássica: "Você aprova a administração do Presidente Lula?"
O resultado mostrado é:

- 61% não estão satisfeitos com os esforços do país em lidar com os pobres - acreditam que não é o suficiente;

- 69% acredita que a diferença entre ricos e pobres está aumentando.

Olha quem está falando!!!

Olha quem está falando!!!

Published 29.2.08 by Gusta.

Alerta Brasil

Em tour, Lula ataca oposição e Justiça

Presidente disse que Judiciário deveria ‘meter o nariz nas coisas dele’ e que a oposição procura usar o povo como ‘massa de manobra’.

Fala foi resposta a críticas sobre o caráter ‘eleitoreiro’ de novo programa federal.

Embrião humano: pessoa ou coisa?

por Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz em 29 de fevereiro de 2008

Resumo: O Supremo Tribunal Federal decidirá a questão em 05 de março de 2008, no julgamento da ADI 3510, contra o artigo 5º da Lei de Biossegurança, que permite a destruição de embriões humanos.

© 2008 MidiaSemMascara.org


No dia 24 de março de 2005, o Presidente Lula sancionou a Lei de Biossegurança (Lei 11.105 de 24 de março de 2005), vetando alguns dispositivos, mas mantendo intacto o art. 5°, que permite a destruição de embriões humanos. A Lei entrou em vigor com sua publicação no Diário Oficial da União em 28 de março de 2005.

No dia 30 de maio de 2005, o então Procurador Geral da República Dr. Cláudio Fontelles ajuizou a Ação Direta de Inconstitucionalidade n.º 3510 (ADI 3510) contra o art. 5° da Lei de Biossegurança (Lei n.º 11.105/05) que permite a destruição de embriões humanos.

No dia 20 de abril de 2007, o Supremo Tribunal Federal, pela primeira vez na história, abriu suas portas para uma audiência pública. O objetivo era instruir os Ministros sobre “quando começa a vida humana”. A discussão se dividiu entre os que afirmaram o óbvio e aqueles que tentaram negar o óbvio.

É interessante notar que nenhum dos oradores favoráveis à destruição de embriões ousou dizer que eles não eram indivíduos humanos. Quando muito, disseram que “não sabiam”. De um modo geral, tentaram dizer que essa questão não tem importância, diante da perspectiva de cura de doenças degenerativas mediante o uso de células-tronco embrionárias.

Como, porém, estavam debatendo com cientistas pró-vida de alto gabarito, não puderam fazer no Supremo a propaganda enganosa que fizeram na Câmara e no Senado. Foram constrangidos a admitir que até hoje ninguém foi curado com transplante de células-tronco embrionárias, ao passo que a pesquisa com células-tronco adultas (que não requerem a destruição de embriões) tem tido grande sucesso terapêutico.

O que ficou patente, porém, em toda a discussão, foi o medo de que o pedido da ação seja julgado procedente e o artigo 5º da Lei de Biossegurança seja declarado inconstitucional. Os defensores da destruição de embriões humanos deixaram claro que tal decisão seria um golpe fatal na causa abortista. Confessaram que tratar os embriões humanos como pessoas tornaria inviável a fertilização in vitro, uma vez que a perda de tais embriões está no cerne de sua manipulação em laboratório.

Eles têm razão de ter medo. Mas também é de se temer que, se o Tribunal decidir de outro modo, ocorra no Brasil uma tragédia semelhante à ocorrida nos Estados Unidos em 1857, quando a Suprema Corte decidiu que os negros não eram pessoas (caso Dred Scott versus Sandford) ou em 1973, quando a mesma Corte decidiu que os nascituros não são pessoas (caso Roe versus Wade).

O julgamento está previsto para a sessão do dia 5 de março de 2008, no Supremo Tribunal Federal. No banco dos réus: os seres humanos em estágio embrionário.

Se o embrião humano é pessoa:

Se o embrião humano é coisa:

Ele tem dignidade humana;

Ele não merece respeito algum;

não pode ser manipulado, congelado ou destruído;

pode ser manipulado, congelado ou destruído;

não pode ser instrumentalizado para pesquisas ou terapias

pode ser usado como simples material biológico

"A maioria considerada inútil e ‘sacrificável’ – judeus, ciganos, russos, e outros prisioneiros subumanos – era que virava forragem científica"
(BLACK, Edwin. Guerra contra os fracos: a eugenia e a campanha dos Estados Unidos para criar uma raça dominante. São Paulo: A Girafa, 2003. p.583)

É preciso orar muito...

Maiores informações em http://www.providaanapolis.org.br

Cuba: e agora?

por Ubiratan Jorge Iorio em 29 de fevereiro de 2008

Resumo: O que reserva o futuro para a bela ilha?

© 2008 MidiaSemMascara.org


Com a renúncia de Fidel, o Cruel, à presidência de Cuba – o que não significa que tenha deixado o poder, apesar de sua atual decrepitude física (a mental, sempre o acometeu) -, a mídia anda infestada de considerações e mais considerações sobre o seu legado e o futuro da ilha caribenha.

Quanto aos feitos do velho ditador, socialistas de plantão - sem o menor pudor, como seria de se esperar -, como que procurando penas em cabritos, tecem loas a seus feitos, desde que, em 1959, derrubou o também ditador Fulgencio Batista e, traindo a confiança que nele depositou o povo cubano e sob os auspícios da defunta URSS, em plena era da Guerra Fria, implantou um regime de exceção no pequeno país. Um regime, por sinal, crudelíssimo, como qualquer pessoa de bom senso sabe, responsável pela morte de 17.000 opositores e que motivou cerca de 2 milhões de cubanos a deixarem o país rumo ao “imperialismo” dos Estados Unidos, muitos dos quais arriscando as próprias vidas na travessia marítima, seja pela fragilidade das embarcações, seja pelo risco de serem apanhados pela polícia de El Comandante. Sua herança, em termos de realizações, é a mesma de todos os capi dos países que cometeram a insanidade de optar pelo chamado socialismo real: igualdade de resultados, ou seja, pobreza, escassez e racionamento para todos - inteligentes e néscios, capazes e incapazes, trabalhadores e malandros –, com exceção de seus amigos e membros do partido.

Meio século de anos de chumbo! Eis o seu legado. Pasma vermos seus defensores no Brasil referirem-se ao regime militar brasileiro como “anos de chumbo” e omitirem que nossos chefes militares, primeiro, combateram, durante poucos anos, terroristas e guerrilheiros que desejavam implantar aqui um regime político inteiramente avesso às tradições e aos desejos do povo brasileiro e, segundo, que foram infinitamente menos “cruéis” com os opositores do que Fidel foi e continua sendo com os seus. Aliás, a bem da verdade, na época mais dura de nossos governos militares, havia uma oposição, coisa que em Cuba não existe desde 1959... Pasma mais ainda que os admiradores do ditador estejam neste momento falando que todos devem respeitar a “autodeterminação” do povo cubano. Mas que autodeterminação, se só há um partido, se não existe qualquer respeito às liberdades individuais, se é proibida qualquer manifestação contra o governo e se ninguém pode deixar o país? Olhar para o passado, para o que Fidel e seus comparsas fizeram, só serve mesmo para fins de aprendizado, o de como se escraviza um povo em nome de uma utopia que jamais deu certo. Nosso presidente, quando declarou que Fidel seria um “mito” e que estaria havendo uma “transição” normal em Cuba, caiu em mais uma das armadilhas que sua ignorância arrogante lhe arma diariamente.

Por isso, é melhor falarmos do futuro, em consideração ao povo cubano, cuja alma alegre e espontaneidade têm sido represadas por tanto tempo. Acredito que os que pensam que seu irmão Raúl, o novo presidente eleito em um pleito de partido único e com as cartelas previamente marcadas, porá fim ao socialismo em Cuba, por livre e espontânea vontade, estão enganados. Irmão de peixe, peixe é, ainda mais quando nadando no aquário luxuoso do poder...

O que reserva o futuro para a bela ilha? Qualquer que seja o decorrer dos fatos, uma coisa é certa: um povo não pode sentir-se feliz quando privado de sua dignidade e de sua liberdade e, com a aposentadoria do ditador, o socialismo em Cuba está com os seus dias contados. O que não se sabe é se serão poucos ou muitos dias, porque, como Hayek analisou magnificamente em sua trilogia Law, Legislation and Libety, economias de mercado (cosmos) não podem conviver por muito tempo com ditaduras políticas (thesis), assim como economias planificadas (taxis) não podem coexistir para sempre com liberdade política (nomos). Alguns analistas apontam para o caminho chinês, com abertura econômica gradual e manutenção do regime político ditatorial. Não me alinho entre eles, porque não se pode comparar a economia da China com a de Cuba. O tamanho daquela torna prorrogável, até certo ponto, o regime político fechado; o tamanho da segunda, não. A questão, para quem preza a liberdade e, por solidariedade, deseja que o povo cubano possa dela desfrutar, é: como apressar o fim dos anos de chumbo naquele país?

Para não me alongar muito, um dos fatores determinantes do amanhã cubano é a manutenção ou a abolição do embargo comercial que os Estados Unidos vêm impondo à Disneylândia da esquerda brasileira, desde os tempos da Guerra Fria. Tal medida, compreensível e até necessária naquele tempo em que Cuba vivia de mesadas da URSS, está longe de ser o fator determinante da pobreza generalizada – ou “bem distribuída” – da economia cubana, que é explicada, evidentemente, pela ineficiência crônica de todo e qualquer regime socialista, pela falta de liberdade de escolha para os cidadãos, pela repressão ao espírito de iniciativa e pela supressão da propriedade privada. Os Estados Unidos devem manter o embargo ou não? Minha avaliação é de que o embargo já teve sua vez e hora, mas, nas circunstâncias atuais, seria mais inteligente abandoná-lo. Por quê? Porque, se for mantido, Chávez e seus amigos latino-americanos do Foro de São Paulo vão poder continuar ajudando os companheiros em dificuldades, o que prolongará a agonia do socialismo em Cuba por mais algum tempo, já que, pelas dimensões mínimas da economia, alguns milhões de dólares serão suficientes para tal.

Mas, se os Estados Unidos e a União Européia, por meio de suas empresas, promoverem uma invasão de capitalismo em Cuba, com o levantamento do embargo, as vantagens do comércio, a formação de riqueza, a entrada do país na modernidade, a visualização de oportunidades de se ganhar dinheiro e outras facetas da economia de mercado farão despertar a livre iniciativa e, da economia para a política, brotará uma força inelutável que, talvez sem a necessidade de uma luta fratricida, porá as coisas em seu devido lugar, devolvendo aos cubanos os seus direitos naturais básicos, surrupiados há meio século. Creio que, pelas dimensões pequenas da economia, esse processo será rápido, contrariamente ao que vem ocorrendo na China.

Aposto que o levantamento do embargo e a introdução, de fora para dentro, da economia de mercado em Cuba, seria um golpe muito bem desferido contra a idiossincrasia patológica do Foro de São Paulo de criar na América Latina uma cópia da antiga União Soviética.


Resumindo: capitalismo neles!

28/02 - O problema é sempre nos números.

28/02 - O problema é sempre nos números.

A verdade sufocada

Por Conde Loppeux de ls Villanueva

Curiosa é a tentativa das viúvas de Stálin e de Fidel Castro de reverberar números sociais, quando é a fraude das estatísticas cubanas. Pior são os comunistas acusarem a direita de ter apoiado regimes autoritários, invalidando as críticas contra as ditaduras de esquerda. No entanto, de números, os comunistas são bem entendidos: de genocídios, torturas, deportações em massa, prisões, campos de concentração, entre outros, superam todas as calamidades humanas da história. Aliás, eles não somente ganham nesses quesitos, como também ganham no de misérias: raramente um sistema matou tanto de fome populações inteiras como as chamadas “economias planificadas”! Na Rússia foram quase dez milhões; na China, trinta milhões; na Coréia do Norte, dois milhões. E em termos proporcionais, mataram mais gente do que a peste: só no Camboja, 25% da população foi exterminada.

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Mais curiosa é a tentativa de desqualificar os críticos dos regimes comunistas, fazendo as comparaçãoes com as ditaduras de direita. Até nisso os cínicos vigaristas perdem na pose. Pinochet, Salazar, Franco e todas as ditaduras latino-americanas somadas não chegam aos pés da ditadura cubana, por exemplo. E aí, quando são desmascarados, reagem: - Ahhhhhhh! Mas todas as ditaduras são iguais e não é possível comparar. Não é?! Uma ditadura em que morrem 400 pessoas, moralmente falando, jamais pode ser comparada a outra que mata centenas de milhares ou milhões. É o caso da ditadura brasileira, na qual os cretinos enchem a boca de nojo, quando defendem o regime de Fidel Castro, que matou em semanas, o que o regime militar não matou em 20 anos!

Que poderão dizer então da demonização de Salazar, Pinochet e Franco? Qualquer pessoa ou historiador honesto sabe que esses regimes foram uma reação ao caos políticos e social que o bolchevismo criou na Europa e na América Latina. Um pouco antes da guerra civil espanhola, os comunistas, anarquistas e nacionalistas da esquerda queimavam conventos e igrejas centenárias, destruíam o patrimônio histórico, estupravam freiras e católicas leigas, fuzilavam padres, assassinavam políticos de direita e instalavam polícias políticas no mesmo modelo da Tcheka soviética. Barcelona foi o palco das piores investidas do “terror vermelho” e quando Franco tomou a cidade, milhares de catalães saíram às ruas, eufóricos, com a expulsão dos comunistas. Salazar, ao instaurar o Estado Novo, reprimiu com violência as mesmas manifestações terroristas dos comunistas e anarquistas portugueses, com seu ódio niilista à sociedade e seu sonho totalitário de destruir a vida civil.

O mesmo princípio se aplica a Pinochet. Salvador Allende violou a Constituição chilena, aceitava armas de Cuba para insuflar terrorismo e guerrilha e confiscou propriedades, indústrias e terras, gerando uma brutal crise de desabastecimento no país. Inclusive, impôs um sistema de racionamento e controle de comida, para subjugar a população chilena, carente de víveres de primeira necessidade. O governo Allende não somente ameaçava as liberdades civis e políticas no país, como ameaçava a soberania do Congresso Nacional e do judiciário, violando e desrespeitando várias de suas leis e sentenças. Um pouco antes do levante militar que derrubou seu governo, a inflação, que em 1970, era de 50% ao ano, explodiu na estratosférica margem de 300%! O Chile, que era um dos maiores produtores de trigo do mundo, teve uma queda de 50% da produção, durante todo o governo Allende e poucos dias antes do dia 11 de setembro de 1973, simplesmente ameaçava esgotar a produção. O que Salazar, Franco e Pinochet fizeram nada mais foi do que guerra justa, de empunhar a espada contra quem merecia se sangrar com ela. Houve muito abuso de poder e muitas arbitrariedades, além da revogação das liberdades individuais, o que é condenável. Porém, no estado de miséria, anarquia, violência e subversão criada pelos comunistas, as instituições democráticas entraram em crise. E se não houvesse uma força bruta para reprimi-los, sem dúvida, as ditaduras não seriam autoritárias, mas totalitárias.

Um comunista médio costuma choramingar os terroristas e assassinos mortos pelas ditaduras de direita. Ao mesmo tempo, defende o regime comunista que deporta, oprime e aniquila milhões de inocentes. Um cidadão assim tem um alto grau de sociopatia. É claro que ele relativiza os números! É claro que ele relativiza as vítimas de cada ditadura! As ditaduras de direita, no geral, mataram muito mais terroristas e bandidos do que outra coisa. E se há algo que mais matou comunistas na história humana, foram as próprias ditaduras comunistas, vide os expurgos de Moscou, na época de Stálin, no Leste Europeu, na Ásia ou mesmo em Cuba.

Com algumas exceções, os ditadores de direita morreram pobres. Salazar foi sepultado numa vila de interior de Portugal. Os generais brasileiros, e mesmo Francisco Franco, morreram com seus soldos de soldados. Enquanto isso, em plena democracia, os ex-terroristas, assaltantes de bancos, guerrilheiros e bandidos de esquerda exigem indenizações milionárias e fazem esquemas monstruosos de corrupção e enriquecimento ilícito. Eles exigem indenização do contribuinte porque não instauraram a ditadura criminosa deles. O terrorista e assaltante de banco é indenizado porque foi reprimido pelo crime que fez.

Interessante notar a tendência das esquerdas mundiais em caluniar a memória de Augusto Pinochet, já que há uma campanha de difamação ligando-o ao tráfico de drogas ou mesmo à corrupção em seu governo. Todavia, por mais falsas ou verdadeiras que sejam essas acusações, nada é parecido com o envolvimento criminoso das esquerdas latino-americanas com as Farcs da Colômbia e seu fiel patrocinador de armas, o coronel Hugo Chavez da Venezuela. As mesmíssimas Farcs que abastecem o mercado brasileiro com sua sucursal criminosa, o PCC, e demais grupos do crime organizado na América Latina. A mesmíssima Venezuela que abastece o mercado de drogas na Europa e nos Eua, através de seus aeroportos clandestinos. E quem se lembra do infame processo do General Uchoa, o famoso “herói” da guerra de Angola, fuzilado por Fidel Castro? O militar foi executado por supostamente participar do narcotráfico. Porém, as más línguas dizem que o próprio Fidel Castro fez sua queima de arquivo, para não ver seu nome envolvido. Essa é a esquerda moralista e santarrona!

Por outro lado, nem nas estatísticas sociais, os socialistas ganham. Salazar, Franco, Pinochet e mesmo o regime militar brasileiro deixaram economias ricas, estáveis, ou na melhor das hipóteses, elevaram o padrão de vida de seus povos. Fizeram algo melhor: criaram condições propícias ou mesmo restabeleceram a institucionalidade do Estado de Direito e abriram portas para a democracia. O que Cuba pode oferecer de exemplos para o mundo? Um país caindo aos pedaços, uma economia esclerosada, um padrão de vida baixíssimo. O que a Coréia do Norte pode oferecer de exemplos para sua irmã, a Coréia do Sul? Um país indigente e esfomeado, refém de um psicopata autocrático e hereditário. O que a China pode oferecer do regime comunista? Repressão política, execuções sumárias, censura às liberdades civis e políticas e a miséria de 900 milhões de seus cidadãos. E tudo leva a crer que com a morte de Fidel Castro, a democracia raramente terá volta em Cuba. Os 100 milhões de cadáveres criados pelos socialistas não são meras coincidências estatísticas!

Isso me faz recordar de um russo, quando soube da contra-revolução de 1964, que salvou o Brasil dos comunistas. Ele me disse: - O povo devia colocar o retrato dos generais brasileiros na parede! Para quem viveu no regime comunista, Salazar, Franco Pinochet e os generais brasileiros são perfeitamente aceitáveis. São até moralmente superiores. São maus menores contra um mal maior. É visivelmente imoral condenar a ditadura de direita e aprovar o comunismo, com sua coleção de genocídios. Não há nenhuma envergadura de princípios para comparar um e outro. E é perfeitamente explicável a reação de uma direita contra uma esquerda revolucionária e violenta. Quem vai chorar trezentos terroristas mortos, quando se salvou milhões de inocentes da sanha deles? A direita fez um mal menor, para salvar um bem maior: a civilização e a democracia.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Sai Fidel, entra Castro: Dinastia à Kim Il-Sung

por Félix Maier em 28 de fevereiro de 2008

Resumo: A passagem de poder de Fidel Castro a Raul Castro lembra a dinastia comunista instituída na Coréia do Norte.

© 2008 MidiaSemMascara.org


“O poder não me interessa. Depois da vitória, quero regressar à minha cidade e retomar minha profissão de advogado” (Fidel Castro, em entrevista ao jornalista Herbert Matthews, do NYT, 1957).

“Jamais poderemos nos tornar ditadores. (...) Eu sou um homem que sabe quando é preciso ir embora” (Fidel Castro, em 8/1/1959, no 1º discurso após sua entrada triunfal em Havana – Cit. in “A Ilha do doutor Castro”, pg. 21).

“Cá entre nós, Cuba é muito pequena para mim. Por isso, mesmo se de fato sou um comandante como chefe da revolução, nem sempre quis aceitar a responsabilidade pelo governo. Minha aspiração suprema é sentar-me a uma mesa para governar o mundo inteiro junto com o norte-americano, o russo e o chinês. Eu, como representante do bloco das nações latino-americanas” (confidência de Fidel Castro ao padre jesuíta Alberto de Castro y Rojas – Cit. in “A Ilha do doutor Castro”, pg. 26).

Depois de quase 50 anos no poder, Fidel Castro renunciou ao cargo de presidente de Cuba e comandante-em-chefe das Forças Armadas. No entanto, não abriu mão de ser o secretário-geral do Partido Comunista, que não é besta. Debilitado fisicamente, Fidel não abre mão de continuar influenciando a vida da nação cubana, em cujo “paraíso” ninguém quer viver, pois houve uma fuga em massa para o exterior contabilizada em torno de 2 milhões de pessoas, desde 1959.

Lula, em mais uma adulação a seu dileto amigo, a quem não se cansa de lamber as botas, afirmou que Fidel é o “único mito vivo”. Oscar Niemayer outra vez confirmou sua crença incondicional no Comunismo e apoio ao Abutre do Caribe, provando que, apesar de ser um gigante da arquitetura, não passa de um anão político. Diante de um ditador sanguinário como Fidel, que levou seu país à pré-história, conclui-se que há apenas dois tipos de pessoas que o admiram: os idiotas, que estão alheios ao que ocorre no mundo, e os patifes, que abertamente apóiam a bandidagem.

Essa passagem de poder lembra a dinastia comunista instituída na Coréia do Norte, em que o ditador Kim Il-Sung passou a borduna a seu filho, Kim Jong-Il. Sai Fidel, entra o irmão Raúl Castro e tudo continua como dantes na dura vida dos balseros migrantes.

Abaixo, alguns verbetes extraídos de “Arquivos I – Uma história da intolerância”, de minha autoria, disponível no site Usina de Letras, que ilustram o vasto currículo de crimes do Abutre do Caribe:

Balseros - Fugitivos cubanos que se lançam ao mar em pequenas embarcações, por vezes simples bóias adaptadas de câmaras de pneus ou troncos de bananeiras. Metade dos fugitivos, durante o auge da crise econômica cubana, em 1994, tinha menos de 30 anos.

Bogotaço - Quebra-quebra ocorrido em Bogotá, Colômbia, em 1948, durante a Conferência Pan-Americana, ocasião em que morreram 3.000 pessoas; Fidel Castro ajudou a organizar os tumultos.

Brigadas Médicas - Junto com as “brigadas militares”, para apoio a guerrilhas e regimes afinados com Havana, especialmente na África, Fidel Castro enviava profissionais para prestação de serviços médicos a países como Angola, Moçambique, Congo (com a presença de Che Guevara), Argélia, Iêmen, Iraque, Síria, Tanzânia, Etiópia, Vietnã, Guiné-Bissau, Afeganistão, Madagascar, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Benin, Serra Leoa, Somália, Guiné Equatorial, Eritréia.

Em 1961, o comandante (cubano) Almeijeiras morreu na Guerra da Argélia, contra a França. Na guerra árabe-israelense de 1967, militares cubanos pilotaram jatos e tanques que partiram da Síria para atacar Israel. Durante 10 anos, o regime de Fidel Castro treinou tropas em Cuba e na África, como as tropas do PAIGC e guerrilha do MPLA (desde 1963/64). Em Angola, Cuba chegou a desdobrar, em uma oportunidade, cerca de 50.000 soldados que combateram ao lado do MPLA contra a UNITA (no total, Fidel enviou 300.000 soldados a Angola). Em 1973, Fidel Castro voltou a enviar pilotos para a Síria, para combater os israelenses na Guerra do Yom Kippur. Na América do Sul, o apoio de Fidel Castro foi ostensivo ao Chile do Governo marxista de Salvador Allende, com quem Castro tinha “relações carnais”, e ao Peru, durante o Governo esquerdista Velasco Alvarado que tinha assessoria do brasileiro Darcy Ribeiro. No Brasil, em 1961 já havia cubanos ensinando táticas de guerrilha no interior do País, especialmente em Pernambuco.

Campos de trabalho coletivo - Versão cubana dos gulags soviéticos, os campos cubanos foram inventados por Ernesto Che Guevara.

CDR (Comité de Defensa de la Revolución) - A partir dos 14 anos de idade, todos os cubanos são obrigados a aderir ao Comitê de Defesa da Revolução. “Cerca de 8 milhões de cubanos são membros do comitê de defesa da revolução de seu quarteirão, dirigido por um ‘presidente, um responsável pela vigilância e um responsável ideológico’. Além de seu papel de vigilância ‘dos inimigos da revolução e dos anti-sociais’, os cerca de 120 mil comitês que controlam o país ‘constituem uma grande força de impulsão para mobilizar o bairro por ocasião das reuniões e desfiles para defesa da revolução’, afirmam os textos oficiais” (in “A Ilha do doutor Castro”, pg 55). Não é de admirar que o povo cubano vá em massa às ruas para apoiar Fidel Castro; ninguém teria coragem de contestar “el comandante”. Nas eleições para presidente, Fidel costuma ter 100% dos votos dos delegados – uma marca que, certamente, nenhum Papa teve até hoje.

Cela-gaveta - Tipo de solitária cubana, usada durante o regime de Fidel Castro, onde esteve confinado o poeta Armando Valladares, durante 2 anos, de onde saiu aleijado. “Na prisão de Combinado del Leste, depois de temporada imobilizado em cela-gaveta, Valladares ficou aleijado e não conseguiu mais andar. (...) Após 22 anos de prisão, o poeta venceu a batalha e ganhou a liberdade, contando com o apoio do presidente francês François Mitterrand. Dentre os 50 mil presos políticos cubanos contabilizados – entre mortos, torturados e desaparecidos -, foi um dos poucos que conseguiram escapar. Em Madri, tornou-se um ativista e escreveu ‘Contra Toda a Esperança’, testemunho que ajudou a desmascarar a ditadura que aniquila os seus dissidentes, clamando pela libertação dos presos políticos que, em Cuba, ainda hoje se contam aos milhares” (Ipojuca Pontes, in Politicamente Incorretos, pg. 157-8). Valladares também ficou preso nas prisões de La Cabaña e Puerto Boniato.

Centro de Exterminação e Experiência Biológica – Existente na prisão de Puerto Boniato, “onde médicos soviéticos, alemães orientais e tchecoslovacos, junto com seus colegas cubanos, sistematicamente provocam doenças e realizam experiências psicológicas entre os presos políticos” (contra-capa do livro “Contra Toda a Esperança”, do cubano Armando Valladares, que ficou preso 22 anos no “Gulag das Américas”; negaram-lhe comida durante 46 dias e, em conseqüência, Valladares teve de permanecer 8 anos em cadeira de rodas).

Círculos Bolivarianos - Grupos de defesa da “Revolução Bolivariana”, do Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, os quais têm como modelo os Comitês de Defesa da Revolução (CDR), de Fidel Castro. Em nosso País, foram criados os Círculos Bolivarianos do Brasil.

CJLA (Congresso da Juventude Latino-Americana) - O I Congresso foi promovido pelo regime comunista de Havana, no dia 26 Julho 1960, 7º aniversário de fundação do Movimento Revolucionário de Fidel Castro, ocasião em que foram convidados centenas de estudantes latino-americanos, com todas as despesas pagas pelo Governo cubano. Depois do Congresso, muitos deles permaneceram em Cuba durante meses, quando, além de técnicas agrícolas, começaram a receber adestramento subversivo: doutrinação marxista-leninista, subversão, técnicas clandestinas e de guerrilha. No ano de 1962, cerca de 1.500 latino-americanos participaram do “adestramento cubano”.

Conare - Comitê Nacional para Refugiados: vinculado ao Ministério da Justiça, foi criado em 1998. Em 1998, o escritor cubano Ricardo Alberto Pérez, perseguido pelo regime comunista de Fidel Castro, recebeu proteção na “cidade-refúgio” de Passo Fundo, RS.

Concílio Cubano - Frente de oposição cubana, de defesa de direitos humanos, que sofre repressão do Governo de Fidel Castro. Engloba mais de 130 organizações. Líderes: Héctor Palacios Ruiz, Presidente do Partido da Solidariedade Democrática; Reynaldo Cosano Allén; Gladys González Noy; Mercedes Parada; Vicky Ruiz Labrit; Gladys Linares Blanco; Pedro Pablo Alvarez; Leonel Morejón Almagro, um dos fundadores da Frente, condenado a 6 meses de prisão em 1996, foi proposto por parlamentares americanos para receber o Prêmio Nobel da Paz.

DGI (Dirección General de Inteligencia) - Serviço secreto cubano, fundado por Manuel Piñero, o “Barbarosa”, após Fidel Castro tomar o poder em 1959. Em 1970, a KGB consolidou seu controle sobre a DGI. Um agente da DGI, Orlando Letelier, do Chile, foi assassinado em Washington, em 1976. José Dirceu, o chefe do mensalão, teve relações íntimas com a DGI e fez em Cuba os cursos de Informações e Contra-informações.

“El ratón” - É como Fidel Castro denominou Leonel Brizola, por este não ter sabido explicar o destino de US$ 200 mil que o ditador cubano lhe mandou para desencadear a luta armada no Brasil (confirmado por Herbert de Souza, o “Betinho” – “pombo-correio” Fidel-Brizola – no Jornal do Brasil de 17/07/1996). Leia “Os exércitos de Brizoleone” em Ternuma (www.ternuma.com.br).

Fidelismo - Relativo ao regime de Fidel Castro, ditador comunista de Cuba. A exemplo de seu colega comunista, Kim Il-Sung, da Coréia do Norte, Fidel Castro já nomeou seu irmão Raul para sucedê-lo na dinastia comunista cubana.

Folhetos cubanos - Eram disseminados no Brasil pelo Movimento de Educação Popular (MEP), durante o Governo de João Goulart, e serviam de inspiração às Ligas Camponesas, de Francisco Julião, e ao Grupo dos Onze (G-11), de Leonel Brizola.

Foquismo - Teoria revolucionária, em que a revolução seria iniciada em pequenos núcleos (focos), para começar a guerrilha rural, com objetivo de dominar a nação. O foquismo foi sistematizado pelo revolucionário comunista francês Regis Debray, e defendida por Fidel Castro e Che Guevara. O PC do B tentou colocar em prática essa teoria na região do Araguaia. “O treinamento a brasileiros em Cuba continua até os dias atuais, embora somente no terreno político-ideológico, na Escola Superior Nico Lopez, do PC cubano, Escola Sindical Lázaro Peña, Escola de Periodismo José Martí, Escola da Federação de Mulheres Cubanas, Escola da Federação Democrática Internacional de Mulheres e Escola Nacional Julio Antonio Mella, da União da Juventude Comunista. Por essas escolas já passaram mais de 100 brasileiros. Todavia, o mais importante em tudo isso, é que a ida de qualquer brasileiro para fazer cursos em Cuba depende do aval do Partido Comunista Cubano, após entendimentos anteriores, de partido para partido. Atualmente, existem diversos brasileiros, militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra vêm recebendo, em Havana, treinamento em técnicas agrícolas, e outros matriculados na Faculdade Latino-Americana de Ciências Médicas. O site do Partido dos Trabalhadores oferece vagas e publica as condições definidas por Cuba para matrícula nessa Faculdade” (Huascar Terra do Valle, in “Histórias quase esquecidas”, site Mídia Sem Máscara, 10/2/2003).

FSP (Foro de São Paulo) - Criado em São Paulo, em julho de 1990, sob os auspícios do Partido Comunista de Cuba (PCC) e do Partido dos Trabalhadores (PT). É um movimento neo-socialista latino-americano, planejado por Fidel Castro, para adaptação das esquerdas à nova ordem mundial após a desintegração da União Soviética. Engloba partidos políticos de esquerda e grupos terroristas, como o MIR chileno e as FARC da Colômbia. Os dois objetivos estratégicos do Foro são: 1) a preservação do regime comunista de Cuba (Chávez abastece Cuba com petróleo; no início de 2008, em visita a Cuba, Lula “emprestou” 1 bilhão de dólares a Fidel) e 2) a transformação da América Latina em uma nova União Soviética, a União das Repúblicas Socialistas da América Latina (URSAL), ou qualquer outro nome que venha a ter. Seus principais líderes são: Fídel Castro (Cuba), Luís Inácio Lula da Silva (Brasil), Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Daniel Ortega (Nicarágua), Cuauhtémoc Cárdenas (México); outros expoentes do Foro, seguidores da “Teologia da Libertação”: ex-padre Leonardo Boff, Pedro Casaldáliga (Bispo de São Félix do Araguaia, MT), Werner Sienbernbrock (Bispo de Nova Iguaçu, RJ) e Samuel Ruiz Garcia (Bispo de San Cristóbal de las Casas, Chiapas, México - um dos líderes do EZLN), além de Frei Betto, editor da revista America Libre, do FSP. O VI encontro do FSP, p. ex., ocorreu em San Salvador/El Salvador, em Jul 1996, quando reuniu 112 partidos políticos de mais de 20 países da região, 187 delegados, 52 organizações, 289 participantes, 144 organizações convidadas, 44 observadores e 35 grupos da América, Europa e África. No encontro realizado em Cuba, em 2001, o FSP apresentou projeto de estender a todos os países da América Latina os padrões de “liberdade de imprensa” existentes em Cuba. Leia “Que é o Foro de São Paulo?”, no site Mídia Sem Máscara (www.midiasemmascara.org), edição nº 4, de 16 Out 2002, e acesse http://www.forosaopaulo.org.

Granma - Maior jornal cubano, controlado pelo Partido Comunista de Cuba (tiragem média diária: 400 mil exemplares). O iate “Granma”, com o qual Fidel Castro e 82 homens desembarcaram em Cuba em 2 Dez 1956, é hoje um monumento nacional.

Guerrilha comunista no Brasil - Teve início em 1961 – e não após 1964, como propaga a esquerda –, quando o Presidente João Goulart ocultou e repassou secretamente a Fidel Castro as provas da intervenção armada de Cuba no Brasil.

Lei Helms-Burton - Lei norte-americana redigida pelo Senador Jesse Helms e pelo Deputado Dan Burton, ambos Republicanos, assinada por Bill Clinton em 12 Mar 96, entrou em vigor em 01 Ago 96. Prevê, entre outras coisas, sanções a países e empresas que possuam ou se beneficiem de propriedades de cidadãos americanos confiscadas pelo regime de Fidel Castro depois da Revolução Cubana (1959). Segundo a Casa Branca, mais de 100 empresas estrangeiras usam parte das 5.911 propriedades americanas nacionalizadas em Cuba.

Leoneira - Solitária ambulante, feita de 6 lados de grades de ferro, onde o preso não pode se deitar, nem ficar de pé. Tipo de tortura adotada em Cuba durante a ditadura de Fidel Castro, onde os presos são largados no teto do presídio, alternando altas temperaturas do sol durante o dia com baixas temperaturas à noite. O escritor Pedro Juan Gutiérrez esteve preso em tal solitária.

MR-26 - Movimiento Revolucionario 26 de Julio (Cuba): grupo rebelde, sob liderança de Fidel Castro, fracassou em 26 Jul 1953, na tomada de uma unidade do Exército de Moncada, em Santiago de Cuba. Fidel Castro foi preso e depois anistiado, exilando-se no México. Em 1959, o MR-26 marchou sobre Havana, enquanto Fulgêncio Batista havia renunciado e se refugiado na República Dominicana.

Milicia de Tropas Territoriales - O Governo comunista de Fidel Castro possui 1.500.000 milicianos, com 300.000 na reserva; encarregada de ações de armas leves, é considerada a reserva das FAR (Fuerzas Armadas Revolucionarias).

OLAS (Organización Latinoamericana de Solidaridad) - No dia 16 de janeiro de 1966, 1 dia após o término da Tricontinental, em Havana, Cuba, as 27 delegações latino-americanas reuniram-se para a criação da OLAS, proposta por Salvador Allende. O terrorista brasileiro Carlos Marighella foi convidado oficial para a Conferência da OLAS em 1967. Ola, em espanhol, significa “onda”; seriam, pois, ondas, vagalhões de focos guerrilheiros espalhados por toda a América Latina, como disse o próprio Fidel Castro: “Faremos um Vietnã em cada país da América Latina”. Após a Conferência, começam a surgir movimentos guerrilheiros em vários países da América Latina, principalmente no Chile, Peru, Colômbia, Bolívia, Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela. A OLAS, substituída pela JCR, tem sua continuidade no Foro de São Paulo (FSP) e no Fórum Social Mundial (FSM).

Operação Abutre – O PT e outros comunas sempre criticaram a Operação Condor, realizada pelos governos militares latino-americanos para combater a Peste Vermelha vinda de Cuba, da China e da URSS. Com Lula, foi criada a Operação Abutre, em que o ex-torneiro mecânico se transformou em capitão-do-mato, caçou os boxeadores cubanos que haviam fugido da vila dos Jogos Pan-Americanos, Rio de Janeiro, 2007, e os entregou à sanha do Abutre do Caribe, Fidel Castro.

Operação Condor - Operação conjunta dos Governos de países sul-americanos para fazer face aos movimentos terroristas-marxistas do final da década de 1960 e início da década de 1970, desencadeados a partir da Revolução Cultural (China) e da OLAS (Cuba). Há livros que tratam do assunto, como “Operação Condor – terrorismo en el Cone Sur”, do jornalista Nilson Cezar Mariano, e “Social Justice”, publicado em 1999, da pesquisadora Patrice McSherry, professora de Ciências Políticas da Universidade de Long Island, EUA, em que há um artigo sobre a Operação Condor. Essa Operação, se existiu de fato, não foi um acordo multilateral terrorista de governos latino-americanos, como propaga a esquerda mas sim, um acordo legítimo de defesa conjunta de países contra movimentos terroristas, patrocinados por países totalitários comunistas, como Cuba, China e União Soviética que queriam implantar, não a democracia, porém a ditadura comunista em todo o continente. Se existiu a Operação Condor, ela foi tão legítima como hoje é a Interpol e os acordos bilaterais de segurança entre países, para enfrentar em conjunto o terrorismo e o crime transnacional. No Brasil, se as Forças de Segurança não tivessem desbaratado a Guerrilha do Araguaia, p. ex., ainda hoje poderíamos estar vivendo uma guerra civil, a exemplo da Colômbia com as FARC. Nesse caso, o Governo Federal poderia estar hoje negociando, p. ex., com José “Tirofijo” Genoíno, a entrega de uma extensa região do Araguaia aos guerrilherios, para “conversações de paz” – como ocorreu na Colômbia durante o Governo de Andrés Pastrana. O Sendero Luminoso e o Tupac Amaru (Peru), atualmente sob certo controle, e as FARC e ELN (Colômbia) são os “filhotes” mais duradouros da OLAS de Fidel Castro, que prometeu “criar um Vietnã” em cada país sul-americano.

Pinar del Río - Província de Cuba, onde havia cursos para terroristas brasileiros nas décadas de 1960 e 1970. O “currículo” incluía: 1) Tática guerrilheira – o observador, o mensageiro, a coluna guerrilheira, o acampamento, a marcha, sobrevivência na selva (montanhas de Escambray), o ataque, a emboscada; 2) Tiro – limpeza e conservação do armamento, fuzis: AD, FAL, AK, Garand; metralhadoras: MG52, Uzi; bazuca, morteiro e canhão 152 mm; 3) Comunicações; 4) Topografia – leitura de mapas, uso de bússola e do binóculo, orientação; 5) Organização do terreno – construção de abrigos individuais e coletivos, espaldões para metralhadoras e morteiros; 6) Higiene e primeiros socorros – fraturas, hemorragias, imobilizações, transporte de feridos; 7) Política – o comissário político, semanalmente, fazia uma palestra. No regresso, o terrorista brasileiro recebia de volta os documentos verdadeiros, nova documentação com nome falso, cerca de 1.500 dólares, itinerário até o Chile de Salvador Allende, antes de chegar ao Brasil. Quando preso, o terrorista era instruído para utilizar algumas artimanhas, para ser levado ao hospital e, assim, prejudicar o interrogatório: 1) colocar fumo na água e bebê-la, provocando crise de vômitos; 2) usar uma dose mínima de estriquinina para provocar convulsões; 3) “tentar” o suicídio; 4) simular grande descontrole nervoso; 6) bater com a cabeça nas paredes. Leia o livro “Rompendo o Silêncio”, do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, disponível no site www.averdadesufocada.com. Hoje Pinar del Rio é um importante centro de produção de tabaco, “alimento” tido em alta conta por Fidel Castro, já que ele, junto com o MST, é contra o projeto brasileiro do biocombustível (transformação da cana em combustível). Aliás, um líder do messetê disse que era contra a plantação de eucaliptos feita pela Aracruz Celulose, “porque eucalipto não se come”. Charuto cubano, por outro lado, se come, sim, como já provou Fidel Castro, junto com um mojito bem gelado...

Prensa Latina - Organizada por Fidel Castro em 1960, como agência noticiosa do regime comunista cubano. Era destinada a distribuir notícias de Cuba e de outros países latino-americanos para toda a América Latina. Na verdade, a Prensa Latina se tornou uma organização de coleta de notícias e informações secretas para o regime de Havana; as Embaixadas e os Consulados cubanos na América Latina foram transformados em centros de propaganda revolucionária, às vezes de subversão direta (em 1963, Castro enviou 3 toneladas de armas para tentar derrubar o presidente Betancourt, da Venezuela).

Revolução Cubana - No dia 1º de janeiro de 1959 as tropas de Fidel Castro tomam Havana. A “república socialista” cubana, porém, só foi proclamada em maio de 1961, logo após a fracassada invasão de anticastristas ocorrida na Baía dos Porcos, em Cuba, com o apoio americano. Em 1962, Cuba foi excluída da OEA e em 1964 os países membros da OEA, com exceção do México, romperam relações diplomáticas com o país, devido ao apoio cubano de focos guerrilheiros em vários países da América Latina (Guatemala, Colômbia, Venezuela). No Brasil, antes de 1964, Cuba financiou as Ligas Camponesas para comprar fazendas que serviram de campos de treinamento de guerrilha. A revista “Veja”, de 24 Jan 2001, sob o título “Qué pasa compañero?”, faz uma análise centrada na tese de doutorado da pesquisadora Denise Rollemberg, da UFRJ, a qual afirma que “o primeiro auxílio de Fidel foi no Governo João Goulart, por intermédio do apoio às Ligas Camponesas, lendário movimento rural chefiado por Francisco Julião. (...) O apoio cubano concretizou-se no fornecimento de armas e dinheiro, além da compra de fazendas em Goiás, Acre, Bahia e Pernambuco, para funcionar como campos de treinamento”. As prisões mais famosas de Cuba são: La Cabaña (ainda em 1982 houve 100 fuzilamentos), Puerto Boniato, Kilo 5,5 e Pinar del Río. Fidel Castro mandou fuzilar entre 15 e 17 mil pessoas (10 mil só na década de 1960); em 1978, havia em Cuba 15 a 20 mil prisioneiros; em 1997, segundo a Anistia Internacional, havia entre 980 e 2.500 prisioneiros políticos. A tortura cubana incluía as “ratoneras” (ou "leoneiras"), “celas-gavetas”, “tostadoras”, além da tortura “merdácea” – imersão dos prisioneiros na merda. Apesar desses crimes todos, o ditador Fidel Castro é venerado pelos “intelectuais” brasileiros como “El Comandante”, ao passo que Augusto Pinochet, ditador do Chile, não passa de um vil “ditador”, “torturador”, para os “guerrilheiros da pena”, como Emir Sader, Marilena Chauí e Frei Beto.

Revolução de 1968 - A Revolução de 1968, também conhecida como “Revolução Estudantil”, sofreu as seguintes principais influências: as atividades da “quinta-coluna vermelha”, composta por militantes aliciados por agentes provenientes das “escolas de subversão e espionagem”, da União Soviética; a Revolução Cultural e o “Livro Vermelho” de Mao Tsé-Tung; as idéias pregadas por Herbert Marcuse e Daniel Cohn-Bendit; as marchas americanas – principalmente de negros – contra a Guerra do Vietnã; os ideais de liberdade na Tchecoslováquia, com Dubcek, e posterior invasão soviética do país; foquismo (guerrilhas de concepção cubana) na Bolívia, Venezuela e Guatemala; o “martírio” de Che Guevara na Bolívia, em 1967. A Revolução Cultural foi detonada em 1966 na China por Mao Tsé-Tung, após o fracasso fenomenal do “Grande Salto para a Frente” (1958-1959). Em maio de 1968, o movimento estudantil sacudiu o Ocidente, como o maoismo da juventude francesa – onde predominavam as bandeiras vermelhas (comunistas) e as bandeiras pretas (anarquistas). O líder francês foi Daniel Cohn-Bendit e quase derrubou o Governo de Charles De Gaulle (que caiu pouco tempo depois). No dia 20 de maio, a França estava isolada do mundo, com 6 milhões de trabalhadores em greve, aeroportos e ferrovias paralisadas. Esse movimento teve reflexos no Brasil, junto com a OLAS de Fidel Castro. Convém lembrar que, no dia 2 de julho de 1968 embarcariam para Cuba, para treinamento de guerrilha, Márcio Leite de Toledo, Agostinho Fiordelísio, Jun Nakabaiashi, Renato Leonardo Martinelli e Juan Sandor Cabezas Castillo; no dia 4 de julho, uma nota no “Jornal da Tarde” informava que esses “estudantes” tinham sido presos e que os órgãos de segurança estavam cientes dos planos de Marighella para derrubar o Governo com o apoio de Cuba. A agitação brasileira era insuflada, principalmente por: AP, DI/GB, COLINA, PCBR, VPR e Ala Marighella (posterior ALN). Os principais líderes brasileiros eram: Vladimir Palmeira e Franklin Martins (da DI/GB); José Dirceu (da ALN), ex-Chefe da Casa Civil da Presidência, do Governo Lula da Silva. A agitação atingiu várias capitais brasileiras com destaque para Rio de Janeiro e São Paulo. No dia 28 Mar 1968, foi morto no Rio de Janeiro o estudante Edson Luís de Lima Souto, em choque de estudantes contra a polícia. Um dos ideólogos das revoltas estudantis foi o filósofo alemão radicado nos EUA, Herbert Marcuse (autor de “Eros e Civilização”, “O Fim da Utopia”), o qual achava que as minorias oprimidas, os marginalizados e os povos do Terceiro Mundo teriam potencial revolucionário para derrubar o Capitalismo e implantar o Socialismo.

Tricontinental - Criada durante a OSPAAAL, que realizou-se em Havana, Cuba, de 3 a 15 Jan 1966 – juntamente com o XXIII Congresso do PCUS. (Em 1965, em Gana, ficou decidido que a OSPAA realizaria seu próximo encontro em Cuba, no ano seguinte, para integrar também a América Latina – daí OSPAAAL). “Consiste no princípio de que a coexistência pacífica não se pode estender às chamadas ‘guerras de libertação nacional’, isto é, às guerras ‘entre oprimidos e opressores, entre os povos coloniais explorados e seus exploradores colonialistas e imperialistas’” (Meira Penna, in “Política Externa”, pg. 133). À Tricontinental compareceram representantes de 82 países, dos quais 27 latino-americanos. A delegação brasileira foi composta por Aluísio Palhano e Excelso Rideau Barcelos (indicados por Brizola), Ivan Ribeiro e José Bastos (do PCB), Vinícius Caldeira Brandt (da AP) e Félix Ataíde da Silva, ex-assessor de Miguel Arraes, na época residindo em Cuba. A tônica do encontro foi a defesa da luta armada. No encerramento, Fidel Castro afirmou que a “luta revolucionária deve estender-se a todos os países latino-americanos”. A Tricontinental foi a estratégia que desencadeou a Guerra do Vietnã e guerras civis como em Angola e Moçambique, e os grupos terroristas que surgiram na América Latina a partir de 1967/68, especialmente no Brasil, Argentina e Chile. No campo cultural, a Declaração da Tricontinental recomendava a “publicação de obras clássicas e modernas, a fim de romper o monopólio cultural da chamada civilização ocidental cristã, cuja derrocada deve ser o objetivo de todas as organizações envolvidas nessa verdadeira guerra”. Nesse encontro, o Senador Salvador Allende (futuro Presidente do Chile) faria uma proposta aprovada por unanimidade pelas 27 delegações: a criação da OLAS. Assim, no dia 16 Jan 1966, um dia após o término da Tricontinental, as 27 delegações latino-americanas reuniram-se para a criação da OLAS, que passou a ser dirigida pelo Comitê de Organização, constituído de representantes de Cuba, Brasil, Colômbia, Peru, Uruguai, Venezuela, Guatemala, Guiana e México. A Secretaria-geral foi entregue à cubana Haydée Santamaria, e o representante brasileiro era Aluísio Palhano.

UMAP (Unidades Militares de Ayuda a la Producción) - Inicialmente, seria chamado de “El Plan Fidel”. As UMAP eram campos de concentração em Cuba, para onde foram enviados órfãos (filhos dos executados pela Revolução), filhos de presos políticos, filhos de residentes no exterior, filhos de comerciantes que tiveram seus bens confiscados pela Revolução, jovens com convicção religiosa, jovens artistas de pensamento liberal, jovens sem-teto, religiosos e homossexuais, totalizando em torno de 25.000 pessoas. Após a extinção das UMAP, todos os documentos foram destruídos. Existe a Asociación ex Confinados de la UMAP, P. O. Box 350638, Miami, Florida 33135.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

27/02 - CUBA - El Comandante é o outro

27/02 - CUBA - El Comandante é o outro
A verdade sufocada

Por Antonio Sepulveda

Quase 50 anos depois de escravizar Cuba e impor ao seu povo a crueza insana do socialismo, o ditador Fidel Castro anunciou que vai "se aposentar". Naturalmente, para quem lhe conhece a folha corrida manchada de sangue, o macróbio comunista não é credível. Ele se retira, sim, do topo nominal da nomenclatura, mas quem nos garante que o velho bandido não continuará a dar as cartas? Sinceramente, não acreditamos que o bandoleiro da Serra Maestra largue completamente o osso, enquanto ainda lhe restar algum neurônio em atividade. "Não me despeço de vocês", diz ele em sua carta de despedida. "Desejo apenas combater como soldado das idéias". Soldado de idéias que, por via das dúvidas, manteve o cargo de secretário do partido comunista. Aliás, num regime dito "socialista", o manda-chuva mesmo é o líder do partido único.

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Pois é. Soldado de idéias... E que idéias! A principal delas foi, sem dúvida, a extinção - na mais cruel acepção deste vocábulo - de qualquer oposição ao chefe supremo com o estabelecimento de um sistema centralizante e monopartidário; em outras palavras, decretou-se o fim do pluralismo político. Eleições livres? Nem pensar. Foi um período da mais pura autocracia, tempero indispensável ao socialismo dito científico. Outras idéias caríssimas ao soldado das idéias foram os tribunais sumários e a perseguição religiosa, regulados por uma única norma jurídica: a Constituição cubana em vigor é a vontade de Fidel Castro, um déspota mui pouco esclarecido. Enfim, sobre tão infame ideário fundou-se o que os comissários de Lula da Silva chamam de "paraíso socialista".


Exatamente, caro leitor, é assim que aquela malta enxerga a sangrenta ditadura cubana, infinitamente mais cruel que a do execrado general Pinochet no Chile. Resumo da ópera: as prisões de Cuba estão apinhadas de infelizes que tiveram a ousadia de pensar, proferir idéias próprias e discordar das idéias de um autoproclamado soldado das idéias.

Poderíamos enunciar uma lista comprida de atos discricionários do socialismo cubano que assassinaram ou encarceraram milhares de dissidentes ou relatar fugas desesperadas, em embarcações precárias, de uma repressão aterrorizante. Sempre foi essa a rotina, o dia-a-dia na vida de uma população enclausurada que arrisca a vida para escapar do pesadelo da privação de direitos elementares sob a bota implacável de um tirano.

Jacobinos de todos os quadrantes apressam-se em enaltecer o mais novo aposentado da elite revolucionária. O líder do partido comunista russo, Gennady Zyuganov, saudoso do autoritarismo soviético, considera Fidel Castro "um político brilhante". Lula da Silva, por sua vez, analfabeto funcional que nunca leu sequer um mísero almanaque capivarol, ao comentar a renúncia do "companheiro", declarou sem um pingo de vergonha na cara: "Fidel é um dos grandes mitos da história da humanidade". Sequer vamos cogitar de considerações sobre tamanho despropósito. Perguntamos simplesmente o que entende um apedeuta de mitos históricos? Fica, portanto, mais uma vez, comprovado que nosso asinino presidente limita-se a repetir, qual um papagaio amestrado, os clichês que lhe enfiam no crânio os teóricos do partido. E quando a figura se mete a raciocinar e a emitir opinião própria, expõe-se a constrangimentos tão ridículos quanto desastrosos.

A lógica, frigidamente formal, nos permite inferir que aquele que aplaude os crimes de um autocrata concorda com ditadura, escravidão, terrorismo, genocídio, espoliação, repressão, censura e propaganda enganosa. Este, sim, é o retrato de Fidel, o verdadeiro legado do bandoleiro caribenho. Por conseguinte, as pessoas de bem devem ver com bons olhos o processo de putrefação da carne e da alma do senhor Fidel Castro Ruz, um monstro capaz de fazer Mefistófeles parecer um compassivo congregado mariano. A morte implacável muito em breve virá buscar o facínora, e o inferno há de lhe parecer familiar, com uma incômoda diferença: lá, "El Comandante" é o outro.

26/02 - Farc - Perguntas e Respostas

26/02 - Farc - Perguntas e Respostas
A verdade sufocada

Um pesadelo de mais de seis anos terminou para as colombianas Clara Rojas e Consuelo González em janeiro de 2008, quando foram libertadas pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o grupo narcoterrorista que as mantinha aprisionadas. Privadas de direitos básicos e vivendo em campos de concentração no meio da selva colombiana, seus relatos mostraram ao mundo como age a organização de facínoras que pretende ser reconhecido pelo mundo como um agente político legítimo. Entenda as origens do conflito na Colômbia, e porque tal classificação jamais poderá ser aplicada às Farc.


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1. Quem são e o que querem as Farc?
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia são um grupo de rebeldes de ideologia comunista cujo objetivo declarado é tomar o poder no país pela força. Gostam de se autodenominar "guerrilheiros marxistas", dada a inspiração esquerdista que tiveram quando da sua criação, em meio a uma guerra civil ocorrida na Colômbia nos anos 60. Há muito tempo, entretanto, degeneraram em uma espécie de seita de fanáticos que vive à custa do tráfico de cocaína e de toda sorte de barbaridades. Contam atualmente com 16.000 homens.



2. Elas atuam desde quando?
As Farc surgiram precisamente em 1964. Desde então, 45.000 colombianos morreram pelas mãos de seus integrantes. Só nos últimos cinco anos, mais de 5.000 pessoas foram assassinadas em 930 chacinas.



3. Que métodos utilizam na busca por seus objetivos?
Seqüestros, tráfico de drogas, extorsão e assassinatos são as principais técnicas que constam na cartilha das Farc. Estupros de reféns e tortura vêm a reboque, como descreveu Consuelo González, uma das cativas libertadas em janeiro. Suas vítimas são acorrentadas pelo pescoço, obrigadas a marchas forçadas no meio do mato e submetidas a cirurgias improvisadas com facas de cozinha. Não satisfeitas, as Farc transformaram a Colômbia na líder do ranking mundial das vítimas de minas terrestres – em sete anos, 9.500 pessoas foram atingidas pelos artefatos. No mais, recrutam boa parte de seus novos membros entre garotos de 10 a 14 anos de idade. Após se embrenharem na selva, os jovens são isolados do mundo exterior, da família e perdem o próprio nome, substituído por um "nome de guerra".



4. Por que são terroristas?
Que qualificação se dá a uma organização de seqüestradores e narcotraficantes que comete todos os crimes descritos acima? Conforme estabelece o conceito da ONU, as Farc não podem ser consideradas outra coisa que não uma organização terrorista. Não lutam contra um governo totalitário ou ocupação estrangeira. É como terroristas que as vêem os Estados Unidos e a União Européia. Delinqüentes comuns, eles vivem de seqüestros, tráfico de drogas e extorsão. Terroristas, eles torturam os seqüestrados, cometem atentados a bomba e executam a sangue-frio militares e civis. O debate semântico só existe hoje devido ao apelo feito pelo presidente venezuelano Hugo Chávez, para "o reconhecimento da guerrilha colombiana como forças insurgentes".



5. Qual é a relação da facção com o tráfico de drogas?
As Farc dominam hoje todas as fases para a obtenção da cocaína na Colômbia, a maior produtora mundial da droga. O envolvimento do grupo com o narcotráfico começou no início da década de 90, quando uma ofensiva para erradicar as plantações de folha de coca na Bolívia e no Peru levou os cartéis colombianos a se associar com a guerrilha para o plantio nas áreas rurais sob controle dos esquerdistas. O negócio fez uma tremenda diferença. De guerrilheiros pobres, que tinham perdido a mesada de Cuba, as Farc se tornaram milionárias. Segundo as estimativas oficiais, a atividade rende aos narcoguerrilheiros 590 milhões de dólares por ano.



6. Quantos reféns estão em poder das Farc?
É difícil obter um número preciso. Nos últimos doze anos, cerca de 7.000 seqüestrados passaram pelos cativeiros das Farc. Hoje, há mais de 700 reféns em poder dos guerrilheiros, que aguardam o pagamento de resgate em dinheiro. Destes, 44 reféns são considerados prisioneiros políticos, que as Farc querem trocar por terroristas presos. Não há mais muito sentido econômico nos seqüestros, já que os terroristas têm no narcotráfico uma fonte rentável de financiamento.



7. O que significou a recente libertação de duas reféns?
Para a resolução do conflito, quase nada. A soltura de Clara Rojas e Consuelo González é uma gota d’água num oceano de horror. Serviu principalmente para fortalecer a imagem internacional de Hugo Chávez. Mesmo sendo aliado das Farc, entretanto, o coronel foi enganado por elas mais de uma vez até a libertação. No máximo o gesto pode ter aumentado a pressão sobre o presidente colombiano Álvaro Uribe, para que seu governo reduza as operações militares contra a guerrilha, sob ameaça de não ocorrerem novas libertações.



8. Qual é a posição do governo colombiano sobre o grupo?
Desde o primeiro dia na Presidência da Colômbia, Uribe investiu com firmeza – e tropas especiais treinadas com a ajuda dos Estados unidos – na tarefa de recuperar o controle de seu país não apenas dos comunistas, mas também dos narcotraficantes e das milícias paramilitares de direita. Quando assumiu o cargo, em 2002, estimava-se que a guerrilha comunista circulasse à vontade ou tivesse o controle efetivo de 40% do território colombiano. Essa área era basicamente de florestas e montanhas de difícil acesso. Seu governo empurrou os terroristas aos grotões e conseguiu diminuir o número de seqüestros aumentando o contingente policial e criando unidades especializadas em combater especificamente esse tipo de crime. Graças a Uribe, os índices de criminalidade colombianos atingiram em 2005 os níveis mais baixos em 20 anos. Há nele uma motivação pessoal nesta luta: seu pai foi assassinado pelas Farc em 1983.



9. Quem se alia ao governo no combate às Farc?
O governo colombiano tem na maior potência do mundo o seu principal aliado na luta contra os narcoguerrilheiros: os Estados Unidos. Uribe é o melhor amigo da Casa Branca na América do Sul, o que lhe permitiu implementar uma cooperação militar com Washington que tem rendido bons frutos. Apesar de ele ser um dos raros presidentes que podem ser levados a sério nos países fronteiriços com o Brasil, o governo Lula é daqueles que tratam Uribe com frieza. O presidente brasileiro não deixou de classificar, porém, os atos das Farc como “abomináveis” no início de 2008.



10. E quem as apóia?
Na linha de frente do cenário internacional, as Farc têm o apoio de Hugo Chávez. O caudilho venezuelano sustenta que a organização tem um projeto político legítimo, que ele associa ao seu próprio socialismo bolivariano. Sua proposta de retirar o nome das Farc da lista de grupos terroristas internacionais recebeu um único apoio – o do presidente Daniel Ortega, da Nicarágua, cujo passado inclui a tomada do poder pela força das armas. Fora isso, há em lugares da Europa uma visão romântica da guerrilha, especialmente por parte dos governos da França e da Espanha, que pressionam Uribe para negociar um acordo que liberte os reféns mais conhecidos. Passam longe de apoiar os criminosos, contudo.

Obs.: faltou dizer que as FARC são membro do Foro de São Paulo (FSP), grupo criado por Fidel Castro e pelo PT do Lula.




11. O que a população colombiana pensa das Farc?
Os colombianos também não têm dúvida sobre o assunto: as mais recentes pesquisas de opinião realizadas no país mostram que 93% da população se opõe às Farc. Desde 2000, quando o Instituto Gallup começou a monitorar o conceito do grupo terrorista entre os colombianos, a rejeição se mantém acima dos 87%.



12. Existem outros grupos políticos criminosos na Colômbia?
Além das Farc, os colombianos ainda são obrigados a conviver com outros dois grupos igualmente violentos, embora não tão poderosos. O primeiro é o Exército de Libertação Nacional, o ELN, criado em 1962 por um grupo de jovens colombianos que foram a Cuba aprender técnicas de guerrilha. O ELN já foi o principal movimento da Colômbia, mas perdeu seu poder com a derrocada do regime cubano, e hoje conta com apenas 3.000 homens. Mais numerosas que eles são as tenebrosas organizações paramilitares que, a pretexto de combater os dois grupos guerrilheiros, adotaram os métodos dos rivais e aplicaram-nos contra a mesma população que já sofria nas mãos de Farc e ELN. Estima-se que as Autodefensas Unidas de Colômbia (AUC), o maior grupo paramilitar, conte hoje com até 30.000 homens.

Já não podemos dizer nada!

Já não podemos dizer nada!

Edição de Artigos de Quarta-feira do Alerta Total http://alertatotal.blogspot.com

Por Sandra Cavalcanti

Em 14 de de abril de 1930, aos 36 anos, Vladimir Maiakóvski, o maior poeta russo da era contemporânea, deu um fim trágico à sua atormentada vida. Matou-se porque perdeu toda a esperança e se viu diante de uma estrada sem saída.

Sua obra é absolutamente revolucionária, como revolucionárias eram as suas idéias. Mas o poeta, dizia ele, por mais revolucionário que seja, não pode perder a alma!

Ele acreditou piamente na Revolução Russa e pensou que um mundo melhor surgiria de toda aquela brusca e violenta transformação. Aos poucos, porém, foi percebendo que seus líderes haviam perdido a alma.

A brutalidade crescia. A impunidade era a regra. O desrespeito às criaturas era a norma geral. Toda e qualquer reação resultava em mais iniqüidades, em mais violência. Um stalinismo brutal assolou a pátria russa. Uma onda avassaladora de horror e impotência tomou conta de seu espírito, embora ainda tentasse protestar. Mas foi em vão. Rendeu-se e saiu de cena.
Em 1936, escreveu Eduardo Alves da Costa o poema No caminho com Maiakóvski, que resume sua desoladora tragédia.

"... Na primeira noite eles se aproximam/ e roubam uma flor/ de nosso jardim./ E não dizemos nada./ Na segunda noite, já não se escondem:/ pisam as flores,/ matam nosso cão,/ e não dizemos nada./ Até que um dia,/ o mais frágil deles/ entra sozinho em nossa casa,/ rouba-nos a luz e,/ conhecendo nosso medo,/ arranca-nos a voz da garganta./ E já não podemos dizer nada."

Nestes tristes tempos, muitos estão vivendo as angústias desabafadas neste poema. Também acreditaram em líderes milagrosos, tiveram esperanças em dias mais serenos, esperaram por oportunidades melhores e sonharam com paz e alegria. Nunca imaginaram que, em seu lugar, viriam a impunidade, a violência, o rancor e a cobiça. Os que chegaram ao poder, sem nenhuma noção de servir ao povo, logo revelaram a sua verdadeira face.

O País está vivendo uma fase de completo e total desrespeito às leis. A Lei Maior, aquela que o País aprovou por meio de seus representantes, não existe. Para uns, todas as leniências. Para outros, todos as violências. Nas grandes cidades, dois governos, duas autoridades: a tradicional e a dos marginais.

No campo, ausência de direitos e deveres. Uma malta de desocupados, chefiados por líderes atrevidos e até debochados, está conseguindo levar o desassossego e a insegurança aos milhões de trabalhadores rurais que ali se esforçam para sobreviver. Isso já vem acontecendo há muito tempo e não há sinal de que alguma autoridade pretenda submetê-los às penas da lei. Ao contrário. Eles gozam de imenso prestígio junto ao presidente, que não se acanha em lhes dar cobertura e agir com a maior cumplicidade.

A ausência das autoridades tem sido o grande estímulo para que esses grupos, e outros que vão surgindo, venham conseguindo, num crescendo de audácia e desrespeito, levar o pânico aos que vivem do trabalho no campo. A mesma audácia impune garante também a expansão das quadrilhas de narcotraficantes em todo o País. A cada dia que passa eles chegam mais perto de nós.

Se examinarmos com atenção os acontecimentos destes últimos dois anos, dá para entender o nosso medo. Quando explodiu o caso do Waldomiro Diniz, as autoridades estavam na obrigação de investigar tudo e dar uma punição exemplar. O que se viu? Uma porção de manobras para encobrir os fatos e manter os esquemas intocáveis. E qual foi a reação do povo? Nenhuma.
Roubaram uma flor de nosso jardim, a flor da decência, da dignidade, da ética, e nós não dissemos nada!

Quando, da noite para o dia, dezenas de deputados largaram suas legendas e se bandearam para as hostes do governo, era preciso explicar tão misteriosa adesão. O que se viu? Uma descarada e desafiadora alegria no alto comando do País! E qual foi a reação do povo? Nenhuma.
Eles nem se esconderam. Pisaram em nossas flores, mataram o cão que nos podia defender. E nós não dissemos nada!

Quando um parlamentar, que integrava a tal maioria, veio denunciar o uso de recursos públicos, desviados de forma indecente, com a conivência dos altos ocupantes do governo, provando que a direção do PT e do governo sabiam de tudo e de tudo se haviam aproveitado, qual foi a reação do povo? Nenhuma.

Eles nem se importaram com o fato de terem sido descobertos. O mais frágil deles entrou em nossa vida, roubou a luz de nossas esperanças e, conhecendo o nosso medo, ainda se deu ao luxo de arrancar a nossa voz da garganta!

Será que vamos aceitar? Não vamos dizer nada? Será que o povo brasileiro perdeu de vez a sua capacidade de se indignar? A sua capacidade de discernir? A sua capacidade de punir?
Acho que não. Torço para que isso não esteja acontecendo. Sinto, por onde ando e por onde vou, que lá no mar alto uma onda de nojo está crescendo, avolumando-se, preparando-se para chegar e afogar esses aventureiros. Não se trata, simplesmente, de uma questão eleitoral. Não se cuida apenas de ganhar uma eleição. O importante é não perder a alma. O direito de sonhar. A vontade de viver melhor.

Colocar este momento como uma simples luta entre governo e oposição é muito pouco. E derrotá-los, simplesmente, também é muito pouco, diante do crime que eles praticaram contra as esperanças de um povo de boa-fé. O que vai hoje na alma das pessoas é o corajoso sentimento de que é preciso vencer o pavor e o pânico diante da audácia dessa gente, não permitindo que eles nos calem para sempre. Se não forem enfrentados, se não forem punidos, se seus métodos e processos não forem repudiados, nosso futuro terá sido roubado. Nossa voz terá sido arrancada de nossa garganta.

E já não poderemos dizer nada.

Sandra Cavalcanti, professora, foi deputada federal constituinte, secretária de Serviços Sociais no governo Lacerda, fundadora e presidente do BNH

Postado por Alerta Total de Jorge Serrão às 08:52

Lidando com Externalidades

por João Luiz Mauad em 26 de fevereiro de 2008

Resumo: Embora se espere que os políticos ajam de acordo com o “interesse público”, suas decisões envolvem a utilização de recursos alheios, e não dos seus próprios. E é aí que mora o problema.

© 2008 MidiaSemMascara.org


Externalidade é o conceito utilizado pelos economistas para definir as conseqüências (custos ou benefícios a terceiros) não-intencionais derivadas das ações humanas, sejam elas individuais ou, principalmente, de governo.

O conceito de externalidade é uma das pedras angulares da ciência econômica e sua origem remonta aos tempos de Sir Adam Smith, cuja metáfora mais famosa – "a mão invisível" – é justamente um exemplo de "externalidade positiva". Segundo o mestre escocês, cada indivíduo, tendo em vista unicamente o seu próprio ganho, é levado, como que guiado por uma mão invisível, a promover um fim que não fazia parte de suas intenções, qual seja, o interesse geral da sociedade.

Em frente ao meu apartamento, há uma bela casa com piscina. Recentemente, foi construído um edifício residencial no terreno ao lado. O novo prédio, provavelmente, gerou lucros (intencionais) ao construtor, emprego e renda a um sem-número de pessoas envolvidas direta ou indiretamente no projeto, bem como o virtual aumento de bem-estar aos compradores dos novos apartamentos. Os custos e benefícios derivados das ações econômicas dos indivíduos e empresas que tomaram parte na empreitada, assim como o incremento do bem-estar dos adquirentes, estão refletidos nos preços pagos e recebidos por cada um, os quais, por sua vez, são ditados pelas leis da oferta e da demanda. Portanto, presume-se que todas as partes, direta e voluntariamente envolvidas em determinada transação econômica, estão beneficiando-se dela.

No caso mencionado, entretanto, houve uma terceira parte, não envolvida direta ou intencionalmente na transação imobiliária, porém afetada de forma negativa pela construção. Os moradores da bela casa ao lado perderam várias horas de sol diárias em sua piscina, além de mais um pouco da sua privacidade, já um tanto comprometida pelos prédios em frente, inclusive o meu. Muito poucos são aqueles que jamais passaram por situações desagradáveis semelhantes, sem que muito pudessem fazer além de tentar o improvável consolo de uma indenização amigável ou judicial.

Na ausência de externalidades significativas, como no exemplo acima, as ações econômicas dos cidadãos, como bem inferiu Adam Smith, tendem a promover o interesse geral da sociedade, ainda que interesses particulares localizados possam ser afetados negativamente. Há casos, no entanto, onde as externalidades negativas são de tal ordem e os terceiros prejudicados tão numerosos, que o empreendimento passa a ser desinteressante para a sociedade. Alguns economistas chamam a isso de "falha de mercado". O exemplo clássico é a implantação de indústrias poluidoras do ar em zonas residenciais. Dependendo do caso, por maiores que possam ser os benefícios derivados da atividade industrial, como a geração de empregos, aumento da arrecadação de impostos e da atividade econômica como um todo, o custo da poluição (consequência não-intencional) será mais significativo.

Os economistas divergem sobre a melhor forma de lidar com as ditas "falhas do mercado". Alguns defendem a intervenção dura e coercitiva do governo, enquanto outros, mais liberais, acham que os indivíduos e a sociedade são perfeitamente capazes de criar mecanismos e instituições privadas para a resolução desses problemas.

Há inúmeros potenciais meios de promover o interesse geral quando as externalidades estão envolvidas. A solução de mercado mais efetiva para a correção do problema se dá através da “internalização” dos custos e benefícios de terceiros. No caso citado, os construtores deveriam indenizar o dono da casa vizinha pelo prejuízo causado. Tal custo deveria fazer parte do orçamento inicial do empreendimento. No entanto, “internalizar” custos e benefícios não é assim tão simples, especialmente porque os valores envolvidos são de difícil dimensionamento, na maioria das vezes por tratarem-se de valores subjetivos.

Na verdade, os efeitos indiretos das transações humanas são muito difíceis de quantificar e precificar, além de muitas vezes envolverem preferências individuais da população inteira. Freqüentemente, os interesses são conflitantes e não há como estabelecer quais preferências devem prevalecer e quais devem ser deixadas de lado. Normalmente, todas as partes envolvidas pretendem “puxar a brasa para a própria sardinha”, uma característica humana há muito conhecida.

Portanto, quando as externalidades são significativas e é pouco provável que se possa chegar a um consenso sobre valoração das preferências individuais, um outro método é posto em prática, não somente para tentar agregar as escolhas individuais, como para impor a solução da maioria. Grosso modo, a política é o meio utilizado para agregar estas escolhas e o governo, com seu poder coercitivo, a ferramenta.

Embora se espere que os políticos ajam de acordo com o “interesse público”, suas decisões envolvem a utilização de recursos alheios, e não dos seus próprios. E é aí que mora o problema. Como os recursos não lhes pertencem e seus donos são dispersos, os incentivos para a sua boa utilização são fracos. Em contraste, eles serão assediados diuturnamente por grupos de interesse e pressão muito bem organizados, cujos ganhos advindos de uma decisão política que lhes seja proveitosa são normalmente imensos. Não por acaso, estes grupos de interesse – grandes empresas, sindicatos, etc. – são os maiores contribuintes de campanhas eleitorais.

O melhor exemplo de externalidade negativa, derivada de ações políticas equivocadas, são as leis protecionistas. Os ganhadores são grupos concentrados (sindicatos de empresas e trabalhadores), com alto poder de influência junto a políticos e burocratas, enquanto os perdedores são todos os consumidores, que pagarão preços mais caros pelos produtos cuja importação esteja taxada. O prejuízo individual de cada consumidor muitas vezes é até pequeno, mas a conseqüência em termos de agregados econômicos é devastadora.

Quanto mais liberal é o governo, menor é a sua tendência para interferir nos assuntos do mercado. Os liberais estão perfeitamente cientes de que, ao contrário das ações individuais no mercado (cujo alcance é limitado), as ações de governo – especialmente as normativas e regulamentadoras – possuem uma capacidade quase ilimitada de produzir externalidades, cujos efeitos se espalham sobre uma multidão incontável de pessoas. Mas o pior de tudo – mesmo! – é que leva muito mais tempo para corrigir os danos causados por uma ação equivocada de governo do que os prejuízos causados pelas ações e escolhas dos indivíduos no mercado.

O conflituoso encontro britânico com a lei islâmica

por Daniel Pipes em 26 de fevereiro de 2008

Resumo: As transformações defendidas nas leis e relações familiares na Inglaterra, buscando uma política de apaziguamento em relação ao islã, representam tendências que estão pondo em xeque e talvez mudem a natureza mesma da vida ocidental.

© 2008 MidiaSemMascara.org


Abaixo da superfície enganosamente plácida da vida cotidiana, a população britânica está comprometida com um grave e importante encontro com o Islã. Três acontecimentos no início de fevereiro, cada um deles culminando tendências existentes há anos – e não apenas ocorrências fortuitas – exemplificam as mudanças ora em curso.

No primeiro, o governo do Reino Unido decidiu que o terrorismo praticado por muçulmanos, em nome do Islã, na realidade não é relacionado ao Islã, mas é, até mesmo, anti-islâmico. Essa noção assentou raízes em 2006, quando o Ministério das Relações Exteriores [Foreign Office] britânico, temendo que a expressão “guerra ao terror” pudesse inflamar os muçulmanos britânicos, buscou uma linguagem que sustentasse “valores comuns como um meio de confrontar terroristas”. Por volta do início de 2007, a União Européia publicou um manual reservado que bania as palavras jihad, islâmico e fundamentalista quando em referência ao terrorismo, oferecendo algumas expressões alternativas “não-ofensivas”. No último verão [2007], o primeiro-ministro Gordon Brown proibiu seus ministros de usar a palavra 'muçulmano' em conexão com terrorismo. Em janeiro de 2008, a Ministra do Interior, Jacqui Smith, foi além, ao descrever o terrorismo como verdadeiramente “anti-islâmico”. E na primeira semana de fevereiro, o Ministério do Interior [Home Office] completou a ofuscação e atordoamento ao lançar um livro de expressões que instrui funcionários civis a referirem-se apenas ao extremismo violento e a assassinos criminosos [sic], mas não a extremismo islâmico ou a fundamentalistas-jihadistas.

No segundo acontecimento, e novamente culminando vários anos de evolução, o governo britânico agora reconhece casamentos polígamos. O governo mudou as regras nos Regulamentos de 2003 dos Créditos Tributários (Casamentos Polígamos): anteriormente, somente uma mulher poderia herdar bens, livres de impostos, do marido falecido; a nova legislação permite que múltiplas esposas possam herdar livres de impostos, desde que a o casamento tenha sido contraído onde a poligamia é legal, tal como na Nigéria, Paquistão, ou na Índia. Numa questão correlata, o Departamento para o Trabalho e Pensões começou a emitir pagamentos extras para haréns e benefícios tais como auxílio desemprego, subvenções para moradia e descontos nos impostos locais sobre o valor dos imóveis [NT: algo equivalente a descontos no IPTU, antes limitado a pessoas que viviam sozinhas ou a pessoas com algum tipo de vulnerabilidade]. Na última semana [primeira semana de fevereiro] surgiram notícias de que, após uma reavaliação que durou um ano, quatro departamentos governamentais britânicos (Trabalho e Pensões, Tesouro [Fazenda], Rendas e Alfândega, Ministério do Interior) concluíram que o reconhecimento formal da poligamia é “a melhor opção possível” para o Governo de Sua Majestade.

No terceiro evento, o arcebispo de Canterbury (anglicano), Rowan Williams, endossou a aplicação de partes da lei islâmica (a Shari’a) na Grã-Bretanha. “Adotar seus elementos civis”, explicou o arcebispo Williams, “parece inevitável” porque nem todos os muçulmanos britânicos relacionam-se com o sistema legal existente e a aplicação da Shari’a ajudá-los-ia em sua coesão social. Quando muçulmanos puderem ir a uma corte civil islâmica, não precisarão se ver em face “das rigorosas alternativas entre a lealdade cultural e a lealdade ao país”. E Williams ainda alertou que continuar a insistir no “monopólio legal” do direito consuetudinário britânico traria “algum perigo para o país”.

O primeiro-ministro Brown criticou severa e imediatamente a sugestão de Williams em declaração oficial através de seu gabinete: “A lei da Shari’a não pode ser usada como uma justificativa para cometer violações à lei britânica, nem pode o princípio da lei da Shari’a ser usado numa corte civil... o primeiro-ministro acredita que a lei britânica deva ser a lei aplicada neste país, baseada nos valores britânicos”. As críticas a Williams vieram de todos os lados do espectro político – de Sayeeda Warsi, muçulmano membro do Partido Conservador (Tory) e ministro do gabinete de oposição[1] para ação social e coesão da comunidade; Nick Clegg, líder dos Liberal-Democratas; e Gerald Batten, do Partido da Independência do Reino Unido. Grupos seculares e cristãos opuseram-se a Williams. Da mesma forma agiu Trevor Phillips, chefe da comissão de igualdade. A Igreja Anglicana na Austrália condenou sua proposta, como também o fizeram proeminentes figuras da sua própria igreja, incluindo o seu predecessor, Lord Carey. Melanie Phillips classificou seu raciocínio de “extraordinariamente confuso, absurdo e errado”. O jornal The Sun afirmou em editorial que “É fácil descartar o Arcebispo de Canterbury como um bode velho e tolo. Na verdade, ele é uma perigosa ameaça ao nosso país”. O editorial concluiu de forma acerba: “O Arcebispo de Canterbury está na igreja errada”.

Apesar de amplamente condenado e rejeitado (e correndo o risco de perder o emprego)[2], Williams pode estar certo quanto à inevitabilidade da Shari’a, posto que esta já está se entrincheirando no Ocidente. Um ministro da justiça holandês anunciou que “se dois terços da população holandesa desejassem introduzir a Shari’a amanhã, então a possibilidade deveria existir”. Um juiz alemão recorreu ao Corão num rotineiro caso de divórcio. Um sistema paralelo de tribunais gar somalis[3] já existe na Grã-Bretanha.

Essas transformações sugerem que o apaziguamento britânico concernente à guerra ao terror, à natureza da família e ao império da lei são parte de um padrão mais amplo. Ainda mais do que a ameaça à segurança apresentada pela violência islâmica, essa tendências estão pondo em xeque e talvez mudem a natureza mesma da vida ocidental.

[1] NT: O gabinete de oposição, ou Shadow Cabinet, é um experimentado grupo de porta-vozes da oposição nos sistema Westminster de governo, que juntos, sob a condução do líder da oposição, formam um gabinete alternativo, cujos membros fazem sombra (shadow), acompanhando as ações de cada membro do gabinete do governo. É responsabilidade do gabinete de oposição criticar as ações do governo, mas têm também a responsabilidade de apresentar políticas alternativas.

[2] NT: Desde Henrique VIII, o Arcebispo de Canterbury era nomeado pelo monarca inglês. Atualmente a escolha é feita pelo primeiro-ministro, em nome do Soberano, a partir de uma curta lista de dois nomes selecionados por um comitê ad hoc denominado Comissão de Nomeações da Coroa.

[3] NT: Os tribunais gar são reuniões clandestinas de famílias somalis que operam um sistema de compensações por violências, danos e injúrias sofridos.

Publicado originalmente no Jerusalem Post, em 13/02/2008.

Também disponível em danielpipes.org

Tradução: MSM