quinta-feira, 30 de abril de 2009

Democracia e Violência

Mídia Sem Máscara

Se o raciocínio do bandido bom seduz a atividade dos Direitos Humanos (que como dá pra perceber, é dominado pela esquerda), o mesmo princípio se aplica aos tiranos, ditadores, genocidas e terroristas combatidos pelas democracias. No âmbito interno, a condescendência deles com os criminosos é uma afronta ao Estado de Direito; e o pacifismo internacional é uma arma poderosa contra as nações democráticas em escala internacional, em favor do totalitarismo.

É interessante notar, historicamente, o posicionamento de certos pacifistas, quando condenam algum tipo de guerra declarada em nossas democracias. Eles saem pelas ruas protestando contra as ações de seus governos e, inclusive, boicotam seus desdobramentos. Na mídia, chegam a demonizar os seus líderes políticos e seus próprios países. Eles partem do pressuposto ingênuo de que a paz é um ato de inércia, uma complacência com as nações inimigas, onde basta depor as armas e tudo será um paraíso do Éden. Se existe a ingenuidade, há também os demagogos. Recentemente, o presidente dos EUA, Barack Obama, expôs seu desejo de ver um mundo sem armas nucleares, comovendo os seus patéticos seguidores e admiradores. A declaração torna-se mais cômica ainda, quando horas depois, a Coréia do Norte joga um míssil sobre o mar do Japão e o Irã ameaça ter seu arsenal atômico, apontando bombas nucleares para Israel e para os próprios EUA.


Se o pacifismo na política externa é um desastre, que dirá no quesito da segurança pública? Os ativistas dos Direitos Humanos confundem a defesa das garantias individuais com a renúncia completa da proteção da sociedade contra a violência e os criminosos. No linguajar deles, o Estado não deve impor penas mais pesadas ou punir bandidos com severidade. Tudo o que o Estado tem a fazer é ser um elemento “ressocializador” do indivíduo, como se a criminalidade compreendesse altos valores morais, como se o assaltante ou estuprador médio fosse uma criança que apenas deveria ser advertida e mimada. Ou então, como se a polícia ou o judiciário devesse fazer caricias ao patife. Na pior das hipóteses, eles pregam a inépcia do Estado e o desarmamento da sociedade civil. Há até uma inversão de valores embutida: é disseminada a crença de que o criminoso é uma “vítima” da sociedade que deve ser poupada do Estado. E a vítima real, propriamente dita, do bandido, é um agente culpado pela ação do criminoso. Daí a histeria quando um bandido é morto por policiais. E a mais completa indiferença, quando uma mulher é estuprada ou o policial honesto é morto. Claro, o perigo mesmo não é o bandido ter armas; é o cidadão comum tê-las. A propaganda do desarmamento civil, insuflada pela imprensa e apoiada pelo governo, pregava a idéia idiota de que as armas matavam sozinhas. Ou que o cidadão médio, incapaz de usá-las, deveria ser totalmente dependente do Estado para sua proteção, revogando seu direito natural de legítima defesa. No geral, só duas castas sociais poderiam estar armadas, a polícia e o bandido, e o cidadão comum ficaria a mercê dos dois. O Estado não seria um complemento para a segurança publica; seria justamente usado para boicotá-la, através da proibição do uso de armas entre a população honesta, para sua proteção. O “pacifismo” hipócrita dessas militâncias se coaduna perfeitamente com a apologia do crime e o total desamparo da sociedade civil.

No entanto, a defesa dos Direitos Humanos soa estranha: como se pode defender o direito de alguém sem segurança? Alguém objetará que a tortura e o abuso policial devem ser condenados. Isso é também correto. Porém, por que se condena tão somente a tortura policial, quando na verdade há condescendência, senão cumplicidade, com a tortura imposta pelo criminoso? Não há nada concreto nos gloriosos pacifistas dos Direitos Humanos neste sentido. Pelo contrário, cada vez mais eles inventam pretextos para obstar a ação da polícia e inspiram uma legislação que, na prática, é uma completa licenciosidade com o crime, levando à impunidade.

É paradoxal que a militância dos Direitos Humanos seja tão pusilânime quando o bandido mata uma pessoa comum, e chegue a ser tão draconiana, quando se mata um ativista social qualquer. A morte da “freira missionária” Dorothy Stang (coloco entre aspas, porque tenho lá minhas dúvidas) fez com que a mesmíssima turma dos Direitos Humanos exigisse “punição rigorosa” aos assassinos! O mesmo raciocínio se aplica ao massacre de Eldorado dos Carajás e de Carandiru. O discurso dá uma reviravolta radical. Não é estranho? Esse pessoal passou anos criticando a dureza das penas e da ação da polícia e, de uma hora pra outra, muda radicalmente a ladainha, adotando o mesmo raciocínio do cidadão médio que é acusado de ser “fascista” por pedir justiça. Isso porque a choradeira em torno de Carandiru é de uma hipocrisia descomunal: por mais arbitrária que tenha sido a ação da polícia, os presos rebelados fizeram as piores barbaridades na cadeia, queimando colchões, decapitando presos rivais e cometendo outras demais atrocidades, além de ameaçar a vida da própria polícia. Todavia, bandido é intocável, salvo quando mata ativista social. Ou mais, bandido bom é aquele que tem “consciência social”: mata policial e cidadão comum e domina a favela.

Se o raciocínio do bandido bom seduz a atividade dos Direitos Humanos (que como dá pra perceber, é dominado pela esquerda), o mesmo princípio se aplica aos tiranos, ditadores, genocidas e terroristas combatidos pelas democracias. No âmbito interno, a condescendência deles com os criminosos é uma afronta ao Estado de Direito; e o pacifismo internacional é uma arma poderosa contra as nações democráticas em escala internacional, em favor do totalitarismo. São duas forças que desestabilizam a sociedade civil, tanto interna, quanto externamente, sujeitando-a as piores ameaças.

O cidadão médio do país democrático não gosta da violência, não gosta da guerra. Acostumado ao conforto e benesses de uma sociedade de direitos, a guerra, como a violência, parece algo que ameaça seu conforto, sua paz. Daí o discurso pacifista seduzi-lo, como se a sociedade de direitos não devesse ser defendida contra seus inimigos, como se a sociedade democrática mesma não houvesse inimigos. É como se a paz de sua casa ou de seu país não tivesse a necessidade de ser protegida pelas armas ou pelo exército.

Mas há uma contradição neste pensamento. O que difere a democracia das tiranias não é a ausência de força ou de guerra e sim a racionalização e a justificativa moral dos meios da violência. Os princípios da legitima defesa e da guerra justa são justificativas morais da ação violenta, quando há a provocação injusta. Só que nas democracias, a violência, embora existente, é limitada e usada apenas em casos muito particulares. Entretanto, ela existe e é um mal necessário, quando a outra parte se recusa a atitude pacífica ou conciliatória. A democracia só pode estabelecer uma ordem se tiver meios coercitivos de impor suas leis e a sua soberania. A lei sem espada é letra morta. O Estado sem armas é inepto.

Já no Estado totalitário, a violência ilimitada é regra, é expediente comum, e a arbitrariedade do poder se coaduna com a completa ausência de leis e indiferença ao ser humano. Se na vida social, o cidadão médio é mera engrenagem descartável do governo, que pode ser dispensado como algo inconveniente ou nulo, no caso da guerra, o Estado totalitário não tem nada a perder, porque a burocracia que comanda despreza o povo. Os direitos individuais simplesmente não interessam. É o povo escravizado e reprimido que vai pagar o preço. Daí estes modelos políticos estarem mais propensos a guerra e saberem explorar, como ninguém, as fraquezas das democracias. Porque guerrear é expandir os domínios. E a liberdade e o bem estar, que são as comodidades dos sistemas democráticos, tornam as democracias particularmente vulneráveis às tramóias e engodos totalitários. Até porque existe uma tendência maldita dentro das democracias de fazer prevalecer o bem estar, em detrimento, por vezes, da liberdade. Ou, no mais, de prevalecer a idéia de liberdade sem a devida obrigação de preservá-la. Uma contradição, pois se a ideologia totalitária promete o bem estar social sem liberdade, ela acaba destruindo as duas coisas. Neste aspecto, o pacifismo é o conformismo, a covardia moral das democracias. Os ditadores do século XX souberam entender perfeitamente esse mero detalhe do caráter e espírito das pessoas destas nações. Eles conseguiram ir mais além; superaram a visão turva das lideranças dos países democráticos, tão cegos quanto o povo, no desejo do conforto e da paz. Lênin, Stálin e Hitler escarneciam do pacifismo como um capricho tolo das democracias.

Na década anterior à segunda guerra mundial, a Europa pipocava de pacifistas insanos, que desarmavam as democracias, na mesma época em que se via a ascensão de Hitler e de Stálin. França e Inglaterra se recusaram a guerrear contra a Alemanha quando esta ainda era militarmente fraca e os nazistas souberam perfeitamente explorar o desejo de paz mundial pelos seus desejos de guerra. O tacanho primeiro-ministro inglês Chamberlain trazia um papel assinado por Hitler, garantindo a paz européia e deixando para trás os tchecos à rapinagem do exército alemão. E quando a União Soviética, aliada dos nazistas, entrou no centro de operações militares da guerra, invadindo a Polônia, conjuntamente com as tropas nazistas, a Europa despertou tarde demais para o pesadelo que sofreria anos depois.

É claro que o pacifismo, basicamente, é também uma arma de guerra. O Partido Nazista e o Partido Comunista estavam por trás da sólida campanha de desarmamento da Europa democrática, financiando títeres e colaboradores na imprensa e na opinião pública. Se o pacifismo sonha com o mundo de paz, ele tem sua inquisição ideológica. Líderes como Churchill e De Gaulle eram malvistos justamente porque previram a guerra e sentiam a necessidade de precipitá-la, para evitar algo pior. O general De Gaulle dizia em alto e bom som: a França está militarmente obsoleta em relação a Alemanha e será derrotada por ela. Porém, o pragmatismo destes políticos se esbarrou na cegueira convencional do pacifismo, do horror à guerra, que era, naquele momento, inevitável.

Outro exemplo clássico é a guerra do Vietnã. Um mito disseminado entre a mídia e nos livros de história é a de que os EUA sofreram uma derrota militar no sudeste asiático. Contudo, isso é uma falácia. A ofensiva do Tet, que a imprensa esbraveja como vitória comunista, foi uma das maiores derrotas militares do exército de Ho Chi Min, tendo sido destroçado dois terços do exército do Vietnã do Norte. Na prática, os americanos retrocederam com a guerra ganha. E por que esse milagre? Mais uma vez a onda pacifista e de propaganda de desinformação boicotou a vitória militar de uma nação. A maior arma contra os EUA na guerra do Vietnã foi a imprensa, seja em escala nacional e mundial, cúmplice da esquerda ou mesmo esquerdista e simpática aos comunistas. O boicote ao país foi tão intenso, a demonização do exército americano foi tão profunda, que isso fez reverter todo o espírito de luta em favor de um inimigo invisível (a União Soviética e a China, que apoiavam o Vietnã do Norte). Ou seja, a “subversão ideológica”, que minou o moral das tropas americanas e a vontade do país de vencer a guerra.

Os vietnamitas comunistas, fiéis servos de Moscou e de Pequim, foram retratados pela imprensa americana e por uma boa parte da mídia mundial como “libertadores”. Quando os americanos foram embora, em 1975, a Indochina foi subjugada por uma assustadora tirania e o Camboja experimentou um dos mais monstruosos casos de genocídios da história humana, com a empreitada do khmer vermelho. Claro que os pacifistas de última hora ignoraram o destino dos vietnamitas, laocianos e cambojanos assassinados aos milhões ou trancafiados em campos de concentração pelos governos comunistas. Em alguns casos, eles continuaram a defender esses regimes, mesmos sabendo de seus crimes, muito piores do que a guerra.

A mesma apelação é visível na guerra do Iraque, quando os EUA derrubaram o regime de Saddam Hussein. Os americanos são criminalizados pela mídia mundial, na mesma proporção em que o ditador iraquiano é sacralizado, elevado nas auras da benevolência, junto com a chamada “resistência iraquiana”, que é um bando de terroristas fanáticos que não possuem escrúpulos quando explodem bombas em Bagdá e matam civis. O mesmo sentido se aplica a Israel, na guerra de Gaza. A mídia mundial denuncia as supostas atrocidades israelenses e esconde da opinião pública os crimes comprovados do grupo terrorista Hamas. O pacifismo, por assim dizer, é para inibir o direito das democracias de se defenderem. Na verdade, é também unilateral: os pacifistas são capazes de defender a mais violenta hostilidade das nações totalitárias e, ao mesmo tempo, compactuar com a sujeição humilhante das democracias.

A onda demagógica de pacifismo do presidente Barack Obama com o Irã e o mundo islâmico soa como traição, como farsa. E a omissão atual dos EUA com a América Latina é uma cegueira geopolítica de proporções imprevisíveis. O mundo, para o bem e para o mal, já está em uma situação de guerra. O ditador iraniano Amadinejah já prepara sua primeira bomba atômica, hostilizando Israel; o islã fanático há muito é uma ameaça ao mundo ocidental e declara abertamente destruí-lo através do jihad e do terrorismo; a Coréia do Norte hostiliza o Japão e a Coréia do Sul; e Hugo Chavez da Venezuela declara abertamente o desejo de convulsionar a América Latina e varrer as democracias do continente sul-americano. Sem contar a China e a Rússia, que são uma incógnita à parte neste processo. Em suma, o pacifismo é uma notória cretinice.

A paz não é inércia, é equilíbrio de forças que se consagra pela diplomacia, mas que se preserva pelo uso das armas. O mundo só não está numa guerra declarada porque existe o exército americano para contrapor às forças totalitárias existentes no mundo. As hordas comunistas e islâmicas ainda temem as tropas do ocidente. Enquanto houver ditadores nas ruas e nações fora-da-lei, tais como os bandidos nas cidades, haverá a necessidade de polícia e de exército para preservar a ordem pública. A inércia dos pacifistas de última hora não é a paz, é a derrota.

Diabólicas pelo direito de matar

Mídia Sem Máscara

A esses grupos feministas, tão cheios de direitos, poder-se-ia perguntar: e o direito do feto, desse ser humano ainda tão frágil, em fase de crescimento, onde fica?

Em 2000, houve um embate na TV Educativa, entre Sandra Cavalcanti e uma integrante do grupo denominado "Católicas pelo Direito de Decidir". O assunto em pauta era o aborto. A moça dita "católica" pregava a livre prática do aborto, por achar que essa é uma questão que só cabe à mulher decidir. Sandra, ao contrário, fez uma argumentação tão sólida contra a prática do holocausto infantil que desmoralizou completamente a opinião simplista e farisaica da moça pró-infanticida, não deixando pedra sobre pedra a respeito do assunto, não permitindo nenhuma reação da adversária, que apenas repetia mecanicamente as palavras "direito" e "decidir", como se com isso pudesse justificar o crime que estava propondo no debate.

Invariavelmente, todos os grupos feministas pró-assassinato de fetos humanos alegam o "direito" total sobre seu próprio corpo, não levando em conta qualquer ordem moral ou social a não ser o de sua vaidade e de seu intolerante individualismo. Para não parecer crime, elas maquiavelicamente fazem um sutil jogo de palavras, substituindo "assassinato" por "aborto" e, arvorando-se no direito imperial de serem juízas de tudo, utilizam ad nauseam sempre as mesmas palavras ocas como "direito" e "decidir", que nada dizem, apenas encobrem sua compulsão de matar.

Ora, uma mulher tem direito total sobre seu corpo no que se refere a seu embelezamento, cuidar da saúde, fazer tratamento das varizes, cortar ou tingir os cabelos, colocar um vestido atraente, fazer ginástica. Tem todo o direito de decidir em dirigir um carro, de estudar, de trabalhar, de comer, de dormir, de cortar as unhas. Tem todo o direito de abrir uma cartela com pílulas anticoncepcionais, se não conseguir manter as pernas fechadas. Tem o direito de decidir se vai fazer xixi agora ou daqui a quinze minutos. Nunca, porém, tem o direito de dispor sobre a vida de um ser humano igual a ela, gerado em seu próprio ventre, expelindo o feto como se fosse um cocô.

A esses grupos feministas, tão cheios de direitos, poder-se-ia perguntar: e o direito do feto, desse ser humano ainda tão frágil, em fase de crescimento, onde fica? Qual a diferença entre um ser humano que tenha um dia, um mês ou um ano de idade? Os antigos chineses (não os carrascos infanticidas comunistas da atualidade) não estavam corretos, em sua milenar sabedoria, em contar a idade da pessoa a partir de sua concepção? Qual a diferença entre matar um feto humano e matar um menino na chamada "chacina da Candelária"? Qual a diferença entre matar uma criança com nove meses de vida, que ainda esteja no ventre da mãe, ou retirar essa mesma criança da barriga da mãe e assassiná-la friamente em cima de uma mesa?

Paradoxalmente, esses grupos, que tanto são contra a pena de morte de adultos, não têm a mínima dor de consciência em decretar a morte do mais frágil de todos os seres humanos, aquele ente pequenino que não tem nenhuma possibilidade de autodefesa, a pessoa humana mais desprotegida e inocente, que não tem nenhuma oportunidade de fazer valer seu próprio direito, o direito maior de todos: o direito à vida.

Quem acredita que o feto humano não tem vida deveria assistir ao filme "O grito silencioso", produzido pelo médico americano Dr. Bernard N. Nathanson (Cfr. http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2008/03/13/filme-the-silent-scream-o-grito-silencioso-de-dr-bernard-nathanson/). Nesse filme, antes de se iniciar o aborto, o feto levava o polegar à boca e se movia tranqüilamente dentro do ventre materno. Com a introdução do aparelho abortivo, o feto se assusta, procura fugir do perigo, debatendo-se com aflição, o pulso se eleva a 200 bpm. Quando atingido mortalmente, o feto abre uma boca horrenda e profere o grito fatal, o "grito silencioso" que dá o nome ao filme. "Aquele coração funcionava havia oito semanas e as ondas cerebrais já existiam havia seis semanas, bem como todo o restante das funções como as nossas" - comentou o Dr. Bernard.

Que grupos feministas sejam a favor do aborto, apesar da criminalidade dessa idéia, é até compreensível, pois há muitas outras atividades criminosas sendo desenvolvidas em nossa sociedade, como o tráfico de drogas e a pedofilia. Porém, quando um grupo autodenominado de "católico" ousa apresentar a prática do aborto como sendo algo compatível com a doutrina da Igreja Católica, isso já é demais. Não consta que o Papa tenha liberado a prática de tal crime. Muito pelo contrário, o Santo Padre sempre se posicionou frontalmente contra tal perversidade, exigindo dos católicos que respeitem a vida, que é sagrada por ser um dom de Deus.

Assim sendo, onde estão os bispos e padres que não se posicionam contra a mentira e o embuste desse grupo, que se apresenta como integrante da Igreja, mas que na realidade é um corpo estranho, apenas mais um cisma? Como podem ousar em denominar-se católicas se vão frontalmente contra a doutrina católica, que é extremamente, totalmente, irrevogavelmente, definitivamente contra essa prática criminosa?

Esse grupo espúrio "Católicas pelo Direito de Decidir", além de ser responsabilizado perante o PROCON, por apresentar propaganda enganosa, deveria mudar seu nome para "Católicas pelo Direito de Matar". Aliás, nem isso elas poderiam ser denominadas, porque aos católicos não é permitido promover assassinatos. Deveriam ser apenas chamadas de "Diabólicas pelo Direito de Matar", como sugere o site http://palavrasapenas.wordpress.com/2008/11/06/diabolicas-pelo-direito-de-matar/.

Leis e Liberdades

Mídia Sem Máscara

Não é permitido ao Estado adentrar a residência das famílias, com a falaciosa cartilha do "politicamente correto" em riste, para dizer como devem educar seus filhos, como devem viver...

Em uma aprazível comarca da minha Minas Gerais, a Promotoria de Justiça processou uma mulher, cuja identidade devo preservar, acusando-a de permitir que suas filhas (de 15 e 16 anos) permanecessem no interior do estabelecimento comercial de sua propriedade, local onde comercializaria bebida alcoólica e cigarro.

Referida mulher é proprietária de um pequeno estabelecimento comercial, no qual labuta, do qual retira o pão da família, desde que o marido a deixou. Como contingência da sorte, trazia consigo as filhas no ambiente de sua lida e, quando podia, deixava-as aos cuidados de parentes e amigos. Não havia prova de que suas filhas, ou qualquer outro menor, tivesse feito uso de bebida alcoólica ou de cigarro no estabelecimento. Não havia prova de que houvesse exploração do trabalho das filhas. A permanência no estabelecimento era o único fato objetivo da acusação.

Com efeito! Tirante a circunstância de que é extralegal servir a menor bebida alcoólica ou tabaco, de resto a venda de tais produtos é absolutamente lícita, como lícita é a atividade comercial que se dedica ao mercadejo de tais artigos de consumo. Eu concordo que, na medida do possível, o recomendável seria que as menores não permanecessem naquele ambiente de trabalho, evitando assim contato com pessoas que ali comparecem para desfrutar do ócio ebrifestivo. A decisão, no entanto, sobre a conveniência da permanência delas ali, é da mãe. Diante do contexto e da realidade daquela senhora, não cabia ao Conselho Tutelar, à Promotoria, ao Judiciário ou, em resumo, ao Estado imiscuir-se na educação de suas filhas.

Por certo, ela preferiria trazer as filhas em outro ambiente, propiciar-lhes boa escola e tudo mais que a sua condição financeira proíbe.

Eu cá fico a me perguntar: o que essa senhora fez de errado?

Eu respondo: em verdade, nada!Se ela nada fez de errado, por que diabos o Estado está a meter o bedelho em um sua vida? Responderei novamente: porque nada sustém a fúria normatizante do Estado, que tudo quer regrar; as liberdades inclusive. E, como afirma Ortega y Gasset, "Este é o maior perigo que hoje ameaça a civilização: a estatificação da vida, o intervencionismo do Estado, a absorção de toda espontaneidade social pelo Estado; quer dizer, a anulação da espontaneidade histórica, que em definitivo sustenta, nutre e impele os destinos humanos" ("A Rebelião das Massas", eBooksBrasil.com).

Na perspicaz análise de Nivaldo Cordeiro, "A maior das mentiras da modernidade foi recriar o antigo mito sofista da igualdade, sobrepondo-se à necessidade mais terrivelmente ameaçada de todos os tempos, a liberdade. (...) O resultado dessa visão errônea é a estatização progressiva e inexorável da vida cotidiana. Tudo passou a depender do ente estatal. A moeda é do Estado, os regulamentos se multiplicam, a vida espontânea tende ao desaparecimento. Os homens são "coisificados", tratados com seres incapazes de uma vida adulta e responsável. É o Estado-mamãe, que tudo provê, mas que não permite o menor desvio de seus regulamentos. Afinal, as leis são inexoráveis e quando se legisla sobre a banalidade da vida torna-se a própria vida uma prisão infame" ("As Massas e o Estado em Ortega y Gasset", sítio eletrônico www.nivaldocordeiro.net).

Deveras, não é dado ao Estado imiscuir-se na vida das pessoas ao ponto de anular suas liberdades. Não é permitido ao Estado adentrar a residência das famílias, com a falaciosa cartilha do "politicamente correto" em riste, para dizer como devem educar seus filhos, como devem viver...

Com razão Ortega y Gasset quando afirma que "A velha democracia combinava liberalismo e entusiasmo pela lei. As minorias podiam atuar e viver ao amparo do princípio liberal e da norma jurídica. Hoje triunfou uma democracia hipertrofiada, em que a massa atua diretamente sem lei, por meio de pressões materiais, impondo suas aspirações e seus gostos. A massa atropela tudo que é diferente, egrégio, individual, qualificado e seleto. Quem não é como todo o mundo, quem não pensa como todo o mundo corre o risco de ser eliminado. E agora, todo o mundo é só a massa" (idem).

Não há negar que o Estado é a notável criação humana que evoluiu e transformou-se em um máquina formidável que funciona com grande eficiência pela quantidade e precisão de seus meios: é o produto mais visível e notório da civilização. Mas é preciso domesticá-lo. É necessário "trazê-lo para proporções humanas. Fazer novamente o criador dispor de sua criatura" (Nivaldo Cordeiro, idem). E "a tarefa dos homens livres é lutar para conter os apetites deste ente pantagruélico" (Reinaldo Azevedo, "O Livre Mercado e o Caráter", sítio eletrônico www.bloglawandeconomics.org).

O Magistrado - sabiamente - absolveu a pobre mulher.

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Márcio Luís Chila Freyesleben é Procurador de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais.

Autoridade vs. poder, e a democracia de massas

Mídia Sem Máscara

A democracia de massas é uma democracia de grupos, grupos esses que almejam ganhar espaço político mediante a formação de maiorias. A quantidade é mais relevante que a qualidade.

A maior parte da filosofia política na história do cristianismo sempre procurou conceber a relação entre autoridade espiritual e autoridade política como sendo de complementaridade. Tanto no final do Império Romano quanto nos reinos medievais já existia uma relação de primazia da autoridade espiritual sobre a temporal, a saber, da Igreja sobre as unidades políticas. Porém, como o próprio nome indica, a primazia é uma questão de “autoridade” e não de “poder”. Os medievais sempre diferenciaram auctoritas de potestas, querendo com a primeira indicar a confiança da comunidade com relação aos seus representantes, ao passo que a segunda se sucede mediante uma relação de imposição entre representantes e representados. No primeiro caso, legitimidade. No segundo, mando e obediência. Acontece, na maior parte dos exemplos históricos, que tanto a autoridade quanto o poder estão presentes na maior parte dos sistemas políticos ocidentais, pois ambas as relações são indispensáveis para a estabilidade e o consensus, a saber, para a legitimidade e a ordem das formas políticas ocidentais.

Certamente, a busca da ordem exige que, em nome do bem comum, determinadas medidas sejam tomadas para que o telos de uma comunidade se atualize. Assim, na comunidade política medieval tanto a ordem quanto a legitimidade eram dois postulados concretos no cumprimento das funções reais. Ocorre, assim, que os medievais nos legaram muito do que hoje entendemos por legitimidade e consensus.

As instituições políticas medievais eram baseadas na moderação e no equilíbrio de poder, existindo ali uma autêntica representação política, pois o rei era limitado pelas assembléias locais, sendo ambos representantes concretos da comunidade. Não havia nessa época uma democracia, mas uma verdadeira representação cujo vínculo não era com a vontade popular, mas com o bem comum da sociedade, isto é, a partir de uma concepção objetiva de verdade radicada no Direito Natural. Há uma diferença substancial entre a vontade e o bem comum. A primeira conduz a conjunção ente elementos instintivos, racionais e contingenciais, de modo que na vontade política não há limites. Em nome da vontade, qualquer ato é aceitável, pois o que é realmente determinante nesse aspecto é o desejo do momento. No bem comum, há um símbolo constitutivo da verdade existencial, o que não se aborda a partir de meros desejos e particularidades, mas se aufere mediante uma deliberação silogística que, através da experiência e da inteligibilidade, vai alcançando os graus constitutivos da realidade e, assim, extraindo os aspectos comuns partilhados pela experiência humana universal. O bem comum, diante disso, é um bem do ser humano como tal.

Em nossa atual sociedade de massas, a democracia é comumente entendida como “único” caminho possível para a legitimidade. Porém, a democracia tão aclamada nos circuitos “progressistas” atuais, como a mídia e a universidade, não se configura como uma democracia entendida em sentido teleológico, o que a vincularia ao bem comum e à indispensável representação política da verdade e do direito natural, mas uma democracia cujo critério é a majoração das vontades individuais. Uma perspectiva relativista para um sistema de maiorias. As maiorias ganham o jogo e estabelecem suas vontades por imposição. Um sistema baseado em desejos do momento, sem qualquer recurso a estabilidade e a permanência.

Assim, as democracias atuais definem a legitimidade a partir de critérios volitivos, segundo a vontade e a atuação decisiva dos grupos sociais que arregimentam tais vontades através da pressão e da participação por interesses coletivos. A democracia de massas é uma democracia de grupos, grupos esses que almejam ganhar espaço político mediante a formação de maiorias. A quantidade é mais relevante que a qualidade.

Dessa forma, estamos diante de um impasse: o que era legitimidade para homens como Tomás de Aquino ou Francisco Suarez é muito diferente do sistema atual de poder. Para a visão cristã da política a legitimidade é um vinculo da autoridade ao bem comum e, assim, à verdade, não podendo fugir do direito natural. Os valores vinculam. A representação política, dessa forma, é uma representação do que é “verdadeiro”, de uma ordem concreta articulada para ser a imagem e semelhança da ordem celeste. A ordem política é, segundo a perspectiva realista cristã, um reflexo da ordem transcendente. Há um nexo necessário entre a ordem política e a ordem espiritual, em sentido de representação e de consensus.

Em Romanos, 13, a Palavra de Deus diz que não há autoridade que não proceda de Deus. Independentemente do que os representantes façam, como cristãos devemos respeito às autoridades. Porém, tal autoridade só é legitimamente autoridade quando se vincula ao bem comum. Assim, quando o representante não se vincula ao bem comum, isto é, usa o cargo para destruir o direito natural e a Palavra de Deus, devemos sinalizar nossa total discordância. Suarez, em seu De Legibus, nos trás a teoria da translatio, segundo o qual a origem do poder está em Deus, que o transfere ao corpo político, isto é, à comunidade e ao representante, sendo aquela a magistrada sobre este. A comunidade, enquanto corpo místico do Senhor Jesus, Igreja visível e invisível, existente em sentido espiritual e temporal, caminha peregrina no mundo rumo à Jerusalém celeste. Tal existência histórica da sociedade impõe um tipo de representação que se traduz em sentido espiritual e temporal: a Igreja e a ordem política. Segundo Suarez, a translatio propicia à comunidade um juízo sobre o exercício do poder, em necessária compatibilidade com a Palavra de Deus e com o Direito Natural. Assim, se o representante viola os valores através de seus atos políticos seu caminho será a inadequação com relação à comunidade e em última ratio à Palavra de Deus. Tal situação permite à comunidade reivindicar ou mesmo negar-se a cumprir os ditames estatais.

Ora, o que assistimos em marcha é o uso incondicionado do poder para descumprir os mandamentos do Senhor. Assim, devemos não só nos pronunciar de maneira contrária, como também negar-nos a realizar tais atos. O aborto, a ditadura gay, a destruição da propriedade e da liberdade em nome dos direitos sociais, a utilização alternativa do direito, assim como outros casos de total incompatibilidade entre os atos governamentais e a Lei do Senhor devem ser objetos de repúdio por nossa parte. Afinal de contas, somos a comunidade e em nome de Jesus devemos nos recusar a realizar aborto, a aceitar que o homossexualismo seja tratado como verdade absoluta e incontestável, ou até mesmo ficar calados enquanto o governo brasileiro atual invade nossas propriedades mediante a ação criminosa do MST.

Algumas semanas atrás fiquei chocado e ao mesmo tempo muito impressionado com a coragem e a fidelidade a Cristo por parte de nosso irmão Julio Severo, que abandonou o país por perseguição. Devemos nos preparar para esse tipo de situação, pois será cada vez mais comum entre nós. A perseguição velada, que não mostra o rosto, mas que astutamente opera calada contra os cristãos. A Palavra noz diz que no tempo do fim seriamos perseguidos pelo nome de Jesus.

O Espírito Santo nos guia, nos proporciona coragem e nos anima a continuar nossa caminhada de peregrinos pela terra. Nessa caminhada, devemos nos opor a todo ato satânico que almeja a violação do Direito Natural. Como Deus disse a Josué antes de entrar na Terra prometida, “tendes mui bom ânimo”.

Líderes indígenas manifestam inconformismo com retirada de arrozeiros

Quinta-feira, 30 de Abril de 2009

Movimento da Ordem Vigília Contra Corrupção

"É UMA INJUSTIÇA"

O processo de desocupação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, previsto para ser encerrado hoje, quinta-feira, 30, pacificamente, não é traumático apenas para quem está de partida. Representantes da Sociedade dos Índios Unidos em Defesa de Roraima (Sodiu-RR), que sempre foram contrários à retirada dos brancos da reserva, ainda demonstram inconformismo com a decisão do Supremo Tribunal Federal e se emocionam ao acompanhar a saída de vizinhos.

“É uma injustiça. Porque se o governo desse condições para todas essas pessoas seria bom, mas não dá. Só se importam com a retirada e tem família saindo para ficar na casa de um ou de outro. Então, fica uma revolta e uma dor de perder pessoas que nunca quiseram sair de dentro do Surumu”, afirmou, chorando, a tuxaua [cacique] da comunidade do Surumu, Elielva dos Santos, da etnia Macuxi, enquanto observava famílias preparando suas mudanças.

“Estamos vendo um sofrimento desnecessário aqui”, completou o índio José Brazão, um dos coordenadores da Sodiu-RR.


Segundo Elielva, a Sodiu-RR nunca foi ouvida pelas autoridades com atenção durante o processo que resultou na demarcação da reserva em faixa contínua. Integrantes de famílias indígenas trabalhavam nas fazendas de arroz e outras famílias de agricultores brancos nasceram e foram criados na Vila Surumu.

Essa parcela dos índios, evengélicos, tem divergências históricas com os parentes ligados ao Conselho Indígena de Roraima (CIR), católicos e entusiastas da demarcação contínua. Agora terão de chegar a um consenso quanto à exploração da área de 1,7 milhão de hectares. Mas não será fácil. Feridas seguem abertas e o risco de conflitos entre as comunidades é admissível.

“Acho que é agora que a Raposa vai ficar em guerra. Não tem mais branco para levar a culpa. O CIR não concorda com a ideologia da Sodiu-RR e não sabe respeitar a nossa opinião. Mas nossas comunidades não vão aceitar que eles cheguem impondo as coisas, ditando as regras”, afirmou Elielva.

Brazão, o coordenador da Sodiu-RR, ressaltou que as comunidades ligadas à entidade têm planos imediatos para intensificar a produção agrícola de macaxeira, melancia e outros alimentos, inclusive com estrutura de transporte para viabilizar a comercialização nas cidades. Ele desdenha da capacidade do CIR de implantar algum projeto positivo na reserva.

No CIR, a direção prefere adotar um discurso diplomático. Reitera a satisfação com a decisão do STF, sob o argumento de que a cultura indígena será mais preservada e desenvolvida após a saída dos brancos. Em relação à Sodiu em RR, a promessa é de que haverá um esforço para por fim às divergências.

“Acho que isso [as diferenças ideológicas entre as entidades] vai mudar. Nossos parentes vão entender que o futuro da Raposa Serra do Sol será melhor para todo mundo”, argumentou Martinho Macuxi, coordenador do CIR. Da Redação -
Folha de Boa Vista

4/30/2009 01:46:00 PM

Destinação das Forças Armadas: Autoridade indelegável

Quinta-feira, 30 de Abril de 2009

Alerta Total

Por Antônio Ribas Paiva

A “autoridade suprema” do Presidente da República, na destinação das Forças Armadas, prevista no art. 142 da Constituição Federal, é indelegável.

De fato, o parágrafo único do art. 84 da Constituição Federal não prevê a delegação da autoridade do Presidente da República no que diz respeito ao comando das Forças Armadas.

Portanto, respeitada a Constituição, o Ministério da Defesa não pode exercer nenhuma autoridade sobre as Forças Armadas.

É bom marcar, que o Presidente da República, de acordo com o art. 85 da mesma Constituição, não é responsável pela segurança externa do país, que é dever constitucional dos Comandantes das Forças Armadas.

É por este motivo, que o recente acordo entre a Marinha do Brasil e a República Francesa foi assinado pelo Comandante da Marinha e não pelo Ministro da Defesa brasileiro.

Fica muito claro, o risco de responsabilidade criminal, que os comandantes militares estão correndo, se não impedirem a tentativa de politização da defesa externa do país, através da famigerada END, Estratégia Nacional de Defesa.

Em 1904, o Brasil perdeu parte do seu território para a Guiana Inglesa. Queria Deus que isso não se repita com a Raposa Serra do Sol.

Antônio José Ribas Paiva é Presidente do grupo de estudos União Nacionalista Democrática – UND.

Alerta Total de Jorge Serrão

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Umas ditaduras são mais iguais que as outras: Brasil-Mentira IV

Mídia Sem Máscara

Ele jura “abominar as gradações”, mas ele próprio gradua, só que em sentido inverso: odeia o mal menor e ama decididamente o pior dos piores.

O Sr. Dines não é burro, pessoalmente. Já provou isso em escritos excelentes. Ele encontra-se emburrecido e cego pelo apoio dos seus pares, que, quando o que ele diz coincide com os desejos deles, tratam de aceitá-lo imediatamente, reprimindo em si próprios e nos outros a mais elementar exigência analítica. Confirmado retroativamente pelo apoio deles, o Sr. Dines está autorizado a jamais perceber a enormidade do que disse. Ser “formador de opinião”, no Brasil de hoje, é isso. É expressar amores e repulsas com a irracionalidade de um cão que late, reforçado pelos ecos inumeráveis de uma orquestra canina.

A idéia de que não haja comparação possível entre autoritarismos iguala, na base, os campos para prisioneiros japoneses nos Estados Unidos durante a II Guerra e os campos de concentração nazistas. Iguala as medidas defensivas, tomadas por uma nação em perigo, à construção da máquina totalitária que cresce justamente na medida em que as oposições desaparecem e em que se torna necessário inventar mais e mais oposições imaginárias para justificá-la. O Brasil teve, ao longo de vinte anos, aproximadamente dois mil prisioneiros políticos, nenhum deles totalmente isento de ligações diretas ou indiretas com a guerrilha e com a ditadura cubana. Cuba, com uma população doze vezes menor, chegou a ter cem mil ao mesmo tempo – a quase totalidade sem processo legal, e levada ao cárcere por crimes hediondos como fazer uma piada, recusar-se a usar um crachá patriótico ou, nos casos mais graves, possuir uma casa. Se não há nenhuma diferença entre uma coisa e outra, também não há diferença entre matar seis milhões de judeus e dar um discreto pontapé no traseiro do sr. Alberto Dines, ou entre jogar milhões de padres no Gulag, por serem padres, e, como se fez na Grã-Bretanha durante a II Guerra, prender sem processo uns quantos colaboradores do inimigo. Abolir as diferenças equivale a neutralizar o próprio conceito de democracia, que só é democracia, precisamente por basear-se no senso das proporções, que essa abolição impugna.

A prova de que proibir toda gradação entre autoritarismos é inviável na teoria e na prática nos é dada pelo próprio Sr. Dines quando, ao referir-se a Fulgêncio Batista, o rotula de “tirano” e, no mesmo parágrafo, falando de Cuba, atenua a linguagem dizendo apenas que “está longe de ser uma democracia”, como se Cuba não tivesse feito outra coisa ao longo destes últimos quarenta anos senão esforçar-se para ser uma democracia. Se isso não é uma gradação, eu sou o Alberto Dines em pessoa.

Graduando mais ainda, ele faz questão de frisar que, se Cuba “ainda” (depois de breves quatro décadas) não se transformou em democracia, isso ocorreu ‘a despeito das magníficas intenções dos rebeldes”. Ora, os militares brasileiros, em 1964, derrubaram o governo que acobertava uma guerrilha financiada por Cuba, e prometeram em lugar dele, o quê? Uma democracia, ora bolas! Uma democracia com eleições plenas em seis meses. Não seriam, essas também, “magníficas intenções”, embora falhadas? Falar em “magníficas intenções”, neste caso, não seria ainda mais legítimo do que no tocante aos guerrilheiros cubanos que instantaneamente implantaram um regime de terror da ilha e não cederam um milímetro até hoje, enquanto os nossos militares acabaram se afastando do poder por obediência à pressão popular? Em vão o Sr. Dines afirma que todas as ditaduras são iguais, pouco importando as intenções. O que ele acaba dizendo, no fim das contas, é que todas são iguais, mas algumas são mais iguais que as outras. Ele jura “abominar as gradações”, mas ele próprio gradua, só que em sentido inverso: odeia o mal menor e ama decididamente o pior dos piores.

Na edição subseqüente do seu Observatório, ele mesmo deu a maior prova disso, ao falar da rebelião chefiada em 1936 por Francisco Franco contra a república pró-comunista espanhola. Ele rotula as forças rebeldes como “ditatoriais” e “fascistas” e o outro lado como “forças legalistas”. Tentando camuflar a escolha, ele apela ao seu usual artifício de fingir equanimidade, nivelando “as violências contra sacerdotes e freiras” e “a participação do clero na repressão fascista”, como se fossem ambas episódios da guerra civil, quando de fato as primeiras antecederam a guerra e foram a causa direta da rebelião franquista. Matanças em tempo de guerra podem ser debitadas na conta da violência geral, mas matanças em tempo de paz, promovidas por forças governistas contra a própria população local, caracterizam não somente uma ditadura, mas uma ditadura totalitária e genocida. É absolutamente imoral chamar de “legalista” ou “democrático” um regime que promoveu a matança sistemática de padres e freiras simplesmente por serem padres e freiras e que incendiou centenas de igrejas católicas nos territórios sob o seu domínio, fechando todas as restantes e tornando virtualmente ilegal a religião majoritária do país. A república espanhola foi obviamente uma ditadura, e entre ela e a ditadura franquista que a sucedeu Alberto Dines, desmentindo seu fingido horror a comparações dessa ordem, não hesita em estabelecer uma gradação de preferências, com o agravante de que, nessa gradação, não se limita a cotejar a extensão de dois males, mas eleva um deles ao estatuto de um bem, ao afirmar que os “libertários do mundo inteiro” – assim ele qualifica os membros das Brigadas Internacionais – lutavam pelos “conceitos de República, democracia e solidariedade”. Ora, as Brigadas Internacionais foram à Espanha obedecendo a uma convocação de Stálin, e, se delas participou a inevitável quota de idiotas úteis que não sabiam estar servindo à ditadura soviética – os depoimentos de John dos Passos e de George Orwell a respeito são bastante significativos –, o fato é que as Brigadas foram sempre um instrumento a serviço do comunismo, e não da liberdade. Chamar comunistas de “libertários” é mais do que mera impropriedade vocabular, é trapaça pura e simples, de vez que o segundo termo designa um movimento político existente, notoriamente hostil ao comunismo e atuante na política até hoje, inclusive no Brasil.

Para piorar as coisas, Dines nivela dois fenômenos radicalmente diferentes: a participação soviética ao lado dos republicanos e a ajuda nazifascista às tropas de Franco. É notório que o general rebelde obteve ajuda técnica e militar da Itália e da Alemanha, mas sem nada ceder a esses incômodos fornecedores (os únicos de que dispunha), defendendo a soberania do seu país com obstinada teimosia, timbrando em manter a neutralidade espanhola durante a II Guerra contra todas as pressões de Hitler e Mussolini e ainda concedendo abrigo a judeus foragidos, no mínimo como agradecimento à comunidade judaica de Valencia que ajudara a financiar sua rebelião. Em contrapartida, o governo dito “republicano” colocou-se sob as ordens de Stalin da maneira mais servil, chegando a ser controlado diretamente pelos russos nas etapas finais da guerra e a transferir para Moscou, sob a grotesca desculpa de “segurança”, todas as reservas estatais de ouro espanhol, um óbvio crime de alta traição que os russos festejaram com risos de escárnio, sabendo que os espanhóis jamais veriam aquele tesouro de volta, como de fato não viram.

Lula e o controle da cultura

Mídia Sem Máscara

Para consolidar tal projeto, se faz necessária, como o presidente-sindicalista já deixou claro, a expansão do “Estado Forte”, onde ao indivíduo cabe pouco mais do que o papel de burro de carga, a alimentar uma colossal e dispendiosa estrutura burocrática.

Conforme determina cláusula pétrea, um dos primeiros passos de Lenin na rota da “construção do socialismo” dentro da URSS foi estabelecer o controle dos “meios sociais de produção”, nele incluído, óbvio, completo domínio sobre os veículos de comunicação, estabelecimentos de ensino e da produção cultural. Mas, antes de adotar qualquer medida, demonstrando grande senso de objetividade, logo depois de desfechar seguro golpe sobre o Governo Provisório de Kerensky, o mentor da “ditadura do proletariado” tomou a iniciativa de mandar um bando armado se apossar das chaves do cofre do Banco do Estado russo. Ele queria, desde logo, o controle da grana.

(Só a título de ilustração, o historiador inglês Orlando Figes, no seu bem documentado livro sobre a revolução russa, “A Tragédia de um Povo” - Record, Rio, 1999 -, relata episódio, considerado a um só tempo grotesco e brutal, do infeliz diretor do banco oficial que, ao negar a entrega das chaves da caixa-forte ao bando revolucionário, levou um tiro na nuca depois de perder parte da mão arrancada por uma dentada).

Ao impor o seu sistema de governo, de caráter totalitário, Lenin, amparado no poder dissuasório da coerção e da violência, tinha por objetivo a tomada (e a destruição) dos “meios de produção e expressão do pensamento burguês” (em russo, “burzhooi”), tidos historicamente como ultrapassados. Caberia a ordem emergente estabelecer os padrões de supremacia dos valores do pensamento proletário e fazer dos meios de comunicação e da produção cultural instrumentos ideológicos a serviço da propaganda e das metas revolucionárias sob o controle burocrático do Partido Bolchevique (leia-se comunista).

O modelo de “organização da cultura” imposto por Lenin nos primeiros anos do regime, embasados na censura e no patrocínio estatal, só atingiu o patamar da excelência na Era Stalin, univocamente voltada para a expansão da ideologia comunista no seio da sociedade. Para consolidar tal projeto, e manter o ativo controle do aparato burocrático sobre a difusão das idéias e da criação artística, Joseph Stalin, então considerado “Guia Genial dos Povos”, não precisou chafurdar muito: ele tinha ao seu dispor, alojado no Comitê Central do Partido Comunista, a figura de Andrei Aleksandrovich Jdanov, o estrategista da política cultural do regime e mentor do “realismo socialista”, o preceito estético, de “valor universal”, que tinha como princípio comprometer a criação artística – notadamente no cinema, teatro, literatura, música e pintura – com “a transformação ideológica e a educação do proletariado para a formação do novo homem socialista”.

Desde logo, com as chaves do cofre nas mãos, Jdanov disse a que veio: fiel interprete do espírito revolucionário, deixou a entender que dali em diante a atividade cultural seria uma empresa voltada para implantação do socialismo. Dentro deste escopo, Jdanov selecionou artistas e burocratas afiliados ao PC e estabeleceu as novas regras para obtenção dos financiamentos oficiais no terreno das artes. Para avalizar os projetos culturais (ou censurá-los), e distribuir as benesses, ele fixou critérios, organizou comissões e conselhos e, no controle seletivo da produção cultural, em vez de arte, criou a mais formidável máquina de propaganda jamais imaginada, capaz de fazer o mundo acreditar que Stalin era Deus e que o povo russo, submetido a eternas cotas de racionamento, vivia no Paraíso Terrestre.

Pensadores e artistas genuínos pagaram caro pelo processo cultural acionado pelo stalinismo, decerto mantido até hoje em várias partes do mundo (vide Cuba, China e adjacências). A partir da “seletividade” imposta por Djanov no campo da produção cultural, centenas de criadores foram marginalizados da atividade artística. Outros foram presos ou ficaram loucos. Outros tantos foram cortados da lista de distribuição de benesses oficiais e segregados como “formalistas”, “reacionários”, “cosmopolitas” e “inimigos do povo”.

No reino discricionário da cultura oficial soviética, por exemplo, a notável poetisa Ana Akhmatova (para Jdanov, “meia-freira, meia-meretriz”) foi levada à miséria, Maiakoviski ao suicídio, Solzhenitsyn e Boris Pasternak aos campos de concentração. Dostoievski, por sua vez, foi banido das bibliotecas públicas. O próprio Serguei Eisenstein, o inventivo cineasta da propaganda stalinista, amargou o diabo depois que exibiu para o crivo crítico de Stalin a sua versão de “Ivan, O Terrível” (parte dois), morrendo em seguida.

Em tempos recentes, depois da morte de Stalin, aos preceitos do Jdanovismo foram adicionados, no campo da “organização da cultura” socialista, os ensinamentos de Antonio Gramsci (“Il Gobbo”), teórico comunista italiano, criador da estratégica “revolução passiva”. O modelo traçado por Gramsci para a construção do socialismo, em vez do apelo ao mito da força proletária, privilegia o papel da cultura e o poder multiplicador dos meios de comunicação, fundamental para a difusão de um novo “senso comum” no seio da sociedade. Sem a “revolução do espírito”, diz Gramsci, “a ser disseminada pelo intelectual orgânico, não se pode destruir o Estado burguês” (leia-se democrata).

No Brasil, ao assenhorear-se do poder, Lula e seus agentes, passaram a laborar, dia e noite, aberta ou veladamente, na “construção do socialismo”. Para consolidar tal projeto, se faz necessária, como o presidente-sindicalista já deixou claro, a expansão do “Estado Forte”, onde ao indivíduo cabe pouco mais do que o papel de burro de carga, a alimentar uma colossal e dispendiosa estrutura burocrática.

Na esfera da cultura, desde a proposta de criação da Ancine, em 2004, o governo, sempre tentando o controle total sobre os recursos tomados à sociedade, busca a ingerência direta no processo da criação artística. Nada leva a crer que a atual investida na revisão da Lei Rouanet tenha outro objetivo.

(Como a parafrasear Fidel, o Nosso Guia, com a grana no bolso, por enquanto esconde o definitivo recado: “Dentro do socialismo, tudo; fora do socialismo, nada”).

Como se decompõe uma nação

Mídia Sem Máscara

Aceitar como válido que o erro de um sirva para justificar o erro de outro. Canonizar o deboche e debochar da virtude.

Em seu relatório de 2008, a International Transparency situa o Brasil em 80º lugar, com nota 3,5 sobre 10, no ranking da corrupção. Estamos nivelados com Burkina Faso, Marrocos, Arábia Saudita e Tailândia. Perdemos até para a Namíbia, Tunísia e Gana, países onde as práticas são consideradas mais corretas do que aqui. É constrangedor o que o mundo pensa de nós! Estou convencido, caro leitor, de que temos a obrigação moral de enfrentar essa pauta, refletindo sobre a realidade que os números refletem. É intenção deste artigo, portanto, identificar o que nos conduz a tão lamentável reconhecimento mundial.

Em contradição com a opinião de muitos, penso que o povo brasileiro é de boa índole. Nossa gente, em sua imensa maioria, tende a agir bem. Mas vem sendo submetida, essa boa gente, de modo sistemático, a uma estratégia perversora, cujo longo e tenebroso roteiro pode ser agrupado nos quatro conjuntos de ações que exemplifico a seguir, sem esgotar a pauta:

1. Ações pelo império do “politicamente correto”. Elas envolvem tolerar tudo, sempre, exceto a opinião do Papa. Combater a disciplina e jamais dizer “não” a si mesmo. Rejeitar a noção de limites. Inibir o exercício da autoridade nas famílias, escolas, instituições públicas e privadas. Abrandar as penas, tornar morosos os processos. Instaurar o império da impunidade. Assumir, como critério de juízo, a ideologia segundo a qual as vítimas da criminalidade são socialmente culpadas, ao passo que os bandidos são inocentes porque a sociedade os obriga a ser como são (tese do Marcola que coincide com o espírito da última Campanha da Fraternidade). Matreiro, Macunaíma, o herói sem caráter, piscará o olho.

2. Ações contra a identidade nacional. Elas envolvem reescrever a história do Brasil de modo a promover a cultura do ajuste de contas, da vingança e do resgate imediato de dívidas caducas. Denegrir o passado, borrar a imagem dos nossos grandes vultos, construir estátuas para bandidos e exibir, como novos modelos da nacionalidade, os peitos e bundas dos heróis e heroínas do BBB. Macunaíma esboçará um sorriso.

3. Ações contra a alma e a consciência das pessoas. Elas envolvem rejeitar, combater e, quando isso for inútil, tornar irrelevante a idéia de Deus. Sustentar que pecado é conceito medieval e que coisas como bem e mal são muito relativas, dependentes dos pontos de vista e da formação de cada um. Declarar obsoletos o exame de consciência, a coerência com a verdade e a retificação das condutas. Aceitar como válido que o erro de um sirva para justificar o erro de outro. Canonizar o deboche e debochar da virtude. Combater a Igreja desde fora, pela via do ateísmo militante, e desde dentro, invadindo os seminários com literatura marxista. Macunaíma rirá seu riso desalmado.

4. Ações contra a virtude. Elas envolvem atacar a instituição familiar, ambiente essencial à transmissão dos valores e assemelhá-la a uma coisa qualquer. Tornar abundante a vulgaridade. Servir licenciosidade e erotismo à infância e colocar a maior autoridade do país a distribuir camisinhas no carnaval. Evidenciar a inutilidade da Lei, tornando nítido, por todos os meios, que uns estão acima dela, que outros, sem quaisquer consequências, vivem fora dela e que outros, ainda, são credores do direito de a descumprir. Macunaíma, o herói sem caráter, rolará no chão, às gargalhadas.