Mídia Sem Máscara
Heitor De Paola | 05 Maio 2010
Artigos - Eleições 2010
É o guru do PSDB, Alain Touraine, que declarou a Merval Pereira (O Globo, 01/05): Serra é continuidade.
Voltando de um merecido, total e indolente far niente me deparo com uma enormidade de assuntos exigindo minha atenção. Farei alguns comentários superficiais pretendendo aprofundá-los em breve.
Em primeiríssimo lugar, deparei-me com a excelente entrevista de minha amiga e sorella por adoção (mútua!), Graça Salgueiro para o blog Verdade e Liberdade On Line e reproduzida pelo Mídia Sem Máscara. Como não poderia deixar de ser, Miss Grace deu um show de competência, sinceridade e clareza. Parabéns ao blog por ter a idéia de entrevistá-la. Publico aqui seu mais novo artigo.
A DISPUTA PELA PRESIDÊNCIA
Continua a palhaçada das disputas jurídicas de quem pode dizer o quê de quem quando e aonde, que poderia ser remediada pela extinção da excrescência chamada 'justiça eleitoral', como já defendi antes.
Por outro lado, parece que o Serra começa a aparecer como ele realmente é: ditatorial, policialesco e se sentindo mais onipotente e onisciente do que o Lula. Ontem, numa convenção de evangélicos, ele chegou a afirmar que todos os fumantes são ateus! (depois, a RBS desmentiu sua própria notícia. No entanto, mesmo aceitando a retratação continuo considerando que a campanha antitabagista do Governo de SP e que será implantada no Brasil é ditatorial e de cunho místico, falsamente religioso, sim!) Atenção, padres, rabinos e pastores: parem logo de fumar porque o provável futuro Presidente (sim, acredito em pesquisas eleitorais e pelas atuais Serra ganha) já os tachou de ateus!
A análise de Nivaldo Cordeiro sobre a entrevista de Serra com Datena mostra claramente que o novo fundador de Ministérios começará por um Ministério de Segurança Pública, que horrorizou Ubiratan Iorio, será talvez uma réplica do RSHA (Reichssicherheitshauptamt), e sairá à cata de um Heinrich Himmler para tomar conta. Não será difícil, tem à mão o Aloysio Nunes Ferreira, cuja biografia equivale à da Dilma e adoraria o trabalhinho. Este é o Serra que conheci no passado, que, como Presidente da UNE, apoiou Brizola na defesa do fechamento do Congresso Nacional no comício da Central em 13 de março de 1964 se as 'reformas de base' não fossem aprovadas (na lei ou na marra), e que jamais renegou publicamente esta declaração.
A escolha colocada para o eleitor brasileiro nada tem a ver com a escolha de Sofia, como um dos 'grandes intelectuais' brasileiros defendeu: Sofia tinha que escolher entre dois filhos amados qual viveria e qual pereceria. Por mais que relute em usar termos chulos, a escolha agora é entre bosta e merda! E é o guru do PSDB, Alain Touraine, que declarou a Merval Pereira (O Globo, 01/05): Serra é continuidade.
Diz Touraine: 'numa análise mais aprofundada (...) os períodos de FHC e de Lula são parte de um mesmo projeto'. (...) é hora de retomar as reformas estruturais de modernização do Estado brasileiro. Para ele 'há um sentido de continuidade das políticas públicas marcando os últimos anos (FHC e Lula) e Serra consolidaria melhor esta continuidade. Se sou eu que digo isto sou logo acusado pelos 'blogueiros unidos que acham que jamais serão vencidos' de estar defendendo a candidatura da Dilma. Unidos hipocritamente 'em defesa da democracia' não passam de serristas militantes travestidos de neutralidade!
Eliane Cantanhêde (Folha de SP, 02/05) diz claramente que agora é Serra 'que tem que se moldar como "candidato de direita" para 'tirar votos de Dilma entre produtores rurais e na classe média urbana, conservadora e refratária ao PT. Com pose e discurso de esquerda é que não vai ser'.
Ainda sobre a análise do Nivaldo: a última frase (O fato é que, somando e diminuindo tudo, há um elemento de racionalidade maior em José Serra do que em Dilma Rousseff) é algo ambígua. Como o autor apenas a apresenta sem qualificar se considera que a racionalidade é melhor ou não, quero lembrar que a razão em política tem gerado mais estados totalitários. Talvez o campeão da racionalidade em política de extermínio tenha sido o SS-Obersturmbannführer Adolf Eichmann. Basta ler sua competentíssima contabilidade do Holocausto. Stalin não lhe deve nada quando planejou racionalmente o Holodomor nem Mao Zedong ao planejar a destruição da intelectualidade chinesa na 'Revolução Cultural'.
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Muitos moradores do Estado estão desconfiados com a atuação da Secretaria de Segurança que vem paulatinamente ocupando favelas e mais favelas com as Unidades de Polícia Pacificadora. Também desconfio, mas vivendo aqui e sempre tendo defendido que acabar com a bandidagem era uma questão de vontade e decisão política, não posso menos do que dar um crédito de confiança ao Titular José Mariano Beltrame, e, por tabela, ao Governador Sérgio Cabral que o mantém no cargo por inéditos 1.215 dias! Péssimo em tudo mais, Cabral parece ter a vontade política de acabar com a terrível herança brizolista. Mas esta pode voltar se o candidato do PV-PSDB-DEM-PPS et caterva, o famoso seqüestrador de tanguinha e defensor da maconha, em coligação com outro herdeiro do caudilho, ganhar as eleições. Aqui sim, é possível que pela segunda vez, há 40 anos vivendo no Rio, eu vote para Governador. A outra foi no Moreira Franco, uma droga de político também conhecido dos meus tempos de AP(Ação Popular), mas ao menos foi voto contra o Darcy Ribeiro.
FALSA DIREITA
Olavo de Carvalho volta ao tema da direita criada pela esquerda, agora abordando especificamente a mídia. É esta mesma esquerda travestida de direita que venho denunciando, que vem pelas palavras do anti-sionista Demétrio Magnoli, tentar uma comparação esdrúxula entre Lula e Geisel quanto às construções de Belo Monte e Itaipú. É impressionante como esta pseudo-direita evita o nome mais odiado: Emílio Garrastazu Médici em cujo governo planejou-se todo o futuro desenvolvimento brasileiro. Mas foi também quando se liquidou todas as ilusões guerrilheiras e terroristas de dominar o Brasil, o que é imperdoável.
A DERROTA DOS REVANCHISTAS NO STF
Pouco tenho a acrescentar ao que disseram Nivaldo Cordeiro, Percival Puggina e Ernesto Caruso, apenas sublinhar a loucura que é assinar acordos com comunistas: eles sempre assinam qualquer coisa para se safar para, quando não precisarem mais, rejeitar tudo. Foi assim com anistia 'ampla, geral e irrestrita', proposta por eles mesmos e que agora querem rejeitar de todos os modos. E isto já desde o governo FHC, como o demonstrou Félix Maier. Assim também é na Argentina e na Nicarágua. Há uma nítida 'concertación' levada a cabo pelo Foro de São Paulo.
OS ATAQUES À IGREJA CATÓLICA
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