quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A cilada da CELAC

Mídia Sem Máscara

As FARC queriam lançar o estratagema de Tirofijo: “Se Santos diz que sim, perde, e se diz que não, também”. E conseguiram esse objetivo, com o apoio de Chávez, Correa, da ditadura cubana, Ortega e os demais amigos das FARC, e com a anuência silenciosa dos demais governantes.


Com o mesmo libreto e quase todos os mesmos atores, as FARC e seus cúmplices nacionais e internacionais estenderam uma nova cilada ao governo colombiano durante a celebração da populista Cúpula de Estados Latino-Americanos e do Caribe (CELAC), realizada na semana passada em Caracas, Venezuela. E Santos caiu na esparrela, apesar de dizer que ao cão não o capam duas vezes.

Por “coincidência”, na pitoresca reunião presidida por Chávez com claro matiz anti-ianque, as FARC e o ELL enviaram mensagens clamando por seu “veemente desejo de fazer a paz” na Colômbia por meio da negociação política, sem renunciar ao narcoterrorismo, ao mesmo tempo em que o linguarudo mandatário equatoriano, Rafael Correa, insistia em desmontar a ingerência da OEA em assuntos de direitos humanos, para assim ter carta branca e espaço livre para fechar os meios de comunicação democráticos no Equador e seguir ao pé da letra as ordens de seus chefes em Havana.

O evento não deixaria de ser mais uma das constantes palhaçadas de Chávez e dos demais peõezinhos da ditadura cubana que, como cães que ladram para a lua e que diariamente vociferam frases ofensivas contra o odiado “império norte-americano”, se não tivesse sido tão evidente e descarada a confirmação da presença dos cabeças das FARC e do ELN, os quais têm escritório no Forte Tiuna e, além disso, reafirmam que Timochenko está na Venezuela, acobertado pelos organismos de segurança chavistas.

Não é a primeira vez que os cúmplices das FARC montam uma emboscada internacional contra um mandatário colombiano, objetivando buscar a legitimação do grupo terrorista, para conseguir que o governo nacional se sente para falar com os terroristas, como conseqüência de um consenso internacional o qual daria margem para lhes outorgar embaixadas na Nicarágua, Argentina, Venezuela, Equador, Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Cuba.

Já aconteceu em San Carlos de Bariloche (Argentina) há dois anos, quando o casal Kirchner montou um show midiático orquestrado por Lula com o mesmo fim. Do mesmo modo sucedeu quando a malta comunista latino-americana armou uma ópera bufa na Cúpula do Rio, em Santo Domingo, em março de 2008, para justificar a dignidade de vitrine de Correa, na realidade ofendido pela morte de seu amigo de alma Raúl Reyes, as palhaçadas de Chávez que até cantou rancheras e a conduta grotesca de Daniel Ortega, devido a que os computadores do terrorista abatido no Equador, os havia desnudado como governantes inclinados ao narcoterror, mancomunados para depor o governo legítimo colombiano.

Também havia acontecido com a montagem de um filme apadrinhado pelos Kirchner, na qual as FARC se apresentam como agricultores e camponeses lutadores que ia ser apresentado na Europa, ao mesmo tempo em que o Vaticano mediava no show para libertar o cabo Moncayo e o governador do Caquetá recém-seqüestrado, mas todo o arcabouço propagandístico se lhes veio a pique quando os terroristas degolaram o governador e, portanto, a farsa da qual faziam parte ativa os mais veementes membros dos auto-denominados “Colombianos pela Paz” perdeu eco.

Antes os conspiradores haviam tentado o mesmo, com a tão sonhada mas negada reunião de Chávez-Correa-Evo com Tirofijo no Caguán, ou com a visita de Kirchner, Larrea e Rodríguez Chacín em Villavicencio, paralela com a “boa-vontade de Lula” que emprestou helicópteros e tripulações para libertar Clara Rojas e Emmanuel. Porém, a montagem veio abaixo devido a que os terroristas desconheciam o paradeiro do menino. Também lhes havia falhado o estratagema com a dupla moral de um francês e um suíço, que atuavam mais como membros das FARC do que como mediadores humanitários, somado à deslealdade de Sarkozy que tentou violar a soberania da Colômbia para libertar Ingrid Betancur.

Não obstante, como as FARC atuam de acordo com um plano estratégico, voltaram a fazer a montagem em Caracas por ocasião da folclórica cúpula de países latino-americanos. Que “coincidência” que, quando mais se repete que Timochenko e Iván Márquez estão na Venezuela, Chávez se reuniu com Santos três dias antes da cúpula, traiu o narcotraficante cognome “Valenciano” e, apesar de lhe haver prometido que ali estaria seguro, ordenou capturá-lo e extraditá-lo aos Estados Unidos.

Porém, que “coincidência”!, não diz nada nem faz nada para que o terrorista Julián Corado das FARC seja extraditado à Colômbia, nem para capturar Márquez e Timochenko. Tampouco disse nada dos seqüestrados que foram assassinados a sangue frio pelas FARC. Após essa lavada de mãos, Chávez se blindou para chegar à cúpula da CELAC como se na verdade fosse o novo melhor amigo de Santos, com a finalidade de lhe desferir uma nova punhalada e assim o fez.

Por “coincidência”, como já fez mais de uma vez na UNASUL, as FARC enviaram uma mensagem à CELAC com intenções de buscar a paz e o diálogo, o qual sem consultar o governo colombiano e os demais assistentes que não são pró-terroristas, foi difundido por Chávez, nesse mesmo dia que nasceu a manipulada CELAC, com a circunstância agravante de que foi embutido na agenda da cúpula, metido sem autorização da Colômbia, e é claro, de muitos dos governos participantes, situação que deveria gerar uma resposta diplomática frente à negativa da Colômbia de fazer parte dessa ópera bufa.

Na realidade, com semelhante cenário formado por 33 presidentes, as FARC queriam lançar o estratagema de Tirofijo: “Se Santos diz que sim, perde, e se diz que não, também”. E conseguiram esse objetivo, com a cumplicidade de Chávez, Correa, da ditadura cubana, Ortega e os demais amigos das FARC, com a anuência silenciosa dos demais governantes, que por decência deviam ter protestado por terem sido levados a uma cilada, mas, claro, como Santos e sua chanceler não disseram nada, ninguém se pronunciou.

A resposta de Santos de que a paz é problema dos colombianos, serviu de distração mas não solucionou a gravidade do problema, pois as FARC e seus cúmplices continuam muito ativos. Assim, ficou novamente manifestada a miopia da Chancelaria colombiana frente às intenções político-estratégicas das FARC, somado à evidência de que, ao que tudo indica, o ministro da Defesa tampouco entende estas jogadas farianas ou anda por outro lado ou, portanto, não trata destes temas com a bela e passeadora chanceler Holguín.

É tal o desconhecimento do Plano Estratégico das FARC por parte da chanceler Holguín, da embaixada colombiana na Venezuela e até do próprio Santos, que nem sequer tiveram o olfato de levar a essa cúpula um pedido para que todos os mandatários ali reunidos condenassem as FARC como terroristas, e em conseqüência, se comprometessem a capturá-los ou combatê-los, mas, além disso, exigir que os membros da CELAC devam ser implacáveis para condenar os Estados-membros que apóiem o narcoterror, pois esta é uma grave agressão contra a democracia, a liberdade e a justiça no hemisfério.

A ignorância e a miopia político-estratégica são tão nocivas em qualquer guerra, quanto os contextos do próprio conflito. Se a chancelaria não é parte da solução, obviamente é parte do problema.

Entretanto, as FARC e seus cúmplices se saíram com as suas, e o governo colombiano perdeu outra oportunidade de alto nível para que o hemisfério feche os espaços à propaganda do narcoterror comunista. Tudo isto sucedeu como claro complemento às “coincidentes” declarações irresponsáveis de um bispo em Cali, e as sinistras dúvidas da “chanceler do acordo humanitário” acerca do massacre dos seqüestrados perpetrado pelas FARC, em comparação com o que a legítima chanceler dos colombianos faz para defender a legitimidade e a soberania.

Triste e dolorosa realidade. A cúpula da CELAC foi uma cilada estendida pelas FARC e pelo novo melhor amigo de Santos, enquanto a improvisação, a imprudência e a falta de estratégias integrais de Defesa Nacional e Relações Internacionais, são manifestas no veleidoso presidente Santos, ansioso por ser reeleito, com seu bisonho ministro da Defesa e sua passeadora chanceleria. Oxalá aterrissassem.

Tradução: Graça Salgueiro

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