quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Israel acusa o Irã de introduzir terrorismo na América Latina com apoio de Chávez

Mídia Sem Máscara

““Este tipo de infra-estrutura envolve elementos muçulmanos que existem na zona e também se apóia nos barões do narcotráfico.”


(Montevidéu, 6 de dezembro EFE) - O vice-primeiro-ministro israelense, Moshe Yaalon, afirmou hoje em uma entrevista com EFE que o Irã está criando, com a conivência da Venezuela, uma “infra-estrutura terrorista” na América Latina para atentar contra os Estados Unidos, Israel e seus aliados.

“A idéia é armar uma infra-estrutura terrorista que durante um tempo esteja adormecida e que no momento certo possa atacar interesses dos Estados Unidos ou os Estados Unidos”, assim como “interesses israelenses ou judeus, ou de qualquer outro país que se oponha à sua postura política”, afirmou.

Yaalon, que culminou hoje em Montevidéu uma visita ao Uruguai, na qual se reuniu com o vice-presidente do país, Danilo Astori, entre outras autoridades, citou como exemplo dessa teórica estratégia um suposto complô para atentar contra o embaixador saudita nos Estados Unidos, revelado recentemente.

Nesse caso, no qual os Estados Unidos envolveram o Irã e que foi condenado no passado 18 de novembro pela Assembléia Geral da ONU, não é o único, como demonstram outros episódios do passado, assinalou. “Este tipo de infra-estrutura terrorista já atuou em 1992 contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires, e em 1994 contra a mutual judaica da AMIA”, também na capital argentina, detalhou.

Segundo Yaalon, a estratégia se enquadra nos planos de Teerã de “exportar a revolução iraniana, primeiro aos países circundantes”, como o Iraque, Afeganistão, Líbano ou o território palestino, “e depois ao Ocidente”.

O vice-primeiro-ministro, que na década de 90 foi chefe de inteligência militar, explicou que os dados de que seu país dispõe revelam que na América Latina “este tipo de infra-estrutura envolve elementos muçulmanos que existem na zona e também se apóia nos barões do narcotráfico. Também se respalda na imunidade que os diplomatas iranianos têm na zona” e “aproveitam muito especialmente a forma hospitaleira como são recebidos pelo presidente (da Venezuela Hugo) Chávez e dessa forma ingressam em todo o continente”, denunciou.

Para Yaalon, “o fato de que os passaportes iranianos não necessitam de visto para entrar na Venezuela, um país que rompeu relações com Israel em 2009 pela situação de Gaza, lhes abre as portas para entrar em toda a América Latina”.

Consultado, disse não ter indícios de vinculação entre esses supostos terroristas iranianos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

O vice-primeiro-ministro indicou também que não entende por quê o MERCOSUL, o bloco econômico formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai (com Venezuela em processo de adesão), pretende firmar em 20 de dezembro um acordo comercial com a Palestina. “Qual é o significado especial do acordo entre o MERCOSUL e a Palestina, quando a única coisa que os palestinos exportam são atos de terrorismo e mísseis?”, se perguntou.

Não obstante, lembrou que seu país tem esse mesmo convênio com os quatro países em separado e com o bloco em seu conjunto, e detalhou que em sua visita ao Uruguai, o país que tem a presidência semestral do grupo, pretendeu explicar às autoridades locais sua visão sobre a situação no Oriente Médio. “Tenho a esperança de que com meu vínculo aqui, possamos estender pontes para chegar a uma posição comum nisto”, salientou.

Yaalon referiu-se também ao ataque perpetrado contra a Embaixada do Reino Unido em Teerã, como uma demonstração de que “o inimigo não é o Estado de Israel, senão o mundo ocidental, o mundo livre”. Ademais, advertiu que Israel pretende “convencer” o regime iraniano de anular seu suposto plano armamentista com energia nuclear, “mas se isso não for possível, realizará pressões para que os iranianos decidam se querem criar a bomba nuclear ou existir como Estado”.

Por outro lado, sobre as eleições realizadas este ano no Egito, Marrocos e Tunis, disse que “a democracia não começa nem termina com eleições, senão com a educação”.

“Estávamos muito alentados de ver na praça Tahrir, do Egito, pessoas que falavam das liberdades de expressão, individuais, das mulheres. Esses são fatores democráticos mas perderam nas eleições”, lamentou Yaalon, que comparou o ocorrido com a revolução iraniana de 1979.

Editorial do Noticiero Digital - http://www.noticierodigital.com

Tradução: Graça Salgueiro

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