Mídia Sem Máscara
| 21 Abril 2010
Internacional - América Latina
A recente libertação de dois militares, a entrega dos restos mortais de um oficial por parte das FARC e a posição assumida ante esses fatos, ou a maneira pela qual a opinião pública os vê, permite classificar os colombianos nas seguintes categorias:
Seqüestradores: Os autores dos seqüestros e do cruel e brutal cativeiro.
Judas e fariseus: Os que se fazem passar por redentores dos seqüestrados, mas que na realidade, com sua gestão, procuram reivindicar as FARC, traindo o país, que quer liquidá-las.
Ladinos: Os que vivem atacando política e juridicamente o Estado e mostram-se como defensores dos direitos humanos, mas não dizem nada sobre os seqüestros e o trato inumano aos seqüestrados.
Amestrados: Os seqüestrados que tendo sido libertados (não resgatados, nem fugidos) saem falando mal do Governo, sem falar na selvageria das FARC e em troca, a impulsionar o acordo humanitário.
Imbecis tipo A: Os que aceitam o acordo humanitário só para ser contrários ao Governo. Não têm em conta que a guerrilha necessita desses contatos para se fortalecer e continuar em seu conto de violência.
Imbecis tipo B: Os que não vêm nada obscuro nas libertações e fazem o jogo dos que as exploram ideologicamente.
Imbecis tipo C: Os que, sem ser partidários das FARC nem marxistas, acreditam nelas e apóiam o intercâmbio humanitário que elas propõem, sem se dar conta do que isso leva por dentro.
Aterrissados (que têm os pés no chão): Os que, sem ter ingerência em decisões ou manipulação de opinião, rechaçam os shows das libertações porque sabem para onde vão esses atos e o que é que buscam com as persistentes propostas de intercâmbios humanitários.
Essa hierarquia resultou de lançar uma olhada introspectiva nas reações dos colombianos frente a uma situação ligada ao conflito interno. Alguns procuram priorizar seus interesses ideológicos ou pessoais, outros tratam de defender os interesses nacionais, alguns mais são indiferente ou despreocupados. Os primeiros, os que manejam fins ideológicos, são os mais ativos e, sem querer, os indiferentes ou despreocupados acabam ajudando-os. Sendo assim, nestas atitudes e comportamentos de muitos colombianos pode-se achar uma das razões mais concludentes para que não tenhamos saído do conflito e não estejamos próximos de sair dele.
O general Adolfo Clavijo é diretor executivo da Fundação Cóndor da Colômbia.
Tradução: Graça Salgueiro
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