quarta-feira, 2 de junho de 2010

O "Caso Mockus" e a engenharia da desinformação

Mídia Sem Máscara

Alejandro Peña Esclusa | 02 Junho 2010
Artigos - Desinformação

Se as pesquisas na Colômbia estavam truncadas, na Venezuela são simplesmente uma fantasia. Honduras foi outro claro experimento de "engenharia da desinformação", que conseguiu converter Zelaya em "vítima" de um golpe de Estado.

A derrota acachapante que Mockus sofreu em 30 de maio, depois de ser anunciado por muitos como o próximo presidente da Colômbia, evidenciou uma sofisticada manobra propagandística para tratar de encobrir a realidade e manipular o voto dos colombianos.

Paralelamente, uma semana antes das eleições desatou-se uma campanha internacional contra o presidente Uribe e o candidato Santos, vinculando-os a grupos paramilitares. A operação se baseou no falso testemunho de um delinqüente colombiano, publicado na Argentina pelo diário Página 12 - dirigido pelo ex-montonero Horacio Verbitsky - e retransmitido pelo canal chavista TeleSul.

A dupla ação de desinformação foi tão exitosa que, quando Santos esmagou Mockus, duplicando sua votação, colombianos e estrangeiros ficaram profundamente surpresos.

O "Caso Mockus" é muito pedagógico para ilustrar a nossos leitores sobre um procedimento que se usa constantemente na América Latina, e que funciona com grande êxito, embora desta vez tenha fracassado na Colômbia.

Em setembro de 2008 implementou-se um plano na Bolívia para culpar a oposição pelo chamado "massacre de Pando". Evo Morales e seus colaboradores encobriram sua própria responsabilidade na matança, elaborando um informe falso - redigido por um ex-terrorista argentino, Rodolfo Mattarolo - e divulgando suas conclusões através de uma prodigiosa rede de mídia esquerdista, entre os quais encontram-se Página 12, Rebelión, Indymedia, Kaos en la Red, e mídias oficiais da Bolívia, Cuba e Venezuela.

Honduras foi outro claro experimento de "engenharia da desinformação", que conseguiu converter Zelaya em "vítima" de um golpe de Estado, em que pese ter sido ele mesmo quem provocou a crise, ao querer violar a Constituição por ordens de Hugo Chávez. Contra os hondurenhos se balançaram não só as mídias antes mencionadas, como as organizações multilaterais controladas pelo Foro de São Paulo, como a ALBA, a UNASUL e a OEA.

Porém, o caso mais exitoso da "engenharia da desinformação" constitui o próprio Chávez, que até esta data é considerado como um "líder popular", defensor dos mais pobres e não como o que realmente é: um agente a serviço da revolução cubana. Chávez não usa os multimilionários recursos do Estado venezuelano para favorecer os mais necessitados, senão para exportar o modelo castro-comunista em toda a América Latina. Entretanto, a Venezuela se destrói e empobrece cada vez mais.

Se as pesquisas na Colômbia estavam truncadas, na Venezuela são simplesmente uma fantasia. Se Mockus obteve 21 por cento dos votos, o apoio a Chávez não chega a 20 por cento. Entretanto, os meios de comunicação internacionais - e até a própria oposição venezuelana - outorgam ao comandante golpista mais de 50 por cento de respaldo popular.

Esta farsa está avalizada por resultados eleitorais, certamente fraudulentos. Porém, embora seja óbvio que o sistema eleitoral venezuelano esteja totalmente viciado, o mito da suposta popularidade de Chávez se mantém. Por sua parte, os partido opositores negam-se a denunciar a fraude argumentando que, se o fizerem, promoverão a abstenção. Haja lavagem cerebral!

Se por construir mentiras e modificar condutas outorgassem prêmios, teria que ser dada uma medalha aos cubanos pela gigantesca obra de "engenharia da desinformação", que levaram a cabo na Venezuela.

Tradução: Graça Salgueiro

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