Mídia Sem Máscara
Nivaldo Cordeiro | 06 Junho 2010
Media Watch - Folha de S. Paulo
Enquanto o PT cria dossiês burlescos contra a candidatura do não menos esquerdista e autoritário José Serra, a Folha de São Paulo faz sua parte na impostura: faz da vítima, agressor, e dos agressores, vítimas.
Acabei de ler os jornais de hoje (Folha de São Paulo e Estadão). Se ambos são governistas às escâncaras, a Folha é, para dizer o mínimo, a mais sem vergonha ao cobrir os fatos envolvendo a candidatura de Dilma Rousseff, por quem está fazendo campanha descarada. Transforma tudo que é negativo em positivo.
Lendo a Folha o leitor irá "descobrir" que a candidata, mentora e responsável pelos eventuais dossiês que estão em elaboração contra o candidato José Serra, seria apenas vítima de maledicência ao ter seu nome ligado aos famigerados dossiês. Obviamente uma história inverossímil. Nada de tão importante numa campanha presidencial poderá ser feito sem o comando direto da candidata.
Quem conduz a campanha está em busca de escândalos, reais ou imaginários - fabricados - para enlamear o nome do principal adversário. O risco, todavia, é sempre o tiro sair pela culatra. De tão repetitivo o expediente já não tem o poder de modificar o voto dos eleitores esclarecidos.
Na edição de ontem (4) da Folha a principal manchete não podia ser outra: "PT interpela Serra na Justiça", como se o ex-governador paulista fosse autor, e não vítima, do desmando. Hoje, sem chamada de capa, o jornal relata em letra miúda o que toda gente sabe, que há pelo menos dois dossiês em gestação, um contra a filha - Verônica Serra - e outro contra aliados políticos.
Em compensação, o Estadão fez do assunto a sua manchete principal (Campanha de Dilma convidou arapongas para fazer dossiês), colocando os fatos de forma correta e clara, dando relevância para os leitores (eleitores).
Caro leitor, se não quiser ser desinformado, não leia a Folha de São Paulo.
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