terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A alma dos eleitores

Mídia Sem Máscara

A grande questão é: quem começa? Quem organiza? Teremos que esperar a combustão espontânea das ruas, como o Tea Party nos EUA? Tudo está em aberto, mas, aconteça o que acontecer, o campo conservador terá que ser ocupado por quem de direito.

O fracasso político-eleitoral das idéias liberais em todo o mundo é patente. O discurso sobre o liberalismo tente a encantar certo tipo de platéia de intelectuais e acadêmicos. Acredito que no Brasil essa platéia não encheria um ônibus, incapaz portanto de encontrar nomes passíveis de empolgar a opinião pública.

O discurso liberal, centrado na exaltação da propriedade privada e da liberdade (e da igualdade, a mesma que está na boca dos socialistas) não tem apelo algum e sofre concorrência direta da alternativa socialista. Do ponto de vista da lógica do coração o discurso socialista esmaga o discurso liberal e o mantra da distribuição de renda por meio de políticas públicas (elevação de impostos, de um lado, e gastos públicos, do outro) parece ter capacidade superior de comunicação.

Todos sabem que o discurso falso dos socialistas esconde patranhas óbvias. Os políticos socialistas, embora busquem implantar suas propostas, sabem que não podem dispensar o núcleo científico das idéias liberais em matéria de economia. Depois das eleições tornam-se "conservadores" em matéria de política econômica, como foi o caso do primeiro governo Lula.

Seria o liberalismo bom para governar e ruim para conquistar o poder, dentro da ordem democrática? De certa maneira, sim, porque seu núcleo científico é insuperável. Especialmente em situações de crise é impossível que o governante não tenha a seu lado bons economistas treinados em escolas de clara tendência liberal, como são os economistas oriundos da Escola de Chicago.

Os liberais não têm como enfrentar o discurso político-eleitoral com a liderança socialista e a história mostra que sua derrota nas urnas é sempre previsão certa.

E os conservadores? Como vimos no fenômeno do Tea Party, eles falam também a lógica do coração, portanto são capazes de mobilizar as multidões. Os conservadores têm a vantagem de não precisar usar do expediente da mentira, pois falam a verdade da alma e apelam para a história do tempo em que os socialistas não haviam chegado ao poder, quando a ordem era estável e os valores superiores reconhecidos. Falam em nome da tradição. Têm automaticamente a seu lado o núcleo científico da economia liberal. Conservadores e liberais, nos bancos de escolas de economistas, são praticamente uma única e mesma coisa.

Em resumo, a única força política capaz de enfrentar a marcha vitoriosa dos partidos socialistas pelo mundo são os conservadores, que precisam se organizar politicamente e usar integralmente o seu discurso, pois este tem apelo capaz de falar ao coração do povo e tem a seu favor a verdade perene de todos os tempos. Nas verdadeiras situações de crise e para além da questão econômica, apenas os conservadores poderão implantar políticas capazes de resolver as graves situações criadas pelos socialistas no poder e, ao mesmo tempo, ter apoio popular.

O Brasil precisa urgentemente organizar um partido conservador de massas, genuíno, para fazer contraponto ao PT e ao arco socialista que se abriga ao seu redor. Ganhará as multidões com muita rapidez. Se o que eu imagino vai acontecer, o continuísmo do PT e o agravamento da crise mundial, com imediatos desdobramentos internos, é imperativo de urgência que a tarefa de organização de algo assim seja levada à frente.

Não adianta esperar pelos velhos caciques, que se confundem com o patrimonialismo político e acabaram aderindo covarde e sonsamente à nova ordem petista. Esses homens e mulheres não são conservadores, não passam de oportunistas. A renovação política terá que ser integral. A grande questão é: quem começa? Quem organiza? Teremos que esperar a combustão espontânea das ruas, como o Tea Party nos EUA? Tudo está em aberto, mas, aconteça o que acontecer, o campo conservador terá que ser ocupado por quem de direito. Os liberais estão fora desse processo, não têm discurso e não têm quadros. Já os conservadores têm seus núcleos operantes onde sempre tiveram, em torno de empresários, igrejas, operários e todos aqueles insatisfeitos com a deformação do sistema jurídico pelos socialistas no poder.

O conservadorismo é a força política dormente que deverá emergir em breve espaço de tempo. A alma dos eleitores é naturalmente conservadora. O discurso socialista é uma falsificação que precisa ser denunciada e derrotada.

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