Heitor De Paola | 25 Fevereiro 2010
Internacional - Oriente Médio
Nem mesmo no abominável eixo Havana-Brasília-Caracas-Beijing, que se opõe às sanções e defende a continuidade das negociações de um novo acordo de Munich. Amorim, o moderno Chamberlain, boneco de ventríloquo de Marco Aurélio Garcia, continua dizendo que devemos negociar com Herr Ahmadinejad, cheio de intenções pacíficas.
Há muito tempo diversos autores vimos insistindo em que a Nova Ordem Mundial visa a destruição da única civilização que merece tal nome: a Judaico-Greco-Cristã. Para tal é preciso cercar, ideológica e geopoliticamente os dois grandes focos civilizacionais da atualidade, os Estados Unidos e Israel. O cerco ideológico tem produzido efeitos devastadores de antiamericanismo e anti-sionismo. Este último nada mais é do que uma versão hipócrita do milenar anti-semitismo.
Mas a posição mundial começou a mudar quando Ahmadinejad ameaçou com um novo Holocausto. Embora a intensa propaganda faça com que o Estado de Israel ainda seja visto como um invasor da 'palestina' e genocida de seu povo, as ameaças persas despertaram um pouco daquela simpatia superficial e nada duradoura pelos que são ameaçados de morte pelos poderosos. Superficial e efêmera porque baseada no princípio de que as ações devem partir dos demais países, sendo negado o direito de Israel defender a si mesmo, como afirmei no último artigo para este jornal.
Os países europeus mobilizam-se. Até mesmo a Rússia "perdeu a paciência" com o Irã. Obama, provavelmente contra sua vontade, declarou que o enriquecimento de urânio a 20% recentemente divulgado com estardalhaço pelas autoridades persas indica claramente que suas intenções não são pacíficas, como se houvesse alguém que ainda acreditasse neste conto das mil e uma noites. Nem mesmo no abominável eixo Havana-Brasília-Caracas-Beijing, que se opõe às sanções e defende a continuidade das negociações de um novo acordo de Munich. Amorim, o moderno Chamberlain, boneco de ventríloquo de Marco Aurélio Garcia, continua dizendo que devemos negociar com Herr Ahmadinejad, cheio de intenções pacíficas.
Mas não se fiem os israelenses nas boas intenções dos europeus e americanos: o que eles propõem são apenas sanções que certamente não darão resultado algum, pois o Irã pode resistir por si mesmo e com a ajuda chinesa e a magnânima oferta de Chávez - secundada por Lula - de usar as instalações venezuelanas para enriquecer urânio.
A proximidade da festa de Purim (פורים), que neste ano será no dia 28/02, torna inevitável estabelecer um paralelo entre o presente e o passado do povo Judeu. Se novamente existe na Pérsia um Haman a planejar o extermínio dos Judeus e influenciar Ahashverosh para decretar seu fim, falta uma Ester para influenciar um rei racional, capaz de perceber seu erro e tomar as medidas extremas necessárias para enfrentar o ódio e a inveja que alimentam o temível personagem. Ahashverosh, não podendo revogar seu próprio Édito, assinou um novo decreto, permitindo que os judeus se defendessem! Diz a tradição que no décimo terceiro dia de Adar, data sorteada por Haman, os Judeus se defenderam dos ataques e venceram seus inimigos.
É exatamente isto que nações ocidentais, no mínimo em seu próprio benefício futuro - pois serão Israel amanhã! - deveriam fazer, mas certamente não o farão: deixem que Israel se defenda! Não seria o primeiro desafio enfrentado e vencido por este povo. Haverá uma Ester para aconselhá-los?
Artigo publicado no jornal Visão Judaica, Curitiba-PR
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