Mídia Sem Máscara
Márcio Luís Chila Freyesleben | 09 Fevereiro 2010
Artigos - Movimento Revolucionário
O indivíduo, isolado no pequeno universo de seu cotidiano, crê que suas ideias são ultrapassadas, dissidentes e pior, preconceituosas; sente-se divorciado de uma realidade que, com efeito, existe apenas no universo fantasioso da mídia e do ensino.
Chamou-me a atenção as repercussões causadas pelas declarações do General Raymundo Nonato de Cerqueira Neto durante sabatina a que foi submetido no Senado Federal, ocasião em que opinou desfavoravelmente à presença de homossexuais nas Forças Armadas. Como sói ocorrer, os movimentos sociais afins, jornalistas, políticos e, como de hábito, o presidente da OAB vieram em coro externar seus judiciosos pareceres, todos de Carta Magna em riste.
As manifestações exacerbadas de dignidade ofendida mal ocultavam os reais fundamentos da histeria. Desde que as ideias do Sr. Gramsci chegaram ao Brasil, nos idos de sessenta, pôs-se em prática a estratégia de modificação do senso comum da população, com o objetivo de promover a sua conversão à doutrina que, em que pese às evidências de ser responsável pelo extermínio de milhões de almas pelo mundo em fora, é-nos vendida como solução miraculosa e redentora: o comunismo ou, eufemisticamente, socialismo.
Como é do feitio da esquerda, a mentira sempre estará a serviço de suas empreitadas. Os meios de comunicação e o sistema de ensino, público e privado, salvo raríssimas exceções, oferecem seus inestimáveis préstimos, endossando e reverberando o ideário vermelho. As questões atinentes ao politicamente correto, ao pluralismo, à igualdade, a par de toda a temática afeta aos movimentos sociais, compõem a farofa ideológica posta na ordem do dia.
Há um esforço hercúleo para torcer, retorcer e distorcer costumes e tradições, reduzindo-os a nada, para então permitir a edificação, sob os escombros de uma sociedade desprovida dos brios, do "Socialismo do Século XXI".
Há, porém, um aspecto do estratagema que é novo, que não foi pensado por Gramsci. Enquanto os esforços para a deformação do senso comum estão em andamento, os meios de comunicação e o sistema de ensino encarregam-se de dar por acabada e exitosa a transformação da sociedade. Isto é, encarregam-se de convencer a todos de que a cartilha vermelha já teria sido devidamente apreendida pela população e de que os brasileiros comungariam das mesmas opiniões a respeito de temas como a união homossexual, legalização do aborto, a liberação das drogas, a demonização dos valores cristãos e a santificação dos valores socialistas, etc.
A estratégia é eficaz, pois o indivíduo, isolado no pequeno universo de seu cotidiano, crê que suas ideias são ultrapassadas, dissidentes e pior, preconceituosas; sente-se divorciado de uma realidade que, com efeito, existe apenas no universo fantasioso da mídia e do ensino. Entrementes, o indivíduo vê-se diante de uma dicotomia: o senso comum que lhe próprio e o senso comum que lhe é impingido.
A existência dessa dualidade ficou nítida no plebiscito do desarmamento: enquanto jornalistas, artistas, professores universitários e outros valorosos integrantes de nossa pseudo-intelectualidade desdobravam-se em argumentos para demonstrar que a proposta de desarme ia ao encontro dos mais sinceros anseios da pacífica população brasileira, as urnas provavam que o discurso dessa cambada não passava de empulhação. O resultado do plebiscito tornou-se emblemático, porque revelou o desplante daqueles que tentaram infundir um senso comum fraudado em toda a gente.
Situação semelhante ocorre no episódio protagonizado pelo General Cerqueira Neto. Tenta-se incutir na população a noção de que as Forças Armadas andam na contramão dos mais caros sentimentos nacionais; o que é uma vergonhosa mentira. Fizessem eles outro plebiscito, veriam nas urnas o que pensa a população sobre a "causa gay"; saberiam eles que, para um povo essencialmente cristão, tais causas encerram "delitos contra a natureza humana".
Quem quer que tenha um ponto de vista histórico do problema percebe uma ironia em curso. Governos socialistas invariavelmente perseguem e criminalizam os homossexuais, não sem antes usá-los em sua estratégia revolucionária. Uma vez no poder, homossexuais e intelectuais orgânicos solidarizar-se-ão no "paredón", à moda cubana, ao estilo Guevara.
É nesse sentido que deve ser compreendida a esparrela que está sendo armada para os militares. Após a execração pública que se pretende empreender contra os militares anistiados, o próximo passo será obrigar as Forças Armadas a receberem em suas fileiras homossexuais. Há nisso o dissimulado propósito de solapar as bases sobre as quais a vida militar é erigida, até a inevitável ruptura com todos os valores que forjaram as suas principais colunas de sustentação: a hierarquia e a disciplina.
Para levar a cabo seu intento, a esquerda corromperá instituições e destruirá todos os valores da sociedade brasileira: a família, a religião, a moral, a propriedade, etc.; como estratégia de subversão dos valores que impediram, até agora, a implantação do marxismo.
Depois da débâcle militar, pouco restará em socorro de nossa liberdade.
Márcio Luís Chila Freyesleben é Procurador de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais
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