quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Tempo de transição

Mídia Sem Máscara

O PT agora colocou os militares em xeque. Se não houver reação teremos a prova de que os generais estão mesmo emasculados e o caminho do totalitarismo está devidamente pavimentado.

Quando se aproximou o final do mandato do presidente Lula, mais precisamente desde o início de 2009, foi possível perceber-se uma guinada forte à esquerda na condução política do governo do PT. Em primeiro lugar, na política econômica, quando se perseguiu a paulatina redução das taxas de juros, mesmo contra a opinião dos aliados banqueiros do PT. Depois, com a aceleração da elevação do salário mínimo, contra todas as regras de prudência, inclusive e sobretudo com o trato do déficit da Previdência Social. Aqui se viu que o PT estava jogando pesado para fazer o sucessor pelo voto. Um terceiro ponto foi a aceleração do programa bolsa-família, que se ampliou no limite do possível.

Um quarto movimento, muito importante, foi a realização das chamadas conferências nacionais, uma delas novidadeira, a Confecom, e a incandescente conferência sobre direitos humanos, que redundou no famigerado decreto que provocou a ira dos militares e da Igreja Católica. A tal "transversalidade" dos direitos deu ao decreto um conjunto de temas dignos de uma assembléia constituinte, praticamente intentando refundar as instituições políticas. A própria Confecom foi a tentativa de estatizar no possível e de calar da melhor maneira a independência dos meios de comunicação, meta antiga do PT, sob sofismas ridículos de "democratização" do direito à comunicação e universalização da infra-estrutura de acesso, desconsiderando-se as limitações econômicas.

Um capítulo à parte nessa demonstração de força tem sido a condução da política externa, completamente descolada da tradição da diplomacia brasileira. Desde envidar esforços para manter o tresloucado Hugo Chávez no poder, eleger Evo Morales, garantir a eleição do bispo paraguaio e a pirotécnica tentativa de intervir na política interna de Honduras. Coroa a alucinação diplomática o abandono do mercado norte-americano, o estreitamento de relações com a China e, por fim, o descarado e injustificado (e perigoso) apoio ao presidente do Irã, contra os Estados Unidos, Israel e a Comunidade Européia. Não é pouca coisa. Um gesto de força sem precedentes. Nesta semana veio a público a intenção de se criar um conselho de política internacional, mais um canal pelo qual os tais movimentos populares e os sindicatos terão ingerência nos negócios de Estado.

É preciso registrar a extrema ousadia do partido governante para fazer o que tem feito, numa grande demonstração de autoconfiança no próprio poder, algo evitado no primeiro governo Lula. O PT está de todas as formas tentando anular as garantias constitucionais à liberdade e à economia de mercado. Está levando à frente a mudança do eixo estratégico das relações internacionais. Por fim, agora está jogando seu lance mais ousado: o esmagamento do poder militar, o único capaz de se colocar no caminho do seu projeto político totalitário.

Desde a publicação do decreto contendo o Plano Nacional dos Direito Humanos o clima no meio militar ficou azedo. Em paralelo, a condução do processo de compra da aviação de caça, desde o início alijando a Força Aérea do processo de decisão final, tem causado grandes ruídos. Hoje, finalmente o PT disse quem manda: mandou exonerar o general Maynard Marques de Santa Rosa, chefe do Departamento-Geral de Pessoal do Exército, oficial de quatro estrelas e integrante do Alto Comando da Força. Desde os tempos de Geisel, com o episódio do general Silvio Frota, eu não me lembro de um oficial dessa graduação ser exonerado. O motivo alegado foi um e-mail do militar, externando sua indignação com o Plano Nacional de Direito Humanos.

O PT agora colocou os militares em xeque. Se não houver reação teremos a prova de que os generais estão mesmo emasculados e o caminho do totalitarismo está devidamente pavimentado. Não haverá mais força a segurar os planos malignos das esquerdas. Ou haverá reação e aí teremos que esperar para ver. Tempos de grandes perigos. No horizonte, a sucessão presidencial, que talvez esteja, de fato, se desenhando agora.

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