Mídia Sem Máscara
| 19 Dezembro 2010
Internacional - América Latina
Dias depois da posse, Santos marcou um encontro com Chávez, e lá apertaram-se as mãos selando o fim dos conflitos diplomáticos desencadeados pelo "bolivariano". Neste encontro, entretanto, Santos cometeu erros gravíssimos.
Ao completar cem dias de governo, não pude deixar de comparar o comportamento dos colombianos com Juan Manuel Santos e os norte-americanos, tão logo Barack Obama atingiu o mesmo tempo de governo. Em ambos os casos, os então candidatos arrebatavam multidões esperançosas: o primeiro, pelas promessas de continuar com o Plano de Segurança Democrática e derrotar as FARC. O segundo, porque prometia uma "mudança" que animava até os conservadores que viam em seu discurso o surgimento de um novo "estadista", malgrado o total desconhecimento de sua real biografia.
E a comparação veio pelos resultados obtidos nos primeiros cem dias de novo governo, onde tanto na Colômbia quanto nos Estados Unidos a desilusão, o desencanto e o choque de realidade foram os sentimentos mais patentes.
Santos elegeu-se com uma margem bastante expressiva de votos. Entretanto, dentre seus eleitores contavam-se não só os que de fato queriam vê-lo no trono de Bolívar como os que repudiavam as FARC e Chávez, por suas alianças com os terroristas colombianos, pela intromissão descarada nos assuntos internos da Colômbia, pela forma agressiva e desrespeitosa como tratava o presidente Uribe, e por tentar de todas as maneiras destruir a democracia daquele país impondo seu "socialismo do século XXI".
Poucos dias depois da posse Santos marcou um encontro com Chávez, e lá apertaram-se as mãos selando o fim dos conflitos diplomáticos desencadeados pelo "bolivariano". Neste encontro, entretanto, Santos cometeu erros gravíssimos que ainda trarão conseqüências muito nefastas ao seu país. Para encerrar as desavenças Santos prometeu a Chávez retirar da OEA a denúncia feita no fim do mandato de Uribe sobre o acobertamento que os terroristas das FARC e do ELN recebiam do ditador venezuelano, recheada de provas documentais, vídeos e fotos de satélite que provavam a existência de acampamentos desses terroristas em solo venezuelano. Como se isto fosse pouco, selaram-se acordos para que o processo que tramitava no Congresso sobre o plano de cooperação entre Estados Unidos e Colômbia, para o uso de bases militares deste país pelos norte-americanos fosse encerrado, sonho dourado das FARC, de Chávez e do Foro de São Paulo, em que o único prejudicado é a Colômbia. Em troca, Chávez pagaria a dívida de US$ 800 milhões que tem com empresários colombianos, cuja palavra não foi cumprida até hoje.
Estes dois gestos foram uma bofetada na cara do presidente Uribe e seu embaixador perante a OEA, que passaram por mentirosos, malgrado as provas insofismáveis que embasavam a denúncia. Foram os primeiros choques de desilusão em seus compatriotas.
Quando faleceu o montonero Néstor Kircher, ex-presidente da Argentina, Santos declarou que"lamentava a perda de um grande estadista, cuja dor dos argentinos a Colômbia compartilhava", quando uma nota oficial para cumprir protocolos diplomáticos era o bastante e não trairia seus compatriotas de forma tão vil, pois este "grande estadista" abrigava terroristas das FARC e lutava para que fossem consideradas "forças beligerantes".
Preso na Colômbia o maior narco-traficante venezuelano, Walid Makled, os Estados Unidos pediram sua extradição ao que, de imediato, Chávez também fez a mesma solicitação. Quem deu as pistas para a captura foi a DEA mas a Chávez interessa ter este elemento em seu país para silenciá-lo, uma vez que Makled denunciou militares do alto escalão e o próprio Chávez como seus cúmplices, inclusive provando o envolvimento das FARC e do ETA com o governo venezuelano. Mais uma vez, traindo seu país, seu povo e seu maior aliado no combate ao terrorismo, Santos decidiu extraditar Makled à Venezuela, alegando que "havia dado a palavra" a Chávez, a quem pouco depois divulgou ser seu "mais novo melhor amigo".
Certamente na posse da terrorista Dilma, Santos virá fazer o beija-mão. Resta ver se agora o governo da Colômbia vai entrar oficialmente para o Foro de São Paulo, porque seu jogo Santos já está fazendo, desde que assumiu.
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