Mídia Sem Máscara
Cel. Luis Alberto Villamarín Pulido | 28 Julho 2011
Notícias Faltantes - Foro de São Paulo
Santos é o conciliador e o amigo de todos, sem importar que seus novos melhores amigos sejam cúmplices das FARC, estejam conspirados com a ditadura cubana e o Foro de São Paulo para derrubar a democracia e desbaratar a República.
Quase dez milhões de colombianos iludidos elegeram Santos, convencidos de que ele não deixaria "pastranizar" [1] a Estratégia de Segurança Democrática, bandeira de governo de seu antecessor, nem "caguanizaria" [2] aproximações de paz com as FARC. Não obstante, tudo foi diferente.
Desde o inusitado giro dado por Santos às relações internacionais com os governos pró-terroristas vizinhos, cúmplices das FARC, somado à sua atitude displicente e desconsiderada para com as Forças Militares ao negar-lhes os direitos salariais e de benefício social, colocá-los contra a parede no campo operacional e deixá-los à deriva na defesa jurídica, até os fatos recentes, como associar-se com seu arquiinimigo ideológico Lucho Garzón, a ativação da comissão nacional de reconciliação com a Igreja Católica, etc.
Eleito de maneira imerecida com votos uribistas dentro de um ramalhete, onde não era o melhor senão o "menos pior", Santos utilizou argúcias para livrar-se do processo jurídico-político que Correa ordenou abrir contra ele, por um "juiz subalterno" em Sucumbíos, devido à morte do íntimo "camarada Raúl Reyes", então protegido pelo governo equatoriano.
Para o efeito, declarou Chávez "seu novo melhor amigo" e reatou relações diplomáticas com o Equador, para demonstrar que "o problema era Uribe que não queria a concórdia entre governos e países irmãos". E quem se atreva a criticá-lo, de imediato é rotulado de "uribista ressentido", inimigo da paz e até de "mão negra da ultra-direita".
Em síntese, um parafraseado discurso das FARC. Quem os critique ou desmascare é um para-militar de direita, inimigo do povo e contrário à "justa luta revolucionária"... Dupla moral e cinismo por todo lado.
Por outro lado, Santos é o conciliador e o amigo de todos, sem importar que seus novos melhores amigos sejam cúmplices das FARC, estejam conspirados com a ditadura cubana e o Foro de São Paulo para derrubar a democracia e desbaratar a República. Não... O que importa é seu perfil político pessoal, sua vaidade e seu inocultado desejo de ficar outro período mais desfrutando do imerecido cargo no trono de Bolívar.
Com arrogância, Santos ousa autodeclarar-se expert estrategista em guerra de guerrilhas e autor intelectual dos golpes mais duros contra as FARC em toda a sua história. Simples fanfarronice e politicagem barata. Esses êxitos são patrimônio exclusivo das Forças Militares e da Polícia. De ninguém mais. Talvez um pouco do presidente Uribe no bombardeio ao acampamento de Reyes no Equador, dado o nível político-estratégico dessa decisão. O resto é pesca em rio revolto ou lucro de indulgências com astúcia alheia.
A Lei de Reparação de Vítimas serviu para reviver o cadáver político em que Pardo Rueda e Cesar Gaviria converteram o Partido Liberal, para justificar a nova burocracia samperista [3] no Ministério da Justiça e no Ministério Público e, obviamente, em outro trampolim para a desaforada carreira re-eleitoral de Santos.
Ao final do macondiano experimento, como tem costumado suceder com as decisões transcendentais de ordem pública na Colômbia, as Forças Militares e a Polícia ficaram com a carga do pesado fardo de inaptidão governamental para fazer cumprir a lei. Uma vez mais os sacrificados serão os soldados e os policiais, enquanto os gestores do caso avançam em posições burocráticas, em torno da politicagem e da corrupção de sempre.
Por outro lado, a carta de Medófilo Medina a Cano é um mandado bem feito pelo professor universitário ao narco-terrorista mais procurado da Colômbia. Com aparência de crítica à qual lhe saíram idiotas úteis aderentes, Medina alvoroçou o vespeiro político para justificar a eventual legitimação das FARC, pois em sua suposta crítica não diz nada do narco-terrorismo, das violações farianas ao direito internacional humanitário, do sadismo narco-comunista, senão que, pelo contrário, justifica a existência dos terroristas e só lhes pede uma revisão no caminho para a tomada do poder.
Típica fanfarronice comunista, cujo anzol já foi mordido até por "sisudos" analistas políticos colombianos que até o entrevistaram por meios de comunicação de massa. Mais uma vez as FARC e o Partido Comunista, que em essência são a mesma coisa, jogam o estratagema de autodeslindar-se sem renunciar à sua identidade de propósitos, com a farsa de que os camaradas da cidade e do partido "querem" a solução para o conflito, porém, claro, em termos e condições impostas pelos terroristas e seus cúmplices, quer dizer, entregando-lhes o país. O resto não lhes serve.
Para rematar, acabou o diabo fazendo hóstias para a missa católica. O camarada Lucho Garzón, que nadou em meio de intrigas e conchavos próprios de sua ideologia, e que nunca foi claro em desqualificar as FARC, agora também é "o novo melhor amigo" de Santos a quem antes rotulava de para-militar, assassino, burguês vende-pátrias, etc.
E anexo à sua "nova aliança", Lucho Garzón assegurou que Santos vai fazer a paz logo. Tudo o que foi dito antes coincide com o infatigável trabalho da porta-voz internacional das FARC que, financiada por Chávez, não cessou de mover contatos em todo o continente e na Europa, para que o governo colombiano se sente para dialogar com os terroristas, para que de imediato os governos do Foro de São Paulo lhes concedam embaixadas e legitimação como força beligerante.
Este cenário afeta profundamente as Forças Militares e da Polícia que evidentemente nem sequer foram consultadas, senão que, do mesmo modo que nas ocasiões anteriores serão utilizadas, vilipendiadas, e no final responsabilizadas por todas as falhas dos governantes e dos funcionários encarregados de concretizar o processo.
Portanto, esta decisão afetará a reserva ativa, acrescentará mais problemas aos já existentes na Saúde Militar, onde a evidente corrupção gerada por funcionários civis específicos no Ministério da Defesa têm o serviço à beira do colapso por ineficiência.
Isto com a circunstância agravante de que, em seu afã politiqueiro re-eleitoral, Santos não só continue empenhado em se lixar do nivelamento salarial ordenado por lei para militares e policiais, senão que para encher os faltantes de dinheiro da etérea Lei de Vítimas, se disponha a suspender os pagamentos mensais dos soldos da reserva ativa, com a circunstância agravante de que as FARC e seus amigos exigirão o desmonte gradual das Forças Públicas e, como é de se esperar, Santos aceitaria essa e outras imposições.
É necessário que os generais e almirantes das Forças Militares e da Polícia Nacional examinem detidamente esta situação, que instem o presidente Santos a que desça da nuvem monárquica em que anda encarapitado, que entenda que é presidente para servir aos colombianos e não para que o sirvam, e que, antes de sua ambiciosa pretensão pessoal de ficar outros quatro anos na Casa de Nariño, sua obrigação é defender a Constituição, as leis, o bem comum dos colombianos, além de ser algo que lhe falta: leal com a Força Pública.
O grave do assunto é que, desarticulada a Força Pública, desarticulada a Colômbia. Esse é o miolo do assunto que Santos parece não entender, em meio de sua vaidade e egocentrismo.
Notas da tradutora:
[1] "Pastranizar", refere-se ao ex-presidente Andrés Pastrana que sentou-se para conversar com as FARC sobre o pretenso processo de paz, mas ficou sentado em frente às câmeras de televisão com uma cadeira vazia ao seu lado, onde Tirofijo o deixou esperando em vão. O episódio humilhante e vergonhoso ficou conhecido em toda a Colômbia como "A cadeira vazia".
[2] "Cuaganizar" refere-se ao processo do Caguán, onde o ex-presidente Andrés Pastrana concedeu às FARC um território desmilitarizado equivalente a quatro estados da Colômbia a fim de "pacificar" o país, e que resultou ser o mais desastroso acordo já feito com a guerrilha, pois durante o período em que durou a trégua, as FARC acirraram seus ataques terroristas, ampliaram a plantação, produção e comercialização de coca, deram e receberam cursos de guerrilha e terrorismo com terroristas de outros países como o ETA basco, o IRA e até com o Hezbolah.
[3] "Samperista" refere-se ao ex-presidente Ernesto Samper.
Tradução: Graça Salgueiro
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