Mídia Sem Máscara
| 05 Julho 2011
Internacional - Oriente Médio
Existem e nós vimos as imagens gravadas por Israel. Os soldados são recepcionados no barco com pauladas e facadas humanitárias. Foi bonita de ver a cena em que um soldado é humanitariamente arremessado do convés.
Você se lembra da cineasta e pacifista brasileira/coreana Iara Lee, aquela que dizia ter filmado imagens horripilantes de soldados israelenses dizimando "ativistas humanitários" a bordo do barco da paz que levava "ajuda humanitária" à Faixa de Gaza?
Em maio de 2010, uma "Flotilha da Liberdade" carregada de terroristas, relações públicas de terroristas, amigos de terroristas, inocentes úteis para terroristas, granadas, facas e outros utensílios inócuos partiu em direção à Faixa de Gaza com a desculpa de sempre: estamos levando ajuda humanitária.
A flotilha foi bancada pela organização turca IHH, íntima do Hamas. O Hamas é aquela entidade filantrópica empenhada em matar judeus e destruir Israel.
Considere mais este lance: Israel se ofereceu a receber em seus barcos a tal ajuda humanitária contida na flotilha e transportá-la até a Faixa de Gaza para os seus pretensos destinatários. E aí aconteceu o quê? Os pacifistas rejeitaram a oferta. "Por que terá sido?", indaga o leitor ingênuo.
Israel é um país territorialmente pequeno sob a ameaça constante do terror ao seu redor. Fez o que tinha que fazer: não deixou que empregados do Hamas seguissem viagem sem ter os barcos inspecionados. Armada a tocaia, não restou opção aos soldados israelenses senão abordar os passageiros do barco.
As cenas do massacre alardeado por Iara Lee não apareceram, coisa que surpreende, pois imagens gravadas com equipamento profissional de integrantes das forças armadas de Israel chacinando indefesos discípulos de Gandhi teriam potencial de virar DVD e ser distribuídas ao mundo inteiro, gratuitamente, com o selo ONU de aprovação (nos extras, o doutor Noam Chomsky explicaria por que Israel é um crime contra a humanidade).
Em compensação, existem e nós vimos as imagens gravadas por Israel. Os soldados são recepcionados no barco com pauladas e facadas humanitárias. Foi bonita de ver a cena em que um soldado é humanitariamente arremessado do convés. Fora do alcance da câmera, um outro soldado é espancado e arrastado para um compartimento inferior. Resultado da resistência pacífica: nove estudiosos do budismo mortos, e manchetes e editoriais revoltados com a petulância dos israelenses de atirar em legítima defesa.
Lembro o episódio porque nesta semana ou na próxima outra flotilha partirá em direção à Faixa de Gaza, e seus passageiros novamente alegarão razões muito nobres e etc. e tal. Antecipo as manchetes para o leitor amigo: variações sobre "Israel reprime ativistas humanitários e impede entrega de ajuda humanitária".
Publicado no jornal O Estado.
Bruno Pontes é jornalista - http://brunopontes.blogspot.com
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