Mídia Sem Máscara
Nivaldo Cordeiro | 30 Março 2010
Media Watch - Folha de S. Paulo
Penso que o PT fará, como sempre, uma campanha suja e essas notas maledicentes publicadas hoje pela Folha não deverão parar por aí, apoiando a campanha petista.
O Datafolha divulgou pesquisas nesse final de semana revelando que a chapa tucana para o governo paulista, composta por Geraldo Alckmin e Guilherme Afif Domingos, seria vitoriosa em qualquer cenário, com grande vantagem. Há grande chance de ser eleita ainda no primeiro turno. Para quem acompanhou a dança pela definição dos nomes dentro do PSDB é um alívio observar esses dados. Por um momento pareceu que o governador José Serra deixaria de lado o pragmatismo para apostar em uma opção ideológica, bancando o nome de Aloysio Nunes Ferreira, seu escudeiro de longa data e radical esquerdista desde tempos idos.
A importância, seja da escolha desses nomes, seja da sua eventual vitória, não é pequena. José Serra assim colocou para o adversário petista uma fortaleza inexpugnável em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. Ganhar em São Paulo é meio caminho andado para ganhar as eleições majoritárias no Brasil. Creio que as chances do candidato petista, Aloísio Mercadante, de surpreender, são quase nulas. Pacificado o território paulista Serra poderá se concentrar em obter votos pelo Brasil afora.
Mais uma vez ficou claro que o eleitorado, quando chamado a escolher, prefere nomes de centro e de direita, contra os revolucionários esquerdistas. É quase um milagre que essa chapa tenha uma composição assim. Não ao acaso a Folha de São Paulo, reduto de jornalistas esquerdistas militantes, dá um tom de lamento fúnebre aos números da pesquisa (ver, por exemplo, a coluna de hoje de Fernando Barros e Silva "A direita manda brasa").
É menos relevante se Serra ou Dilma venham a vencer do que assegurar que o governo paulista não caia nas mãos do PT. Eu tenho escrito que a única fragilidade estratégica da tomada do poder pelo PT tem sido a sua incompetência em vencer as eleições em São Paulo, especialmente a de governador do Estado. O peso paulista é imenso e tem sido o fator de contraponto à expansão avassaladora do petismo nos últimos anos.
A sagração da chapa Alckmin/Afif dará maior estabilidade às instituições democráticas, mesmo se Dilma Rousseff venha a ser a vencedora. Nenhuma decisão de maior vulto no Brasil poderá ser tomada ignorando o poder constituído no Estado de São Paulo. Como em Minas e no Rio de Janeiro o petismo também está enfraquecido; é possível que estejamos diante do limite máximo de expansão do poder revolucionário petista dentro da ordem democrática. Qualquer passo adicional terá que prescindir do instrumento das urnas. Em São Paulo o projeto eleitoral petista fracassou, para o bem geral do Brasil.
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