segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Viver de Novo
Por Arlindo Montenegro
Em qualquer país, sob qualquer tipo de governo, nas menores cidades, qualquer banco da rede internacional dependente do único sistema financeiro, acolhe investimentos para mobilizar os trabalhos produtivos. O dinheiro de qualquer origem serve, mais ainda se coberto pelo nome de algum grande grupo, daqueles que não prestam contas em seus países de origem.
A prioridade do estado deixou de ser o bem estar da gente. Agora é a administração das contas, para pagar os juros da dívida pública e ter acesso a mais empréstimos a longo prazo, pendurando toda atividade, todos os recursos naturais, toda a força de trabalho. É para isto que o estado existe: criar as leis que fornecem como garantia de pagamento, o solo pátrio e o que ele contém e a mão de obra necessária à exploração, transformação, comércio e serviços.
É isto mesmo: ficamos somente como mão de obra. Os controles e decisões são exclusivos da agenda de dependência ao sistema financeiro global. Trabalhamos para pagar os juros mais elevados do planeta aos investidores, que aplicam dinheiro proveniente de drogas, de roubos, de pilhagens de guerra, de negócios com armamentos, dinheiro de fraudes e de proxenetas de toda espécie.
Quem diria que a família Bin Laden e a família Bush, são associadas e se visitavam, hospedando-se uns nas mansões dos outros? Quem acreditaria que têm negócios numa mesma empresa de investimentos que atua no mundo inteiro, em turismo, construção civil, negócios com armamento de ponta e sistemas eletrônicos para complexos militares e de governo?
Investem pesado no Brasil, assim como o ditador líbio Kadafi, que tem interesses de mais de 1 bilhão de Reais, administrados pela Libyan Arab Foreign Investiments. Ou os irmãos ditadores de Cuba, que também investem em hoteleria no Brasil. Ou os financistas dos narcoterroristas das FARC colombianas, que investem em propriedades no Brasil. Ou quando vemos que o Banco de Santo André está associado a uma estatal líbia. Estamos falando da arraia miúda.
O pesado mesmo está nos investimentos na exploração dos recursos naturais: na mineração, na agroindústria, onde além de obter lucros com a mão de obra barata – um dia de trabalho no salário mínimo dos EUA vale 50 dólares. No Brasil 10 dólares!), carregam os juros do investimento, a parte dos lucros operacionais das companhias e ainda determinam que valor pagar pelo que importam, lucrando mais ainda com a diferença na comercialização.
Os minérios como o ferro, nióbio, bauxita vão garantir aos companheiros investidores, investir mais em suas companhias de artefatos militares, tanques, aviões, navios, misseis, na indústria nuclear, em satélites, tudo que vendem de volta para os pobres com o valor agregado. E tudo isto, faz com que estejamos condenados à dívida impagável. Eis o que diz o economista Adriano Benayon:
"O Brasil está cada vez mais importando produtos de elevado valor agregado e exportando, com pouco ou nenhum valor agregado, seus valiosos recursos naturais.(...) Os prejuízos decorrentes dessa crise foram grandemente acrescidos com o privilegiamento do “serviço da dívida” no Orçamento Federal, instituído por meio de fraude, no texto da Constituição de 1988. Esse “serviço” já acarretou despesa, desde então, de 6 trilhões (sim, trilhões) de reais, com a dívida pública externa e interna, esta derivada daquela."
Referindo-se ao nióbio:"Cerca de 98% das reservas da Terra estão no Brasil. Delas, pois, depende o consumo mundial do nióbio. A produção, cresceu de 25,8 mil tons. em 1997 para 44,5 mil tons., em 2006. Chegou a quase 82 mil tons. em 2007, caindo para 60,7 mil tons., em 2008, com a depressão econômica (dados do Departamento Nacional de Produção Mineral). Estima-se atualmente 70 mil toneladas/ano. Mas a estatística oficial das exportações brasileiras aponta apenas 515 toneladas do minério bruto, incluindo “nióbio, tântalo ou vanádio e seus concentrados”!
E o pior, pelo preço pago pelo nióbio: "Observadores respeitáveis consideram que o prejuízo pode chegar a US$ 100 bilhões anuais." Anote-se que a estatística oficial registra a saída anual de 515 toneladas de minério bruto... quando a saída estimada é de 70.000 toneladas! 69.485 toneladas... simplesmente somem! Não é sem alguma razão que a mina de Araxá, em Minas Gerais seja cercada de tal aparato de segurança que nem os habitantes da região podem se aproximar. E são contados os brasileiros que conhecem a existência daquela mina e sabem do que se trata.
Talvez porisso mesmo, o Brasil acolha com tanta complacência bandidos e terroristas do mundo inteiro. Isto garante mais investimentos. Mais associações. Mais riqueza para um punhado de oligarcas, cujos crimes, quando são descobertos passam a ser analisados em segredo de justiça. Os veiculos formadores de opinião pública são calados e punidos quando ousam expor a bandalheira.
É assim que em obras como a de transposição do Rio São Francisco, formam-se consórcios reunindo empresas como o Banco de Santo André, Odebrecht, Lafico (do Kadafi) e outras, que vão impulsionar (com mais investimentos externos a juros altos) a portentosa obra do PAC, enquanto milhares de pessoas vão perdendo suas casas, terras, cabras e estão condenadas ao desamparo, como aconteceu em outras ocasiões, em outras grandes obras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário