terça-feira, 11 de outubro de 2011

As reuniões secretas entre a equipe de Petro e o PSUV - II

Mídia Sem Máscara

É inegável que a esquerda utilizou, e continua utilizando, a combinação de todas as formas de luta para chegar ao poder. “Todas as formas de luta” não é outra coisa que desdobrar, por um lado, uma retórica política, despojada de chamamentos à revolução armada, alentando o povo e participar democraticamente, enquanto que, por outro lado, apoiar o trabalho subterrâneo que a agressão armada alenta e patrocina.

Contrariamente ao que se acredita, as FARC jamais originaram nenhum partido político. O assunto funciona ao contrário: é o Partido Político quem cria diferentes guerrilhas, movimentos ou sub-partidos, com o interesse de “despistar” a opinião pública e levá-la a pensar que a luta armada e a luta política do comunismo são dois caminhos separados. E não são. São iguais.

Todas as formas de luta” são uma estratégia comunista para salvar sua guerra, validando o uso de manobras legais e ilegais, tendo muito claro que o objetivo final deve ser se apoderar do controle total da nação.

Usando essa estratégia é que o comunismo se infiltrou com bastante êxito na Justiça, nos meios de comunicação, sindicatos, igrejas, organizações indígenas, de camponeses, paradas cívicas, greves... Qualquer organização que possa aglutinar pessoas lá está o comunismo fazendo seu trabalho, infectando o movimento social para mover essa organização à sua margem ideológica.

Certamente os partidos políticos são o nicho ideal para o comunismo. Lá, esgrimindo um discurso supostamente pacifista e de igualdade social e eqüidade, puderam capitalizar o descontentamento popular, roubando as bandeiras de luta pelos Direitos Humanos.

Embora seja certo que o caldo de cultura para que o comunismo semeie seu terror é a pobreza do país, não é menos certo que muita dessa responsabilidade de pobreza do povo colombiano cabe ao comunismo, que se encarregou de desdobrar um monstruoso cataclismo de violência e terror que, em troca de conseguir a ansiada igualdade, constrói um abismo ainda maior de miséria. Não interessa ao comunismo advogar pela prosperidade de uma nação uma vez que - precisamente -, a pobreza e a desigualdade são a matéria-prima com a qual trabalham.

Com isto claro, podemos entender que os diversos movimentos e partidos políticos colombianos de esquerda, são um mero instrumento do comunismo para validar sua ação política e seu trabalho ganhando adeptos.

Os subversivos fazem uso das bondades da democracia para infectá-la, atacá-la desde dentro e finalmente aniquilá-la.

As guerrilhas armadas, ou exércitos revolucionários, atuam coordenadamente com este flanco “democrático”, sob as diretrizes de um seleto grupo de líderes, pensadores, intelectuais, estudantes e camponeses que se prepararam em importantes centros educacionais, para dirigir desde a clandestinidade todo o esforço para levar o país à um governo comunista.

Se lembram a UP (Unión Patriotica), este movimento político não era conformado por algum grupo de marxistas que rechaçaram a luta armada. Ao contrário, a UP fez parte da estratégia de “todas as formas de luta” e sempre foi apoiado pelo braço armado, as FARC. Quando o comunismo viu que a UP seria inexoravelmente derrotada e humilhada nas urnas, posto que a Colômbia tem vocação anti-comunista, decidiu assassinar seus membros. Assim, converteu-os em mártires - em vez de políticos queimados - e deu uma ar fantástico à revolução.

O M-19 faz parte dessa estratégia. Sendo um movimento nitidamente armado, com um enorme respaldo popular devido a seus publicitados golpes de opinião, teve que mudar de tática, abandonar as armas e seguir seu objetivo criminoso utilizando os caminhos democráticos que lhe permitiam ocupar postos de importantíssima posição estratégica no governo.

Isto aconteceu assim: o M-19 tinha uma favorabilidade indiscutível na opinião pública devido a que seus companheiros de luta, do diário El Tiempo, se encarregavam de estender em quatro colunas manchetes simpatizantes com seus roubos de caminhões de leite para dar aos pobres, ou os roubos de frangos para repartir entre as crianças.

O M-19 pensou que teria o respaldo total do país, de modo que decidiu assaltar a sangue e fogo o Palácio da Justiça. Eles acreditavam que a Colômbia os apoiaria e que o governo lhes entregaria o comando. Então, Pablo Escobar, mecenas do M-19, liderou financeiramente este horror, com a condição de que queimassem os arquivos da Corte Suprema onde se encontravam os processos de todos os narcos que se haviam agrupado para seus comunicados, sob o nome de “Os extraditáveis”.

Porém, o tiro lhes saiu pela culatra. Embora eles houvessem conseguido fazer entrar armas e comida para vários dias, graças ao trabalho da guerrilheira Cristina Guarín que havia se infiltrado como uma simples caixa na cafeteria do Palácio, não contaram com a resposta do Exército. A manobra do coronel Plazas Vega, que derrubou a canhonaços a porta de entrada do Palácio e fez entrar o tanque, os deixou desconcertados. Nesse momento perderam a guerra militar e política. A Colômbia presenciava aterrorizada os alcances criminosos do M-19.

Gustavo Petro foi um dos autores intelectuais desta atrocidade. Para seu infortúnio, foi posto preso poucos dias antes do assalto ao Palácio.

Entretanto, Petro tinha a segurança de que conseguiriam o poder nesse 6 de novembro de 1985. De modo que desde o cárcere da penitenciária Modelo, ele começou a organizar uma grande revolta carcerária. Uma vez que o M-19 conseguiu entrar em negociações com o governo, Petro desataria a violência em várias penitenciárias do país assassinando guardas, presos comuns e se apoderando do controle desses centros penitenciários.

Porém, a Colômbia se salvou. Nem Petro nem os outros terroristas do M-19 conseguiram se aproveitar do poder. A imagem do M-19 caiu por terra e eles entenderam que necessitavam deixar as armas e procurar outra forma de luta.

César Gaviria lhes proporcionou essa outra combinação de todas as formas de luta. Indultou-os, pagou-lhes milhões de dólares (e ainda continuamos pagando ao M-19 por ter deixado de matar colombianos), entregou-lhes o poder de fazer sua própria Constituição - que eliminou a extradição, tal e como haviam planejado com Pablo Escobar -, nomeou-os em cargos diplomáticos no exterior - para que fossem conseguindo apoio internacional à sua causa -, nomeou-os ministros, secretários, pôs dezenas no DAS, entregou-lhes o Ministério Público Geral da Nação e várias praças como magistrados.

Assim, o M-19 entrou na “legalidade” para satisfazer seu único objetivo: tomar o poder.

A partir daí, conformaram partidos políticos, dos quais subsistem o “Polo Democratico”, o “Partido Verde” e o recém criado “Progressistas”, que Petro armou numa tentativa de livrar-se do estorvo da corrupção que seu próprio partido desenvolveu roubando as arcas de Bogotá.

Porém, os Progressistas de Petro são outro rótulo para os mesmos bandidos que assaltaram o Palácio e assassinaram os magistrados. São os mesmos que governaram Bogotá e a desfalcaram. São outro disfarce para o comunismo assassino que tanto dano causaram em nosso país.

Não devemos esquecer que Petro é amigo íntimo e pessoal do tirano Hugo Chávez, e que o alojou na Colômbia quando do falido golpe de Estado na Venezuela. Quando Petro se deu conta de que a imagem de Chávez não era favorável entre os setores que ele queria conquistar na Colômbia, fingiu um distanciamento com ele. Porém, tudo é parte da mesma obra.

Com a publicação dos vídeos que fizemos no artigo anterior (As reuniões secretas entre a equipe de Petro e o PSUV), queremos mostrar que Petro continua de relações íntimas com Chávez. Membros de sua equipe foram à Venezuela para pedir apoio a esse governo, em clara violação às leis que proíbem isso.

El Tiempo, é preciso repetir, publicou apartes sem importância destes vídeos. E não estranhem isso. Lembrem-se que Enrique Santos - irmão do hoje presidente da Colômbia - fez parte da equipe do M-19 e, sendo proprietário de El Tiempo, já temos tudo claro.

Sem mais, deixamos-lhes a terceira parte deste encontro clandestino entre porta-vozes de Gustavo Petro e membros do PSUV.

Nesta parte, veremos como Mauricio Trujillo - o candidato petrista - diz que o Polo tem compromissos com o governo de Correa, no Equador, e que estarão lá alguns dias cumprindo esses compromissos. Fala-se da concepção socialista dos meios de comunicação estatais na Venezuela, que permitirão que o apoio ao Polo Democratico seja efetivo. Quando o assessor de imprensa sai, cruza na entrada com uma importantíssima ativista chavista, a qual Mauricio Trujillo não tem cuidado em tratá-la de “camarada”, o mesmo tratamento que lhe dá o prefeito. Os porta-vozes de Petro lembram que o que está em jogo nas eleições é muito grande porque vão se eleger congressistas. A ativista chavista diz que devido a que pode-se votar em consulados, isso simplifica o trabalho uma vez que o governo chavista “pode ajudar melhor” e “com menos riscos”. Trujillo diz que as coisas não estão bem porque a Câmara internacional está nas mãos do uribismo. Diz que a balança se inclinará se os governos da Venezuela e do Equador os ajudarem. Invoca a solidariedade desses países porque, diz: “somos um partido de esquerda”.

A chavista venezuelana diz que essa mobilização deve-se fazer de tal maneira que ninguém vá votar na direita nem no uribismo. O prefeito ratifica que ele dão a “linha” pela qual se deve votar. A candidata diz que a linha é essa: a esquerda. Depois falam maravilhas de Piedad Córdoba. Dizem que Piedad Córdoba poder ser liberal mas “de máscara” porque ela é socialista.

Para reforçar sua súplica de ajuda, o porta-voz de Petro diz que Petro e o Polo “estamos levantando a bandeira da unidade da esquerda e com os setores democráticos para atacar o uribismo e vencê-lo”.

Em um próximo artigo mostraremos um vídeo onde estão os porta-vozes de Petro reunidos com o PSUV, já não mais para solicitar ajuda nas eleições, senão para apoiar uma marcha a favor de Hugo Chávez.



Leia também a primeira parte deste artigo.



Tradução: Graça Salgueir

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