sábado, 1 de outubro de 2011

Educação sim, censura não!

Mídia Sem Máscara

O que é estranho é que, no tempo dos Trapalhões, não lembro que houvesse tanto escândalo com palavras como "macaco", "cabeça-chata", "fresco", e por aí vai.

Uma das maiores desgraças causadas pelo "politicamente correto", que nada mais é do que a aplicação prática dos princípios ultra-igualitários esquerdistas ao discurso, é ter tornado as pessoas extremamente sensíveis à mais ligeira provocação.

Além da censura midiática que proíbe a discussão honesta sobre certos assuntos, há a censura (ou até autocensura) que se cria entre os indivíduos, que cada vez ficam com mais medo de ter problemas, ou até mesmo um processo nas costas, devido a alguma frase infeliz dita ou escrita por aí. Isto até piorou com a Internet: às vezes, até uma frase inocente publicada no Facebook ou Twitter pode gerar infinitas dores de cabeça.

Um exemplo, já mencionado aqui, foi o caso do ator brasileiro Rodrigo Lombardi, que foi criticado por ter elogiado o dançarino e cantor negro Sammy Davis Jr., só que de uma forma considerada preconceituosa pelos bem-pensantes. A intenção do ator não apenas era a de elogiar, como Sammy Davis está morto e não se importa mais sobre o que disserem sobre ele. Isso, naturalmente, não impediu muitos progressistas de quererem a cabeça do "racista".

Toda hora há casos novos. Agora tem o comercial de lingerie com a Gisele Bündchen, que o governo quer proibir. Antes, um humorista foi censurado por fazer piada com King Kong e teve que se retratar. Uma jovem acusada de criticar os nordestinos no Twitter teve que abandonar a faculdade. Vez por outra um jogador de futebol é acusado de "racista" por chamar outro de "negão" ou de "macaco". Segundo um jornalista do Globo, "todo castigo é pouco para os racistas": ele chega a afirmar que seria preferível que o racista tivesse agredido o outro jogador com um soco do que chamá-lo de "macaco", que hoje em dia parece ser a maior ofensa jamais criada contra qualquer pessoa de cor. (Também o saudoso Clodovil uma vez foi processado por racismo por ter chamado uma deputada negra de "macaca de tailleur"). O que é estranho é que, no tempo dos Trapalhões, não lembro que houvesse tanto escândalo com palavras como "macaco", "cabeça-chata", "fresco", e por aí vai.

Hoje no Canadá, ocorreu o oposto: um jogador de hóquei negro está sendo criticado por ter chamado um adversário de "bicha" ou "viado" (faggot). Detalhe: parece que o adversário é mesmo viado, ou ao menos está empenhado na causa do casamento gay. Outro detalhe: o jogador que realizou o insulto já tinha por sua vez recebido insultos racistas anteriormente, o que não impediu que agora seja criticado por ser “homofóbico”.

Isso nos leva a uma importante questão filosófica: o que é pior nestes dias, ser "racista" ou ser "homofóbico"? Se um gay ataca um negro e vice-versa, quem leva a pior? Nos EUA, um violento caso de negros que agrediram um branco no McDonald's foi ocultado pela mídia, até que se descobriu que a vítima branca era um travesti. Sendo, portanto, um ataque "homofóbico" (e não simplesmente contra um branquelo que merecia mesmo apanhar), o ataque passou a ser registrado e mesmo criticado. O que parece provar que: a) os gays venceram a batalha e a "homofobia" é mais forte do que o "racismo, e b) que o único grupo que não tem direito a reclamar são os brancos heterossexuais cristãos. Apanhem calados!).

O mais curioso de tudo é que há almas delicadas até no campo de hóquei. Bater até quebrar ossos pode, o que não pode é insultar...

De acordo com a Associacão Canadense de Gays e Lésbicas contra a Difamação (sim, existe isso), "o discurso de ódio e insultos homofóbicos não têm lugar no campo de hóquei."

Pôrrameu, são jogadores de hóquei, o esporte mais violento do mundo! Se um jogador de hóquei não pode nem chamar o outro de "viado", onde diabos iremos parar?!?

Isso tudo parece um tema menor e sem importância, mas não é mesmo. Todas essas novas leis anti-racismo e anti-homofobia, bem como a simples existência do "politicamente correto", tem uma função bem clara no projeto progressista: a censura.

Sim, a esquerda, que tanto chora sobre a "censura" que sofreu durante a "horrível ditadura militar", é a maior censuradora hoje em dia!

Atenção, isso não quer dizer que eu seja a favor de insultos. A ética comanda que, por uma questão de civilidade, os insultos (raciais, sexuais ou de qualquer outra ordem) sejam evitados; mas, em certos ambientes como o esportivo, eles são bastante comuns, e não deveriam ser objeto de qualquer tipo de ação legal. Jogador de futebol e torcedor estão ali para xingar e serem xingados mesmo: só falta agora quererem proteger de insultos a mãe do juiz...

Faz tempo que casos de injúria e difamação são corretamente levados em conta pela lei, e não pareceria haver necessidade de leis novas. Observe ainda que a censura esquerdista vai muito além disso, não permitindo nenhum tipo de discurso que seja sequer contrário aos grupos protegidos pelo progressismo mundial.

Por exemplo: um cidadão foi acusado de "racismo" por sugerir em artigo de jornal (mas sem usar qualquer insulto) que a cultura branca européia fosse mais avançada do que a cultura indígena nativa brasileira. O que parece algo óbvio -- afinal, os povos europeus eram ou não mais avançados tecnologicamente, artisticamente, etc.? -- hoje virou caso de polícia. (O acusado também afirmou que os índios enterrariam ossos em certas propriedades para dizer depois que estas seriam "terras indígenas"; isso, lamentavelmente, também não é mais do que a verdade, já comprovada em vários casos).

Não sei como acabou o caso: o Ministério Público queria do pobre homem uma indenização inicial de 30 milhões de reais.

Quanto aos gays, é ainda pior, e acontece no mundo todo. No outro dia, um estudante inglês foi suspenso por simplesmente dizer que "o homossexualismo é errado." Percebam que ele não insultou ninguém nem disse nada de extraordinário: o mero fato de achar que atos homossexuais sejam pecado já é um crime ou ao menos uma falta em muitos países.

Até mesmo ser contrário ao "casamento gay", o que há pouco era apenas questão de opinião, está virando um discurso proibido. E isso que o "casamento gay" é uma questão que afeta, segundo estatísticas, 0.55% da população americana (é o número de parceiros do mesmo sexo que vivem juntos). Tempestade num copo d'água?

Essa censura toda termina tendo também, acredito, um efeito psicológico nefasto. Impedida de se pronunciar de forma civilizada, a crítica às minorias termina se transformando em ódio e rancor. Mesmo eu, que tenho contato com pessoas de todas as cores, religiões e orientações sexuais sem jamais ter insultado ninguém, toda vez que ouço alguma proibição politicamente correta, tenho vontade de urrar insultos racistas e “homofóbicos” aos quatro ventos. Imagine então alguém que foi suspenso da escola ou perdeu o emprego por ter dito alguma frase proibida: será que o seu ódio vai ser maior ou menor?

Com mil raios e trovões! Deixem o mundo se expressar em paz! Seus sacripantas, pândegos, anacolutos, embusteiros, antropopitecos, antropófagos, babuínos, ungulados, psicopatas, piromaníacos, sodomitas, bucaneiros, cabeçudos, colocintos, carcamanos, chucrutes, tecnocratas, terroristas, zapotecas, visigodos, iconoclastas, selvagens, astecas, esquizofrênicos, ornitorrincos, frouxos, macacos, parasitas, otomanos, ruminantes, canalhas, covardes, mercenários, ectoplasmas, doríferos, coleópteros, zulus!

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