quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Lula quer criar fundo soberano lá fora, com grana do petróleo na camada pré-sal, alegando risco de inflação

Quarta-feira, Agosto 20, 2008

Lula quer criar fundo soberano lá fora, com grana do petróleo na camada pré-sal, alegando risco de inflação

Edição de Quarta-feira do Alerta Total http://www.alertatotal.blogspot.com

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Por Jorge Serrão

O desgoverno entreguista do Brasil debate um modelo que preveja a manutenção no exterior de boa parte da verba arrecadada com a exploração de petróleo na riquíssima camada pré-sal. A desculpa é que o dinheiro precisa ser investido sem gerar inflação. A intenção oculta é criar um “fundo soberano”. Mas, na verdade, quem terá soberania sobre a grana brasileira será a Oligarquia Financeira Transnacional que nos controla e governa de verdade.

Lula repetiu ontem a mentirosa desculpa de que planeja utilizar as verbas da extração futura do petróleo do pré-sal para combater a miséria e aplicar na educação. Tal intenção é leviana, já que o dinheiro do fundo (nada) soberano será gerido no exterior. O chefão Lula da Silva reafirmou ontem na reunião com presidentes e líderes de partidos aliados que criará uma nova estatal para cuidar apenas das reservas de petróleo da camada pré-sal ainda não leiloadas.

O desgoverno também estuda uma jogada financeira que vai beneficiar os controladores estrangeiros da Petrobrás. A empresa sugeriu e a área econômica adorou a idéia de que seja feito um aumento de capital da petrolífera de cerca de US$ 100 bilhões. A grana injetada garantiria parte do financiamento dos investimentos para a exploração das áreas, estimados em US$ 600 bilhões. Também aumentaria a remuneração da União, que teria sua participação na Petrobras elevada de 40% para cerca de 60% das ações.

Tal proposta beneficia, diretamente, investidores, como George Soros, que tem 22 por cento das ações da Petrobrás e vai lucrar muito com a “injeçãozinha” oficial. Afinal, o desgoverno entreguista nunca deixa seus reais controladores desamparados financeiramente. No final das contas, os banqueiros transnacionais sempre vencem e arrancam vantagens do Brasil que exploram historicamente.

O caso pré-sal promete render, nos bastidores, uma boa batalha de Itararé (aquela famosa guerra que nunca ocorreu). As transnacionais que hoje são sócias da Petrobrás na descoberta dos mega-campos ameaçam não exportar o petróleo, caso o governo mude o modelo do negócio. No fundo, a impressão que fica é que o desgoverno cria dificuldades para, como sempre, negociar futuras facilidades com as petrolíferas que são comandadas, de verdade, por grandes banqueiros internacionais.

Condição imposta

A Petrobras se posicionou a favor da proposta do governo de criar uma nova empresa para explorar as reservas de combustíveis da camada pré-sal, desde que a União lhe garanta o direito de exploração dos nove megacampos já descobertos, previstos em contrato, e das áreas a eles contíguas.

Só estas reservas são estimadas entre 50 bilhões e 70 bilhões de barris, segundo avaliações do mercado - cinco vezes o volume já provado no país.

Para isso, a empresa vai sugerir ao governo que sejam unificadas as áreas do complexo da Bacia de Santos - onde se localizam os campos de Tupi, Júpiter, Caramba, Carioca e outros.

Intenção do desgoverno

Os gênios do Palácio do Planalto gostariam de deixar a Petrobras fora da gestão dos megacampos de petróleo, criando uma estatal para administrar as reservas do pré-sal.

Seria adotado o modelo da Noruega na exploração das grandes reservas recém-descobertas.

Os noruegueses usam uma empresa enxuta, com apenas 60 funcionários para tocar o estratégico negócio.

Por trás da empresa norueguesa, opera o tal “fundo soberano”...

Intenção das petrolíferas

As empresas petroleiras propõem ao governo federal que o produto retirado dessa nova fronteira tecnológica não seja exportado.

Murilo Marroquim, presidente do Comitê Diretivo do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), informa que a proposta é a de manter o modelo atual de exploração das reservas, ou seja, por contratos de concessão.

O IBP (que representa o interessa das transnacionais do petróleo) sugere que é possível flexibilizar tais regras, com a inclusão de cláusulas de veto aos embarques do óleo bruto para concessões nessas áreas.

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