Resumo: Em breve, eleições serão até desnecessárias – será a democracia aclamativa. O culto ao grande líder, o culto à personalidade, já existe na forma de uma apologia à burrice malandra.
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Se há alguma atitude inteligente na nossa juventude, essa é a abstenção eleitoral. Pelo menos os nossos jovens estão se preservando para o futuro, se recusando a colaborar com corrupção moral avassaladora que corrói o país.
Percorrendo as ruas de Porto Alegre nesses primeiros dias de agosto de 2008, época de eleições municipais, sintomaticamente aquelas que despertariam maior curiosidade e interesse popular, percebi que a população está apática, desinteressada, não-participativa. Raríssimos carros com propaganda; cartazes, murais, outdoors ausentes. Também não vi um único carro de som. Como acontece isso? Como isso é possível na capital do estado mais politizado do país, se a lenda for verdadeira? Temo responder com a constatação de que a população “mais politizada” do país está intoxicada com tanta democracia. Ressalvo, sem ironias, que esta democracia é repetida e incensada como “consolidada” pela própria voz dos políticos, e não a sua maioria, mas a sua totalidade.
A apatia, o desinteresse, a falta de participação em Porto Alegre, Pelotas, Camaquã, que visitei, e que soube de outros municípios menores do estado, estão a declarar que o povo não acredita mais na democracia “consolidada”; que a percebe como farsa, como slogan. O silêncio é a sua maneira de repudiar, de protestar, de se manifestar contra um regime político que tolera e é responsável por 50 mil assassinatos por ano. É a maneira com que responde aos políticos e partidos políticos, e às instituições; é o modo de quem não concorda com a corrupção em escala estatal e gigantesca, e ainda totalmente impune que se abateu sobre o país nesses últimos cinco anos. Pois o que é “revolucionário” senão a participação democrática maciça, unívoca, em massa, de uma população que, se pudesse, viveria a sua vidinha sem a propaganda oficial e semi-oficial, e que a obriga a acreditar e repetir como mantra a ladainha socialista há anos?
Antes de continuar, intercalo agora alguns dados obtidos em pesquisa de opinião do Vox Populi publicada recentemente (12/08/2008). Em resumo a pesquisa mostra que a maioria do eleitorado brasileiro não acredita sequer na lisura dos pleitos. Quase a metade não votaria se pudesse, e 86% acreditam que os políticos não prestam, que são grandes aproveitadores. Um número quase igual a este só vota “em pessoas” e não dá a mínima para o partido a que pertence o candidato. Em Porto Alegre, a juventude em idade mínima de votar não o faz em sua maioria. E uma besta-ícone de uma rádio gaúcha, pseudo-especialista em política mas veterana em desinformação, conseguiu ver uma supostíssima diminuição da taxa de natalidade como motivo desta apatia! O pensamento revolucionário desta besta não prevê a abstenção, a vida não totalitária, não politizada!
Pois aí está uma grande diferença entre autoritarismo e totalitarismo. Estamos sim sob um regime totalitário, disfarçado em democracia “consolidada” (expressão criada no regime protocomunista de FHC). Não vivemos em um regime autoritário, cujo melhor e mais conhecido exemplo por nós foi o regime militar de 1964-1984. Aquele regime militar era autoritário, mas deixava a nossa consciência, a nossa privacidade, a nossa intimidade pessoal, familiar e social, em paz. Aquele regime não se preocupava com o “santinho” do Che Guevara pregado na parede do nosso quarto (não do meu!), desde que não se fizesse uma procissão pública com ele. Aquele regime não incentivava, é verdade, participação política; até fazia restrições a segmentos do eleitorado. Mas o regime totalitário atual, mesmo disfarçado de democracia, quer saber o que eu como, o que eu penso; quer dizer e mandar o que devo ler ou não; que “orientação sexual” eu devo ter ou não. O governo atual faz cartilhas de saúde para recém-nascidos e já os chama de cidadãos. O atual regime lulo-corrupto-comunista fez 1.200.000 grampos telefônicos somente no ano passado! Os militares nunca fizeram nada parecido ou análogo com a tecnologia que dispunham (foram eles que criaram os sistemas telefônicos modernos do Brasil). Nunca houve espias eletrônicos ou mecânicos que vasculhassem a vida pacata de pessoas pacatas. Os comunistas guerrilheiros, foras da lei, que seqüestravam, matavam, assaltavam e prejudicavam a vida social, ah!, estes foram sim ouvidos, presos e impedidos de continuar suas carreiras de crimes. Morreram 400 deles em combate. Nada parecido com os 150 milhões que morreram nas mãos dos fascistas e comunistas totalitários do século XX. Nada parecido com os 100.000 assassinatos na Cuba de Fidel Castro. Nada parecido com o campo de concentração das FARC que os petistas ajudam, protegem e escondem. A grande maioria dos comunistas das décadas de 60 e 70, no entanto, está aí, no governo, riquíssima, fazendo o diabo, sem pecado. E sem inferno, pelo menos enquanto viverem.
Vivemos um regime totalitário que pode tudo, sem impedimentos, ao abrigo das instituições e de grande parte da imprensa paga, como daquela besta, para esconder do povo informações essenciais à verdadeira democracia. É loucura afirmar que regimes totalitários não têm instituições, têm sim! A oposição política se rendeu, aliás, nunca foi oposição de verdade. Mas o povo percebe isso. O povo ao se retirar e repudiar as eleições atuais, de algum modo consegue entender o discurso único socialista, mesmo sem saber ao certo o que é socialismo, o que é comunismo. Todos os partidos já são socialistas. As esquerdas estão sozinhas e tudo podem fazer. Se o governo quiser se relacionar com terroristas narcotraficantes e abrigar e proteger seus líderes (Oliverio Medina, líder do narcotráfico, por exemplo, que o PT impediu de depor na Câmara dos Deputados), ninguém terá coragem ou disposição de obstar. Vivemos em uma prisão ideológica que se materializa dia-a-dia. Os controles do Estado totalitário comunista atual estão sendo apertados cada vez mais. Em breve, eleições serão até desnecessárias – será a democracia aclamativa. O culto ao grande líder, o culto à personalidade, já existe na forma de uma apologia à burrice malandra! Até o idioma pátrio foi brutalizado para caber no entendimento dessa besta de carregar dinheiro.
Então não deve surpreender que o povo se abstenha de tanta “democracia”, que o povo repudie essa intoxicação democrática como pode, porque nem deixar de votar ele pode. Então não admira que as campanhas eleitorais contem com a participação apenas dos próprios candidatos, sujos ou não, cuja esmagadora maioria nem sabe para que trabalha. Muitos até pensam que trabalham somente por eles mesmos. Os mais egoístas e interessados apenas pensando no seu bem estar pessoal nem sonham que estão a levar água ao moinho totalitário. O Big Brother das orelhas grandes agradece.
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