sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A Colômbia que fique firme

Mídia Sem Máscara

Cel. Luis Alberto Villamarín Pulido | 12 Novembro 2009
Notícias Faltantes - Foro de São Paulo

Uribe não pode voltar a cair no erro de entregar um assunto tão sensível nas mãos de um cúmplice das FARC. Embora para muitos pareça paradoxal, Lula é o mais interessado em que haja um conflito armado entre a Colômbia e a Venezuela.

O mandatário venezuelano percorreu, de maneira sistemática, o caminho de todos os passos políticos e estratégicos que ao longo da história configuraram as etapas iniciais das guerras internacionais. Chávez não está fingindo. Está desesperado pela insustentável situação interna da Venezuela, pela eventual reeleição de Uribe na Colômbia e, sobretudo, porque anseia ver a Colômbia governada pelas FARC e inserida dentro do plano estratégico do Socialismo do Século XXI.

Como marxista-leninista e submisso às ordens de Fidel Castro, Chávez está de antemão em guerra contra a Colômbia, e tudo o que não seja comunismo ou esteja contra seus sócios das FARC. Nessa ordem de idéias, sua megalomania estimulada por Fidel e Lula, pode desembocar na irresponsável ordem de uma agressão armada contra a Colômbia.

À metódica e calculada somatória de fatos pré-justificados por parte de Chávez, só faz falta o detonante. Um fato de gravidade que implique em uma resposta armada da Venezuela com vistas a uma guerra relâmpago contra pontos estratégicos colombianos, por exemplo, um magnicídio urdido com a assessoria de terroristas islâmicos, um incidente da Nicarágua com a Colômbia ou um enfrentamento armado na fronteira entre tropas dos dois países.

É curioso que a seqüência de agressões verbais e anúncios de país em pé de guerra por parte de Chávez, no domingo passado, tenha ocorrido tão logo Lula ofereceu seus bons ofícios e intenções de sentar Uribe e Chávez para que façam as pazes, em uníssono com seu ministro Garcia (amigo incondicional das FARC) que ofereceu os serviços da Força Aérea Brasileira para patrulhar a fronteira binacional.

Uribe não pode voltar a cair no erro de entregar um assunto tão sensível nas mãos de um cúmplice das FARC. Embora para muitos pareça paradoxal, Lula é o mais interessado em que haja um conflito armado entre a Colômbia e a Venezuela. As razões saltam aos olhos: dessa forma, ele teria a oportunidade de intervir como o mediador-salvador e o herói da jornada. Algo similar à palhaçada que Fidel Castro montou, quando atiçou Chávez para que rompesse relações com a Colômbia devido à captura de Granda, porém depois apareceu no cenário como o mediador imparcial.

Ao mesmo tempo em que Evo Morales justifica a agressividade verbal e as ações belicosas de Chávez, torna-se suspeito o silêncio calculado de "Colombianos pela paz", do mesmo modo que a descarada e cínica atitude de Ernesto Samper, para quem as palavras vergonha e dignidade parecem não existir.

Da mesma maneira sucede com os diretórios políticos, os congressistas e a mesmíssima Corte Suprema de Justiça, tão moralista sempre que se trata de atacar o presidente Uribe mas, nesse caso, indiferente frente a uma evidente e iminente agressão armada do governo chavista contra a Colômbia.

Por estas e muitas razões mais, a Colômbia deve tomar ações estratégicas, políticas, diplomáticas, econômicas, geopolíticas, militares e psicológicas.

No âmbito estratégico o governo colombiano deve dispor a mobilização nacional. Não só de reservas. Chegou o momento de desempoeirar os planos de segurança e defesa nacional, de ativar o Conselho Superior para a Defesa Nacional, de atualizar os planos de guerra das Forças Armadas, de re-estabelecer as necessidades logísticas em cada uma das categorias e abastecimentos, de atualizar as estatísticas e incorporar dados precisos de empresas, hospitais, grupos de defesa civil, para-médicos, homens e mulheres em idade militar, etc.

No campo diplomático, obrigar os acomodados cônsules e embaixadores para que apresentem ante todas as chancelarias onde se encontram creditados, a informação detalhada dos planos estratégicos do Foro de São Paulo, da ALBA e da UNASUL, dirigidos à destruir as instituições colombianas e implantar uma ditadura totalitária comunista similar à cubana. Urge pedir a ação do Conselho de Segurança das Nações Unidas para bloquear as intenções chavistas e exigir condenações internacionais aos governantes do Equador, da Nicarágua, de Cuba, do Brasil e da Bolívia, por apoiar o terrorismo comunista.

No campo econômico, urge que os burocratas diplomatas colombianos trabalhem mais horas e com objetivos mais concretos, orientados a posicionar os produtos colombianos em outros mercados diferentes aos vizinhos belicosos. E, claro, para que Lula não faça mais palhaçadas em conluio com Chávez e as FARC.

No campo geopolítico, é necessário que a Chancelaria esclareça de uma vez por todas com o governo democrata dos Estados Unidos, qual é a posição real do colosso do Norte, que até o momento parece indicar que o Pentágono vai por um lado e a Casa Branca por outro em relação à Colômbia.

A "marmelada" com o TLC por parte da bancada democrata norte-americana, em contraste com a elevada quota de sangue de soldados, policiais e civis na luta contra o narco-terrorismo comunista, deixa a sensação de que a Colômbia está só na defesa da liberdade e que se se produzir a agressão chavista, a Casa Branca optará por transferir o problema para a Colômbia e a mediação diplomática a Lula ou sua sucessora.

No campo militar é necessário mobilizar reservas e treiná-las em operações de guerra regular, enquanto as unidades de contra-guerrilhas continuam o combate contra as estruturas das FARC e do ELN. Para esse efeito, as Forças Militares devem ser dotadas com equipamentos de combate de última geração, por exemplo, sistemas de defesa anti-aérea, lança-foguetes, tanques de combate, bombardeiros, artilharia, comunicações e navios de guerra.

E no campo psicológico, qualificar e incrementar as campanhas de propaganda militar para induzir os terroristas das FARC a se desmobilizar, informação concreta aos venezuelanos acerca da gravidade negativa de uma guerra entre duas nações irmãs, e constante fortalecimento da fé na causa para manter sua mística de combate em alta.

Senhor Presidente, senhores ministros, senhores senadores, senhores governadores, senhores prefeitos, chegou a hora da mobilização nacional e o momento de romper as cadeias da indiferença e da inércia frente à defesa nacional. Há uma grave ameaça em andamento. O agressor advertiu a intenção de atacar a Colômbia. Mal faria o país em acreditar que se trata de mais uma arenga do delirante presidente Chávez. Guerra advertida não mata soldados - diz o velho ditado.



*Analista de assuntos estratégicos - www.luisvillamarin.com

Fonte: El Tiempo

Tradução: Graça Salgueiro

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