Sexta-feira, Agosto 15, 2008
Alerta Total
Carlinhos Metralha em ação
O delegado da Polícia Civil de São Paulo, Carlos Alberto Augusto, constrangeu ontem um grupo de procuradores da República que discutiam a punição para torturadores da dita-dura no Brasil, no seminário "Crimes da Ditadura: Ainda é Jurídico Punir?".
Investigador do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) naquele período, o delegado tomou a palavra para defender as Forças Armadas em meio ao debate sobre a criminalização da tortura cometida no Dói-Codi.
O delegado fez seu ataque depois que o sub-procurador-geral da República, Wagner Gonçalves, minutos antes, defendera a punição de torturadores.
A denúncia
O delegado Carlos Alberto pegou o microfone e pediu que outro palestrante, Ivan Seixas - torturado no regime militar -, o apresentasse.
Seixas, constrangido, disse: "Esse é o Carlinhos Metralha, um dos torturadores do Dops e hoje delegado da Polícia Civil".
Identificado, o delegado disparou:
"As Forças Armadas já foram sucateadas. Agora vocês querem sucatear a moral das Forças Armadas", disse o delegado. "O Ivan Seixas tem o hábito de mentir. Eu trabalhei pela segurança do País".
Procuradoria vai ouvi-lo
O delegado denunciou que muitos desaparecidos daquele período não foram assassinados, mas estariam "escondidos".
Carlos Augusto defendeu novamente os militares:
"Eles não foram os culpados".
Terça-feira que vem o delegado prestará depoimento na Procuradoria, às 14 horas, sobre o que denunciou.
Os organizadores
O seminário foi organizado pela procuradora da República, Eugênia Augusta Fávero e pelo procurador-regional da República, Marlon Alberto Weichert.
Juntos entraram com uma ação civil pública pedindo a condenação por tortura dos ex-comandantes do Doi-Codi de São Paulo Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel.
Antes do evento, Weichert pediu um posicionamento firme do governo federal sobre o tema.
"É importante que o governo se posicione em relação à abertura de todos os documentos existentes. Se não fica difícil o processo de responsabilização".
E a identidade do Cabo Anselmo?
O delegado Carlos Augusto aproveitou seu discurso inflamado no seminário para fazer uma cobrança pública.
Pediu que a Comissão de Anistia e a Marinha emitam o documento de identidade de José Anselmo dos Santos, o “Cabo” Anselmo.
Carlos Augusto foi o policial que prendeu Anselmo nos tempos da dita-dura.
2 comentários:
Quando se fala em punir os militares que torturam ou até mataram em nome da nação brasileira,não podemos de nos esquecer tambem de pinuir muitos que hoje detem o poder e que foram ladrões e assassinos.Muitos de nossos ministros e deputados foaram sequestradores e ladrões de bancos,o que para o nosso país é vergonhoso.
Muitos desses que pedem a punição aos militares em nossos dias ja foram afastados do governo por corrupição.
Temos sim que punir não somente a alguns, mas todos, ou então levarmos em consideração a lei de anistia.
Quando se fala em torturadores, temos que lembrar de uma coisa somente:
Hoje nós somos os escravos dos torturados, pois estamos sendo castigados pelos "homens" que um dia(isto é o que eles dizem) que foram castigados ou torturados. Aí esta há realidade, o povo esta pagando pelo que eles dizem que passaram,pois na realidade isto que eles dizem é uma tremenda mentira.
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