quarta-feira, 6 de agosto de 2008

DIVIDE ET IMPERA

DIVIDE ET IMPERA




Como já deixei claro em artigo anterior o que está ocorrendo é uma tentativa de desmoralizar e achincalhar as Forças Armadas. Se estas aceitarem a tese de que o que está em jogo é a imprescritibilidade da Lei da Anistia, e não uma jogada política maquiavélica, estarão implicitamente aceitando que houve torturas e que elas devem ser esquecidas, juntamente com os atos terroristas praticados pelos atuais queixosos.

Enquanto existem provas cabais destes últimos, inclusive centenas, talvez milhares, de processos examinados ou julgados pelas Auditorias Militares ou pelo Superior Tribunal Militar, não há nenhuma da ocorrência de torturas em dependências das Forças Armadas. Só o que existe são denúncias de pessoas cujos interesses ideológicos, políticos e pecuniários são óbvios.

A intenção de levantar esta discussão agora – além de acobertar as denúncias de possível envolvimento do PT e altos próceres da República com as FARC – é criar uma cisão nas Forças Armadas, pois uma parte delas ficará tentada pelos acenos de “esquecimento” – e defenderão que a Lei é irrevocável – deixando os acusados, seus companheiros de farda, com sua reputação manchada para sempre. Sem perceber que uma instituição onde o corporativismo é essencial e parte inerente da sua atividade guerreira, terá também sua própria reputação manchada.

Não acreditem que não as Forças Armadas que estão em julgamento, só alguns elementos que se transviaram: é mentira e estas denúncias vêm em seqüência ao episódio dos sargentos gays, no mínimo um dos quais desertor e das ocorrências infaustas do morro da Providência, contrariando as veementes objeções do Comando Militar do Leste.

Se as Forças Armadas simplesmente optarem pelo “esquecimento” estarão dando dois tiros no pé. Os Genros e Vannuchis vão topar e dizer: estão vendo, se eles querem esquecer é porque têm culpa no cartório, torturaram inocentes mesmo! E ainda mais eles não esquecerão, comunistas têm em comum com os elefantes a truculência e a privilegiada memória. As cobranças não terminarão jamais!

A meu ver, só resta às Forças Armadas mover processos contra os terroristas do passado, re-abrindo velhos inquéritos enterrados nos “arquivos da ditadura” que o governo alega querer abrir, mas não abre apesar de ter os poderes para tal.


Heitor De Paola, Publicado no site em 06/08/2008

http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=229

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