por Thomas Sowell em 06 de agosto de 2008
Resumo: A prioridade máxima dos políticos é resolver seu próprio problema, que é conseguir ser eleito e, então, reeleito. Barack Obama é um político por completo, mesmo fingindo que não é, em sua especial estratégia para ser eleito.
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Numa campanha eleitoral em que não somente jovens esquerdistas, mas também pessoas que não são jovens nem esquerdistas parecem absolutamente mesmerizadas pela retórica extraordinária de Barack Obama, os fatos retrocederam ainda mais em direção à invisibilidade.
À medida que o mantra hipnótico “mudança” é repetido interminavelmente, poucas pessoas conseguem ainda levantar questões sobre se as poucas coisas concretas que ouvimos representam alguma mudança real, ou ainda se a mudança é para melhor.
Elevação dos impostos, aumento de gastos governamentais e a demonização de empresários? Isso nos leva diretamente ao New Deal dos anos 1930.
O New Deal era novo naquela época, mas não agora. Ademais, um crescente número de economistas e historiadores tem concluído que as políticas do New Deal foram responsáveis pelo prolongamento da Grande Depressão.
Criar novas restrições ao comércio internacional para salvar os empregos nos EUA? Isso foi feito por Herbert Hoover, quando ele assinou a lei tarifária Hawley-Smoot, no momento que o desemprego era de 9%. No ano seguinte a taxa de desemprego era de 16% e, antes que a Grande Depressão terminasse, a taxa atingiu 25%.
Umas das noções mais ingênuas é que os políticos estejam tentando resolver os problemas do país, apenas porque eles assim o dizem – ou o dizem tão inspiradamente ou tão ruidosamente.
A prioridade máxima dos políticos é resolver seu próprio problema, que é conseguir ser eleito e, então, reeleito. Barack Obama é um político por completo, mesmo fingindo que não é, em sua especial estratégia para ser eleito.
Muitos de seus mais fiéis apoiadores estão descobrindo isso tardiamente, à medida que ele “refina” sua posição em muitas questões, agora que ele obteve os votos dos democratas nas primárias e precisa dos votos dos outros na eleição geral.
Talvez o momento definitivo em que o senador Obama mostrou suas prioridades foi quando ele declarou, em resposta a uma questão de Charles Gibson, que ele era a favor da elevação dos impostos sobre os ganhos de capital. Quando Gibson o lembrou do fato bem documentado de que baixos impostos sobre o capital produzia mais arrecadação fiscal do que altos impostos, Obama manteve sua posição.
A questão de elevar a arrecadação pode ser uma questão econômica, mas a questão política é se jogar isso para “os ricos” em nome da “justiça” ganha ou não mais votos.
Como quase metade da população americana possui ações – diretamente ou através de seus fundos de aposentadoria, que possuem ações – aumentar a arrecadação à custa dos ganhos de capital não é absolutamente taxar apenas “os ricos”. Mas, novamente, isso é um dos muitos fatos que não importam politicamente.
O que importa politicamente é a imagem de estar “do lado do povo” contra “os privilegiados”.
Se você é um enfermeiro ou um mecânico que dependerá, para viver, da sua aposentadoria privada – pois só com o Social Security [o INSS de lá] você provavelmente não vai conseguir – pode não se considerar um privilegiado. Mas, a menos que você ligue os pontos entre os ganhos de capital e sua aposentadoria, você poderá cair no feitiço da língua afiada de Obama.
Obama é a favor de um salário mínimo maior. Alguém se importa em saber o que acontece em países com maiores salários mínimos? Claro que não.
Os economistas podem indicar estudos feitos em países em todo o mundo, mostrando que um maior salário mínimo freqüentemente significa maior desemprego entre os trabalhadores menos qualificados ou com nenhuma qualificação.
Isso é problema deles. O problema do político é como parecer a favor “dos pobres” e contra aqueles que são a favor de “explorá-los”. Os fatos são irrelevantes para a manutenção da imagem política.
Em nenhum lugar os fatos são menos importantes do que em questões políticas. Nada é mais popular do que a noção de que você pode tratar dos perigos representados por outras nações, dialogando com seus líderes.
O primeiro ministro britânico, Neville Chamberlain, se tornou enormemente popular nos anos 1930, por se sentar e dialogar com Hitler e anunciar que o acordo a que eles chegaram tinha produzido “a paz em nosso tempo” – apenas um ano antes de começar a mais catastrófica guerra da história.
O senador Obama pode ganhar popularidade similar advogando políticas similares hoje – e sua popularidade política é toda feita disso. As conseqüências para o país virão mais tarde.
Publicado por Townhall.com
Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo
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