sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Os imitadores – Final

por Thomas Sowell em 31 de julho de 2008

Resumo: No curso do século XX, os supostamente sofisticados europeus conseguiram criar algumas das mais monstruosas formas de governo da Terra – comunismo, fascismo, nazismo – em tempos de paz, e começaram as duas Guerras Mundiais, as mais sangrentas de toda a história humana.

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Alguns dos que são inflexivelmente contra a terceirização da atividade econômica, dos EUA para outros países, parecem freqüentemente pensar que se deve adotar uma terceirização, com o sinal negativo, de nossa política externa, colocando-a à mercê da “opinião mundial”, ou que se deve agir apenas em conjunto “com nossos aliados da OTAN”.

Como em tudo que é dito sobre política externa, se presta muito pouca atenção na história da “opinião mundial” ou de “nossos aliados da OTAN”.

A suposição freqüente é a de que os países europeus são muito mais sofisticados do que os “cowboys” americanos. Mas há muitíssimo pouco interesse sobre a história desses sofisticados europeus a quem supostamente devemos consultar sobre nossos próprios interesses nacionais – incluindo-se aqui, numa era em que armas nucleares podem cair nas mãos de terroristas, nossa sobrevivência nacional.

No curso do século XX, os supostamente sofisticados europeus conseguiram criar algumas das mais monstruosas formas de governo da Terra – comunismo, fascismo, nazismo – em tempos de paz, e começaram as duas Guerras Mundiais, as mais sangrentas de toda a história humana. Em cada uma das guerras, tanto vencedores quanto vencidos terminaram em situação muito pior do que quando começaram.

Depois de ambas as guerras, os EUA tiveram de se adiantar para salvar milhões de pessoas da fome na Europa, em meio aos escombros que cada uma das guerras havia criado. Esses não parecem povos cuja sofisticação mereça nossa deferência.

Entre as duas guerras mundiais, intelectuais europeus – mais do que as pessoas comuns – se enganaram completamente sobre a ameaça da Alemanha nazista e insistiam no desarmamento da França e da Inglaterra, enquanto Hitler estava construindo rapidamente a mais poderosa força militar do continente, obviamente para direcioná-la contra os países vizinhos.

Durante a Guerra Fria, os intelectuais europeus novamente se enganaram sobre a ameaça de uma ditadura totalitária – neste caso, a União Soviética. Quando eles finalmente reconheceram a ameaça, muitos consideraram que era “melhor conceder do que morrer” [better to be red than dead].

Os europeus estavam tão despreparados para enfrentar a União Soviética quanto estavam para enfrentar a Alemanha nazista dos anos 1930.

Pior ainda, a maior parte da intelligentsia européia se opôs a que os americanos enfrentassem a União Soviética.

Muitos deles se espantaram quando Ronald Reagan respondeu à ameaça de novos mísseis soviéticos apontados para a Europa Ocidental colocando mais mísseis americanos na Europa Ocidental, apontados para a União Soviética.

Reagan, de fato, não só aceitou a aposta da União Soviética como a aumentou, enquanto os sofisticados europeus – como também a intelligentsia americana – diziam que sua política nos levaria à guerra.

Ao contrário, ela nos levou ao fim da Guerra Fria. Será que devemos agora cegamente imitar aqueles que se enganaram tanto, tão freqüentemente, nos últimos cem anos?

Publicado por Townhall.com

Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo

Leia também Os imitadores - Parte II

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