domingo, 3 de agosto de 2008

A volta da carestia.

Domingo, 3 de Agosto de 2008

A volta da carestia.

Coturno Noturno

Na semana passada a FSP publicou: “Um experiente profissional de pesquisas qualitativas identificou um termo que tem aparecido em rigorosamente todos os grupos sob sua supervisão: “carestia”. Ele se pergunta por que diabos não existe um único político da oposição que toque nesse assunto.” A nota à imprensa publicada pelo DIEESE na última sexta-feira demonstra, de forma cabal, que o sentimento popular expressa a mais pura verdade. Os aumentos da cesta básica de julho de 2007 a junho de 2008 são muito expressivos e bastante superiores ao reajuste de 9,21% concedido, este ano, ao salário mínimo. O custo da cesta básica literalmente explodiu: Natal (51,85%), João Pessoa (45,02%), Recife (44,92%), São Paulo (30,83%), Porto Alegre (27,24%). Nos últimos 12 meses, estes foram os menores e maiores aumentos dos principais produtos da cesta básica:

  • CARNE: 23,22% em Porto Alegre e 44,18% em Aracaju
  • LEITE: 12,00% em Curitiba e 31,32% em Brasília
  • FEIJÃO: 103,34% em São Paulo e 184,80% em Natal
  • ARROZ: 37,50% em Fortaleza e 62,50% em Brasília e Curitiba
  • FARINHA DE TRIGO: 33,25% em Natal e 68,42% em Goiânia
  • ÓLEO DE SOJA: 48,58% em Florianópolis e 79,07% em Natal

Com base na cesta mais cara e considerando o preceito constitucional segundo o qual o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em junho, o mínimo necessário ficou em R$ 2.072,70, o que representa 4,99 vezes o piso em vigor (R$ 415,00). No mês passado, o mínimo necessário era de R$ 1.987,51, o que representava 4,78 vezes o piso. Já em junho de 2007, o mínimo foi estimado em R$ 1.628,96, 4,28 vezes o mínimo em vigor na época, de R$ 380,00.

Leia aqui todo o informativo do DIEESE que, em priscas eras, foi a grande fonte dos petistas para falar mal dos governos. Agora, na era Lula, anda meio desprestigiado. Entende-se por quê.

Coronel

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