domingo, 24 de outubro de 2010

Combata o fascismo verde, não a natureza

Mídia Sem Máscara

Buscar o que andam chamando de sustentabilidade, após muito blá-blá-blá, no fim das contas, redundará em reconhecer a eficácia e a eficiência da livre-iniciativa, amparadas sob um sistema de mercado e de proteção à propriedade privada.


Entre outras maravilhas arquitetônicas, a Roma da antiguidade notabilizou-se por suas hollywoodianas piscinas e saunas públicas. No esplendor de sua civilização, os romanos orgulhavam-se da sua higiene, de frequentarem os animados banhos, de untarem-se com azeite de oliva (até que não seria mal, mesmo para o dias de hoje) e provavelmente com alguma razão desdenhavam do fétido odor exibido pelos povos bárbaros, que deveriam exalar emanações semelhantes às de um cachorro molhado. Imagine!
Banhar-se, com efeito, constitui-se em saudável e amiúde divertida ação. Entretanto, por puro ressentimento, com a derrocada do Império Romano os bárbaros não só não absorveram tais costumes, mas também os repudiaram violentamente. O pecado, por assim dizer, do refrescante hábito, foi estar atrelado à civilização tão odiada. Mais ou menos aconteceu o mesmo com os movimentos de independência africanos, que associaram ao imperialismo dos povos brancos o sistema econômico capitalista, por mal e porcamente que por lá tenha se fixado, daí terem se disseminado os regimes de inspiração socialista com ditaduras, fomes e matanças características.

Hoje enxergo ocorrer algo parecido com o movimento ambientalista. Explico: a idéia de cuidarmos e preservarmos a natureza não é essencialmente má. Muito pelo contrário. No entanto, pelo fato de seu apelo ter sido sequestrado por movimentos de inspiração socialista, decorre a indesejável associação e com ela o repúdio exercido de forma tão generalista quanto o exercido pelos equivocados (ou mal-intencionados) eco-militantes.

Para um liberal ou um conservador, torna-se deveras importante separar a causa em si, boa, elevada, nobre e necessária, dos métodos concebidos até hoje para a sua consecução, estes sim, autoritaristas, anti-econômicos, anti-humanos, e por todas estas razões, ao fim das contas, falaciosos.

O movimento ecológico ou ambientalista atualmente assenta-se sob uma base coletivista e autoritarista, justamente porque o meio ambiente constitui apenas a vitrine para um empreendimento político socialista. Segundo este modelo, os conceitos, argumentos, alegações e conclusões dos seus cientistas, pesquisadores e cinegrafistas são distribuídas ao mundo como verdades apodícticas contra as quais nenhuma contestação, questionamento ou dúvida pode restar sem que seja calada por meio do constrangimento psicológico ou da ação das autoridades constituídas, neste caso quando a hegemonia de que dispõem já lhes permite contar com leis e agentes públicos à ordem.

Da mesma forma, das milionárias ONG's e órgãos da ONU partem as mais burlescas prescrições comportamentais, dirigidas a todos, seguindo o mesmo caminho "sugestão-constrangimento-multa-cadeia": assim vão o dia sem carro, a coleta seletiva do lixo, o presente sem embalagam, o preço da água politicamente majorado, os tributos verdes e até o bizarro xixi sob o chuveiro.

Por um princípio geral, o liberal-conservador deve tomar em conta o seguinte: a economia é ecologicamente correta; quem age economicamente, automaticamente está agindo de forma ecologicamente saudável. Por favor, leitor, grave isto em sua mente, mesmo que a princípio tal concepção lhe pareça de difícil digestão. Enquanto a deixo em suas mãos, por favor, dia a dia vá testando a verdade de sua afirmação. Posso lhe ajudar com algumas considerações iniciais:

Vejamos, para começar, o quanto consome hoje um geladeira, comparada com as de trinta ou quarenta anos atrás. Comparemos igualmente as moderníssimas televisões de LED, confrontadas com os então existentes aparelhos de tubo de imagens e ainda mais com os dos primórdios, aqueles que funcionavam com válvulas. Sigamos adiante, para termos conhecimento de que a carga de uma caneta esferográfica capaz de escrever sobre um caderno inteiro consome a mesma quantidade de tinta que a pena ou a caneta-tinteiro para uma única folha.

Mais alguns exemplos: enquanto as autoridades públicas se contorcem entre mal-sucedidas tentativas e bem-sucedidas desculpas para o problema do trânsito, o mundo livre tem arranjado diversas formas eficazes de minimizá-lo. Quer saber como? Há quanto tempo você não se dirige a uma fila de banco? De minha parte, creio que há mais de um ano não piso em uma agência bancária. Que tal somarmos todas as vezes em que alguém tinha de realizar tal tarefa para constatarmos o imenso bem que o acesso à internet e aos caixas eletrônicos estrategicamente dispostos em supermercados, farmácias e shopping-centers nos proveram? E quanto à pizza, ao remédio, ao gás, à água mineral e a tantas outras facilidades que podem chegar às nossas casas sem que precisemos ligar o carro?

O mundo livre busca naturalmente a eficiência porque as pessoas em geral recompensam aqueles que se dedicam a pesquisar tais soluções. E isto, sem proibir as pessoas de terem acesso aos bens de que necessitam ou que desejam, mas antes o contrário, oferecendo a elas soluções ainda melhores e mais baratas do que elas dispunham. Notem agora como as políticas de colta seletiva do lixo são constituídas de ordens, obrigações, proibições e medidas repressivas.

Avaliemos outra situação: algo como um preço politicamente subsidiado da água, feito para a atender as populações mais pobres, incentiva o gasto anti-econômico da mesma; por outro lado, um preço também politicamente fixado, mas desta vez majorado para sustentar metas ambientalistas provocará uma depressão no consumo, e com isto duas consequências poderão ter lugar: a primeira consistirá nos efeitos indesejados para os quais a água era utilizada para combater, entre os quais o acúmulo de microorganismos lesivos à saúde pública, e o outro será a utilização de meios alternativos, os quais podem ser mais caros do que era a água em condições naturais de preço. Se fazemos uso de meios mais caros e mais escassos, estamos deteriorando a natureza à toa. Deixemos portanto que a oferta da água seja feita pr empresas privadas, e que seja praticado o preço de mercado: ele realmente informará a hora de economizarmos a água, quando esta se mostrar mais cara, momento em que outras formas alternativas para o seu uso poderão se tornar mais viáveis.

A risível receita para fazermos xixi no banheiro, que em breve pode ir a se tornar lei, desconsidera o mau cheiro que demandará a sua limpeza com o gasto de mais água e produtos químicos. O mercado pode e já está se esforçando para inventar vasos sanitários que dispensem o uso de água ou que a consumam em muito menor quantidade. Mas note o leitor como a primeira prescrição, além de ser burra e fétida, impõe-se autoritariamente como um comando que desconsidera a opinião e a escolha das pessoas, enquanto a segunda tem o condão de prococar-lhes a vontade espontânea.

Hoje em dia não caçamos mais as baleias. Não, pelo menos, para as finalidades dos séculos XVII e XIX, quais fossem, a de prover iluminação, inclusive a pública, e material de liga para as construções. Por mais que os ambientalistas repudiem as usinas hidreletricas e as fábricas de cimento, foram elas que as dispensaram. Pode ser que novas tecnologias nos permitam viver no futuro com fontes de energia e materiais de construção ainda mais recomendáveis, mas certamente eles não virão da cabeça destes cuja idéia é simplesmente mandar as pessoas para dentro das cavernas ou ainda pior, exterminá-las.

Agora, o mais importante: todas estas transformações tecnológicas que um mundo economicamente livre tem nos proporcionado não foram patrocinadas por pessoas ricas ou em posição de autoridade, mas justamente pelo imenso contingente das classes menos abastadas. As pessoas ricas em geral não ligam para os desperdícios que cometem. Um homem rico não dá bola se o seu carro perfaz apenas três quilômetros por litro de combustível, da mesma forma que pode optar pela caneta-tinteiro pelo só fato de a considerar mais "charmosa". Enfim, mesmo que uma parte significativa de pessoas pertendentes às classes financeiramente mais avantajadas exerça um comportamento economicamente eficiente, digo, ecologicamente correto, eles não perfazeriam uma massa de consumidores capaz de formar um mercado consumidor apreciável. Em resumo: a economia, quanto mais eficiente quanto ecologicamente recomendável, atende justamente aos mais pobres, enquanto que o modelo socializante hoje prevalecente almeja alijá-los de tudo (mas não para os próprios ambientalistas, estes que apreciam de tudo o que é bom na vida...)

Concluindo: buscar o que andam chamando de sustentabilidade, após muito blá-blá-blá, no fim das contas, redundará em reconhecer a eficácia e a eficiência da livre-iniciativa, amparadas sob um sistema de mercado e de proteção à propriedade privada. Isto, considerada toda a honestidade possível. Por isto que urge a todos quantos tenham captado esta mensagem que se contraponham e exerçam a força das ideias.

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