Mídia Sem Máscara
Márcia Vaz | 14 Outubro 2010
Artigos - Eleições 2010
Aborto nunca foi questão de saúde pública e sim de injustiça entre dois pacientes saudáveis (ou não) onde o mais fraco e indefeso, que é o bebê, é arrancado fora.
Em entrevista ao Jô Soares (26/08/2008), Dilma Rousseff disse acreditar que, assim como ela, não exista mulher que não tenha desejado ser bailarina. Não consigo visualizar Dilma na ponta dos pés, de sapatilha rosinha e uma delicada saia de tule. Nem mesmo na sua infância. O que me atrapalha são frases como a do próprio entrevistador Jô Soares que ao ouvir sobre o sonho da candidata de ser bailarina na infância logo emenda comentando que ela passa uma imagem de "durona".
Aproveitando o adjetivo "durona" que o Jô Soares usou na entrevista digo que ela não está autorizada a falar em meu nome e muito menos deduzir quais eram os meus sonhos de criança. Pois, como mulher, ela me envergonha. Nem tanto pela oposição do sonho de "bailarina" com a linha "durona" que ela transmite. A oposição entre nós duas está em questões como a maternidade, a vida, o aborto, a família.
Eu nunca tive o sonho de ser bailarina na minha infância, embora tenha aprendido no lar a apreciar arte. Seja balé, música clássica, canto gregoriano ou ainda a bela voz do meu pai cantando trechos de ópera. Mas se teve um sonho que me acompanhou desde pequenina foi o sonho de ser mãe de muitos filhos. E graças a Deus, que é tão bom, tive seis filhos maravilhosos. Meu quarto filhinho partiu quando eu estava com oito semanas de gestação. Pude ver nas imagens do ultrassom seu coraçãozinho que depois parou de bater e nos deixou. Mas ainda assim, morto, eu não tive a coragem de abandoná-lo no hospital para... experiências? Para ser jogado no lixo? Para estudantes de medicina fazerem análise? Para ser triturado nos famosos liquidificadores que batem bebês até o ponto de caldo? Não. Consciente de que ele era meu filho tanto quanto os outros cinco que estão vivos, quis dar-lhe um enterro de cristão. Solicitei ao meu médico o corpinho do bebê e fui atendida. Destaco aqui as palavras do Dr. Argeu Clóvis de Castro, meu atencioso e competente médico (principalmente na minha 5ª cesariana): "A criança é um Direito dos Pais." Sorte minha ter um médico de tamanha sensibilidade e noções claras do que chamo de Verdadeiros Direitos da Mulher.
Com meu bebê de apenas oito semaninhas, que teve o batismo de desejo, fui providenciar o que já passa da hora da Igreja e do governo providenciar: um lugar para enterrar pequeninos cristãos. Enterrar os mortos é uma das sete obras de misericórdia. Meu amorzinho foi enterrado após uma missa de corpo tão pequeno quanto presente. Já li e ouvi vários depoimentos de mães amorosas que ao perderem seus bebês bem prematuros sentem essa necessidade de um lugar para eles como fazem com qualquer outro falecido da família. Afinal eles são, sem sombra de dúvidas, seres humanos, desde a concepção. Em Brasília existe cemitério até para cachorrinhos, coelhinhos e outros animais irracionais. O homem que se diz "humano" e "racional" parece estar trocando as prioridades reconhecendo mais o direito a enterrar seus fofos bichinhos do que seus filhos, carne da sua carne.
Existem mulheres e... mulheres. Que a candidata Dilma não julgue todas nós brasileiras por modelo como ela. Muitas de nós estão em lados opostos. Dilma junto ao PT, ambos já tendo entrado para a história do Brasil como o lobo-ladrão que surpreende as ovelhinhas pelas costas, pé-ante-pé, com o sol já quase se pondo e as luzes se apagando no final de 2009, Véspera da comemoração da Noite Santa do Nascimento do Menino Jesus. E o presente de Natal não foi nada que lembrasse ouro, incenso e mirra. Mas sim um plano diabólico que bem pode ser chamado de Plano Nacional do Demônio para os Humanos, multiplicado por 3 (PNDH-3). Já eu, me encontro do outro lado, junto à Igreja Católica, a todos os cristãos e aos que estão tendo a coragem de reagir diante da tentativa de implantação de leis infames como a do aborto ou que defendem experiências com embriões e mais todo um pacote fechado contra a família. Leis que se igualam às dos comunistas e nazistas que se fartaram de fazer experiências com criancinhas e adultos humanos nos seus campos de concentração. Ninguém merece. Ninguém! Seja judeu, católico, ateu, negro, branco, índio.
Quanto às suas tentativas frustradas de enganar os eleitores com falas sem nexo: "Eu, pessoalmente, sou contra o aborto. [...] Quem assinou o decreto PNDH3 foi o Lula. [...] Eu desconheço estes fatos. [...] Não houve encontro. Eu não concluí o curso em questão porque estava trabalhando. [...]" Que a candidata não despreze a inteligência dos seus eleitores. Porque dá no que deu. Os brasileiros entenderam sua tentativa de enganá-los e mostraram isso muito bem nas urnas quando lhe tiraram o gosto da pretensa vitória no 1º turno.
Não se afronta Deus audaciosamente como vem sendo feito. A candidata Dilma sabe perfeitamente que o que bagunçou sua pretensa vitória no 1º turno das eleições de 2010 foi o ataque às criancinhas, foi a questão do aborto, a questão da família. Suas palavras enganosas "questão de saúde pública", não prevaleceram. Questão de saúde pública é um bebê ou muitos morrerem num mesmo hospital por causa de infecção hospitalar, por exemplo. Agora, aborto nunca foi questão de saúde pública e sim de injustiça entre dois pacientes saudáveis (ou não) onde o mais fraco e indefeso, que é o bebê, é arrancado fora.
O Menino Jesus escapou da mão pesada de Herodes. Mas, quantas crianças morreram atravessadas pela espada dos soldados que cumpriam as "ordens do partido de Herodes". Que o Brasil esteja livre da maldição do aborto. Que Deus nos livre de um novo Herodes com mão tão pesada. A história da humanidade registra que Herodes foi transparente na sua crueldade ordenando a matança daquelas crianças e ponto final (só faltou um "PT, saudações"). Mas Dilma Rousseff se esconde atrás de jogo de palavras até dentro da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) falseando ser contra o aborto e ainda assim sendo muito bem recebida lá. Dizendo se considerar grande "devedora da CNBB". É com razão que Dom Bergonzini afirmou taxativamente que ele não deve obediência à CNBB. Deve obediência à Igreja, ao Papa Bento XVI e a Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela joga a culpa no seu partido. O PT diz que o decreto foi assinado pelo Presidente Lula. Lula diz que particularmente também é contra o aborto. Mas ele não tem deficiência nos olhos, apenas em uma das mãos. Resumindo, ele assinou, Dilma se gaba de ser a continuidade do governo do assinante Lula e ambos são o orgulho um do outro e os dois causam o mesmo orgulho no PT, aquele... o partido que apresentou o PNDH3. Ou será que todos vão dizer o de sempre. Que não se conhecem, jamais se viram ou mesmo que nunca houve antes na história deste país um único encontro entre eles para a "arquitetação" do famoso plano daquele triste Natal?
Meiguice, sonhos de bailarina, mãos que embalam um bebê no berço ou voz que canta doces cantigas de ninar noite adentro certamente não são os pontos fortes de Dilma. E muitas mulheres no Brasil estão se sentindo ofendidas ao serem representadas de forma masculina, por uma "mão pesada", conhecida como "linha dura", o que não condiz com muitas de nós brasileiras. Sendo assim, eu convoco as nossas doces mãezinhas, as mulheres amorosas, as mulheres meigas e que ainda sejam femininas a não votar na candidata Dilma Rousseff para que a ira santa de Deus não caia sobre a nossa nação, sobre nossas famílias. Não quero ter parte nisso. Cresci ouvindo meu sábio pai exaltando o fato de nossa bandeira nacional, além de ser linda, não conter o vermelho, cor de sangue derramado. Ainda hoje guardo na lembrança a letra da música que cantei muito no nosso lar: "Eu te amo, meu Brasil... Eu te amo... Meu coração é verde amarelo, branco, azul, anil."
Que os cristãos, militares, imprensa, intelectuais e todo homem de bem, todos, no segundo turno saibam negar o seu voto à Dilma fazendo ressoar ao pé do ouvido da pretensa candidata, o grito sufocado de tantas crianças inocentes abortadas e que morrem com um "grito silencioso" clamando por justiça.
E para os que se calam fingindo não ter nada que ver com isso, gostaria de lembrar um fato. Edith Stein, filósofa judia renomada e convertida ao catolicismo, foi arrancada do mosteiro onde se encontrava e levada para ser executada no famoso campo de concentração de Auschiwtz. Em 1933 quando Hitler estava apenas começando aquilo que terminaria em matança cheia de experimentos com humanos ela escreveu ao Papa Pio XI alertando-o de que no futuro o pecado recairia sobre aqueles que tivessem silenciado. Acertadas palavras que servem perfeitamente para cada um de nós que se calar hoje, 2010. Se a Igreja em peso se levantar, não será necessário novamente, como fez o Papa Pio XII, esconder milhares de judeus em igrejas, mosteiros ou casas de famílias católicas.
Parabéns Dom Luiz Bergonzini! Parabéns, Pastor Paschoal Piragine, Dr. Ives Gandra, Padre Paulo Ricardo, Dr. Zenóbio Fonseca, Dom Manoel Pestana Filho e... quem mais chegar! Parabéns desde já a todos aqueles que não silenciarem. Aos que fazem gravações usando um simples celular, se manifestam em nome da sua família, fazem emails e outras formas de comunicação que vão parar na internet, no You Tube, na TV, nos jornais...
Não permitir que o aborto e outros decretos contra a família entrem no Brasil através de Dilma Rousseff, do PT ou quem quer que seja (afinal não é nada pessoal ou partidário, mas é quase) exigirá muito de nós brasileiros. Que nossas orações sejam feitas com o fervor de quem crê que tudo depende só de Deus, mas trabalha com garra, com gana. Como se tudo dependesse só das ações de cada um de nós. "Nós", incluindo mulheres, crianças e idosos que normalmente em caso de guerra são resguardados deixando ir à frente apenas os homens, aqueles que honram as calças que vestem, mesmo que seja por baixo da batina. Afinal, eles sabem que largar crianças, mulheres e idosos expostos ao inimigo é ato de covardia!
Márcia Vaz é escritora, mãe de cinco filhos, e sofreu perseguição por insistir em escolarizá-los em casa.
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