Mídia Sem Máscara
Edson Camargo | 28 Junho 2011
Media Watch - Outros
O que ensinava o teórico comunista Antônio Gramsci sobre a ação dos revolucionários sobre a fé cristã? Transformar a igreja numa grande instituição-papagaio da revolução, neutralizando-a desde dentro. E é assim que deve ser encarado o pronto endosso de Danilo Fernandes e asseclas à matéria da Istoé.
O blog Genizah, comandado pelo marqueteiro Danilo Fernandes, republicou dias atrás matéria da revista Istoé que trata da participação política dos protestantes durante o regime militar instalado no país em 1964, expressando apoio integral ao conteúdo da reportagem.
O que esperar da abordagem da revista Istoé sobre o tema? Bem, dependente de verbas governamentais, e com notório alinhamento às posições do partido que hoje controla o país, temos a resposta óbvia: lá está toda a engenharia da culpa típica das hostes socialistas, que sempre fazem a habitual e soturna seletividade na apresentação dos fatos: faz de terroristas, seus apoiadores e defensores, as pobres vítimas, e dos alinhados ao regime, os monstros, os verdugos, os carrascos. Mas como esquecer do fato de que, durante a última campanha à presidência, assim que o candidato a vice na chapa do PSDB lembrou a todos de que o PT tem uma histórica aliança com o grupo narcoterrorista FARC, a revista fez matéria de capa atribuindo à oposição a mania de "ver fantasmas" e apelar para a "tática do medo"? Como a existência e ação contínua e planejada do Foro de São Paulo, que agrega PT, FARC e outros grupos socialistas da América do Sul é algo confessado pelo próprio Lula, um dos mentores do projeto, fica evidente que a Istoé tem um papel fundamental na revolução cultural anestésica promovida pela esquerda: sem fabricar a desinformação (dezinformatsiya - em russo), é quase impossível empreender a subversão das instituições.
E lá vamos por pingos nos 'i's. Houve exagero da parte dos militares? É claro, e eles mesmos reconhecem, hoje, envergonhados, ainda que saibam que estavam do lado da legalidade e da ordem, com amplo apoio popular. E o que fazem os revolucionários: continuam manifestando apoio a Fidel Castro, prosseguem encobrindo os assassinatos de seus próprios "camaradas" - os chamados "justiçamentos"-, desconversam quando toca-se no fato de que muito antes do golpe, já realizavam ataques, treinavam militantes, recebiam treinamento e diretrizes da Rússia, da China, e aliciavam estudantes. Que tal ler o manual de guerrilha urbana de Carlos Marighella? Na Intentona Comunista de 1935, mataram 500 pessoas em uma semana. O regime militar, em 20 anos, fez 376 vítimas, dentre as quais terroristas obstinados, ávidos por transformar o Brasil num grande Gulag.
Mas os arautos desse tosco "esquerdismo de crente" contaminado de liberalismo teológico vagabundo, como Danilo Fernandes, Hermes Fernandes, Ed René Kivitz, Caio Fábio, Robinson Cavalcanti e Ariovaldo Ramos, não hesitam na hora de decidir em que lado ficam. Tanto que Danilo Fernandes está interessado em "cavar mais fundo" na história para buscar mais fatos que culpem os "reacionários". E fica evidente sua "apologética" morbidamente seletiva e canhota, que divulga artigos e vídeos destas figuras e faz parceria com blogueiros pró-gayzismo como Sérgio Pavarini.
Vamos a um exemplo: o escritor Ricardo Gondim, que não crê na soberania de Deus e afirmou, em entrevista à newsletter petista Carta Capital que "nem todas as relações homossexuais são promíscuas", teve um artigo seu em destaque no Genizah nesta segunda-feira (27). O motivo: a princípio, retrocedeu duma posição herética: afirma no texto que agora voltou a crer na volta de Cristo. Mas para quê: para despejar sobre o povo os ensinamentos do teólogo comunista Jürgen Moltmann, umas das grandes inspirações da Teologia da Libertação. Não deixou de enaltecer os "jovens guerrilheiros" que tomaram o poder em Cuba em 1959. Loas foram cantadas ao autodenominado "herético da vez". Danilo estufa o peito, mas sobre outras dezenas de falsos ensinamentos de Gondim, dos quais ele nunca se retratou, nem uma palavra.
O que ensinava o teórico comunista Antônio Gramsci sobre a ação dos revolucionários sobre a fé cristã? Transformar a igreja numa grande instituição-papagaio da revolução, neutralizando-a desde dentro. E é assim que deve ser encarado o pronto endosso de Danilo Fernandes e asseclas à matéria da Istoé.
É também por isso que um homem íntegro como o pastor Enéas Tognini, que mobilizou toda a igreja brasileira à oração num momento em que a ameaça revolucionária crescia, é ridicularizado. É por isso que o Conselho Mundial de Igrejas (CMI), um conluio internacional de comunistas que apóiam movimentos subversivos em todo o mundo há décadas é tido pela Istoé e por Danilo Fernandes como instituição confiável. Nada é por acaso, não é mesmo?
No mesmo Genizah foi publicado recentemente o artigo Em busca do equilíbrio perdido: A relação entre a Igreja Evangélica e a Ditadura Militar de autoria de Thiago Lima Barros. Danilo gaba-se de ter "cantado a bola" publicando o texto em seu 'Almanaque' 20 dias antes da publicação da matéria da Istoé. Dentre as pérolas do artigo, consta que as pressões dos americanos levaram Getúlio ao suicídio, e que estes, junto às empresas multinacionais e empresários brasileiros, também derrubaram Jango. Nomes? Nenhum. Enfim, a velha mitologia "progressista" tapuia, onipresente na mídia anticristã, mas já desmentida pelo agente comunista tcheco Ladislav Bittman. Do fato óbvio que Jango estava metido com os comunas até o pescoço (o próprio Luís Carlos Prestes disse em 1963 que os comunistas já estavam no governo), nada. Para Thiago Lima Barros, Lula salvou, em "seus dois quadriênios", o nosso "capitalismo de araque" com benesses estatais. Os bancos e Eike Batista que o digam... Para ele, a igreja evangélica acabou por "meter os pés pelas mãos em 2010, caindo na lábia conservadora da máquina de difamações do PSDB paulista". Por aí se vê o esquerdismo da criatura: chamar o PSDB, um partido intervencionista, politicamente correto, pró-gayzismo e pró-maconha de conservador, é mais do que entortar o espectro político para o lado da esquerda: é fazer pública profissão de fé no que há de mais falso no discurso petista.
E aí está o STF, aprovando tudo o que é contrário à fé cristã, da eliminação de embriões humanos às marchas de apologia às drogas, passando pelas uniões civis de gays à carta branca ao terrorista italiano Cesare Battisti. Enfim, confirmando todas as denúncias que Thiago Lima Barros chamou de "lábia conservadora".
Thiago ainda ressalta a liberdade com que os cristãos combateram durante o governo do PT coisas como o PLC 122. Curiosamente, ele não falou que o gayzismo é uma das causas preferidas do PT (e também do PSDB). Mui neutra a criatura, como se vê. Daí para passar pito nos cristãos que, cumprindo seu dever cívico e moral, delataram os "irmãos" comunistas, foi um pulo. Mas esses comunistas, que ele mesmo reconhece que eram heréticos, não eram irmãos, de acordo com II João 1:9: "Todo aquele que ultrapassa a doutrina não tem a Cristo". Logo, sua bronca não tem o menor fundamento.
É com essa monteira de trapaças que Thiago Lima Barros posa de legítimo representante de um "evangelho equilibrado". Alardeando neutralidade e isenção, ao mesmo tempo em que vocifera as crendices mais caras à esquerda. Evoca, assim, a "melhor" tradição do discurso revolucionário. Sem deixar de concluir lascando a lenha nos "Olavos de Carvalho e Julios Severos da vida", para que o delírio genizático seja completo.
E tem outra: em verdade, em verdade, vos lembro, prezados: o padrão do cristão não é o equilíbrio. É a verdade. Elias, Daniel, Jeremias, Isaías, João Batista, Paulo, e o próprio Cristo nunca procuraram uma posição equilibrada em relação às idéias vigentes nas épocas em que viveram: defenderam a fé, passando-se por radicais, confrontando opositores, quer fossem fariseus, magos, reis, ou defensores dos poderosos do dia, como Thiago Lima Barros. Sejamos quentes. Os mornos, Deus vomitará. Quanto ao pessoal em cima do muro, vale o recado do diabo, na piada já conhecida: "Deixe-os ali. O muro é meu".
Agora que aos olhos da grande imprensa surgiu uma "direita evangélica" ativa, que atrapalhou bastante a eleição de Dilma e atrapalha o avanço do gayzismo, é previsível que matérias como essa da Istoé, exemplo de desinformação gramsciana, se tornem mais constantes. O Cel Brilhante Ustra mostrando o quanto Persio Arida mentiu em seus artigos também foi um golpe duro aos cultores do mito da "ditadura brutal de 1964" e da superioridade moral dos subversivos.
Levando tais fatos em conta, quem duvida que fazer dos evangélicos um pelotão de "idiotas úteis" a serviço do socialismo e de políticas globalistas não está na agenda revolucionária?
Infelizmente, há milhares de apologistas dessa ideologia imbecil, assassina e absolutamente capenga, do ponto de vista lógico e conceitual, nas igrejas, seminários e editoras cristãs. Uma ideologia que se mostra um fracasso na economia, inigualável na matança, macabra em suas armadilhas sofísticas e psicológicas, e, como se vê no Brasil, um câncer na cultura. Pelos frutos, quem viveu o século XX, conhece-a muito bem. Basta um mínimo de bom senso e honestidade intelectual para perceber o quão mal intencionados são seus defensores.
Vai um "casamento gay" aí? Vai um aborto? Que tal um baseado? Vai um Hugo Chávez? Vai uma FARC? Vai um MST? Vai um imposto para fins "sociais"?
Não dá. Fique com o Evangelho. "Quando o ímpio domina, o povo geme", diz a Bíblia. E eles dominam a cultura, a imprensa, as universidades, a máquina pública, a blogosfera, e querem dominar de vez a igreja. Como há muitos cristãos autênticos que morrem de medo de se posicionar, essa turba deita e rola.
Por essas e outras, estamos como estamos. Criemos coragem e façamos como João Batista, a voz que clamava, valente pela verdade.
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