Mídia Sem Máscara
| 09 Junho 2011
Internacional - América Latina
Os ilustres magistrados analisaram que tais decisões só favorecem aos terroristas das FARC encarcerados pela FARC-política?
Nas últimas três semanas sucedeu uma série de acontecimentos midiáticos derivados do manejo politiqueiro que o governo nacional, e quem acredite nele, e até as Altas Cortes deram aos resultados de operações contra o narco-terrorismo comunista na Colômbia.
Entretanto, com evidente desejo de deslegitimar tudo o que fez o ex-presidente Uribe (2002-2010), seus contraditores políticos aboletados na Corte Suprema de Justiça não controlaram nada para atuar pelas costas da realidade nacional, da defesa nacional e do juramento que como magistrados do alto tribunal lhes assiste, para pensar primeiro na Colômbia e depois em seus interesses pessoais. À controvertida decisão da Corte Suprema de Justiça de desconhecer a validade dos conteúdos dos computadores de Raúl Reyes, acrescenta-se a inexplicada atitude politiqueira do presidente Santos para dar a conhecer os explosivos conteúdos dos computadores de Jojoy e Tirofijo.
Esse manejo da informação a conta-gotas, enfocada só a publicar dados que já são conhecidos em torno da conduta narcoterrorista das FARC, deixa em dúvida a credibilidade do mandatário e demonstra seu veemente desejo re-eleicionista, mesmo às custas de sacrificar a segurança nacional contanto que não se irrite seu "novo melhor amigo".
De quebra, a Chancelaria, com a ministra de Relações Exteriores à cabeça, está mais dedicada em contentar Chávez, Zelaya, Correa e os demais cúmplices das FARC do que projetar a indústria, o comércio e os talentos da Colômbia no exterior.
Porém, a ópera bufa não termina aí. Outra alta corte proferiu uma sentença politiqueira e populista. A partir da sentença que obriga o Estado Colombiano a indenizar alguns soldados seqüestrados na base de Las Delicias em 1996, abriu-se a brecha para que qualquer ex-seqüestrado processe o Estado pelas mesmas razões. Ou, o que é pior, para que qualquer uniformizado prefira se deixar seqüestrar em combate, na certeza de que quando for libertado será indenizado, lhe pagarão todos os salários atrasados e afora isso, receberá a assessoria e apoios que receberam outros ex-seqüestrados.
Em ambos os casos, computadores de Reyes e Las Delicias, pairam dúvidas que nenhuma das duas cortes quer esclarecer e que nos obrigam a lhes perguntar:
1. Os magistrados das duas cortes aludidas conhecem os alcances do Plano Estratégico das FARC?
2. Em caso afirmativo, entendem a gravidade dos alcances de suas midiáticas decisões?
3. Entendem estes honoráveis magistrados que o presidente equatoriano, Rafael Correa, além de cúmplice das FARC é traiçoeiro e que aproveitará esta circunstância para incrementar processos internacionais em dólares contra a Colômbia?
4. Os ilustres magistrados analisaram que tais decisões só favorecem aos terroristas das FARC encarcerados pela FARC-política?
5. Avaliaram, os ilustríssimos juristas, que este tipo de decisões incidem na desmotivação das tropas para combater o narco-terrorismo, ao ver que todos os esforços e sacrifícios no campo de batalha são negados por decisões absurdas, justificadas com tecnicismos e leguleiadas de "ilustrados jurisconsultos"?
E a esta ópera bufa se acrescentam outros ingredientes: o duo Santos-Rivera, além de desleal com as tropas, atua com desmesurado protagonismo midiático pessoal na luta individual de cada um deles dois, para evitar que Vargas Lleras seja presidente em 2014 e, evidentemente, para ser "a criança no batismo, a noiva no casamento e o morto no velório". Egocêntricos e vaidosos, eles estão convencidos de que o universo gira ao redor deles.
Inepto para dirigir uma estratégia integral contra o narco-terrorismo, desconhecedor absoluto da Defesa Nacional, desleal com as tropas em atividade e as reservas da Força Pública, o ministro Rodrigo Rivera copiou as mesmas fanfarronices de Santos.
Cada vez que os soldados ou policiais propinam um golpe ao narco-terrorismo, Rivera aparece ante os meios de comunicação rodeado de generais e almirantes, e fala qual um imperador frente a seu séquito. Com estúpida arrogância, também copiada de Santos, se auto-atribui o magistral de cada operação, a capacidade de decisão e a liderança que necessitou para concretizar cada golpe.
O ruim do assunto é que os altos comandos militares não lhe dizem nada, senão que o acompanham no ato teatral. Ante o país e o mundo, Rivera, que é desleal e traiçoeiro com o bem-estar dos soldados que o defendem e sustentam no imerecido cargo que ocupa, faz politicagem com fins pessoais.
Não lhe importam nem o sangue, nem o suor, nem o sacrifício, nem a abnegação de militares e policiais, pois do mesmo modo que Santos e os demais politiqueiros que foram ministros da Defesa, agora ele os utiliza para seus fins egoístas, e depois os vê como estorvos quando se retiram do serviço ativo e reclamam seus direitos legais, como por exemplo, os serviços de saúde e o pagamento de salários atrasados desde 1992.
Em outro cenário, Santos aproveitou a cerimônia de ascensão de oficiais na Escola Militar, para encher de fingidos elogios as tropas que o mesmo se opôs a que percebam os salários ordenados pela lei, desde 1992.
A essa teatralidade Santos acrescentou outras frases triunfalistas como o conto chinês do "fim do fim das FARC", "estamos respirando na nuca de Cano", com o recente argumento de que "cabeça que põem, cabeça que eliminamos".
Tudo o que foi dito antes indica que as Forças Militares e a Polícia não só são vistas pelos politiqueiros de turno como um mal necessário, senão como o filão do qual podem tirar os mais midiáticos e propagandísticos créditos para sua vaidosa projeção pessoal, mesmo que a Colômbia perca.
Politiqueiros como Santos, Rivera e uns quantos magistrados deslocados da realidade colombiana, estão tão glorificados em seu ego que se acreditam monarcas infinitos, sem compreender que, a médio prazo, tanto e tão constante desmoronamento da institucionalidade custará caro para a Colômbia e que a história os julgará como medíocres ineptos e até como traidores da Pátria.
Entretanto, seguirão vulnerados os direitos legítimos das Forças Militares, da Polícia e de suas reservas ativas. Portanto, é necessário um movimento político que restitua esses direitos, situe senadores em comissões de defesa, relações exteriores e orçamento, e consiga que o Ministério da Defesa seja ocupado ou por um oficial em atividade, ou por um membro da reserva ativa. No mínimo isso...
Tradução: Graça Salgueiro
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