Mídia Sem Máscara
Bruno Pontes | 14 Junho 2011
Media Watch - Outros
Como em toda peça de engenharia psicológica, é preciso mostrar que o senso de percepção básica das pessoas está errado e substituí-lo pelo dogma da militância. É para isso que Suely está lá.
A cena é da novela "Insensato Coração", a mais vista da Globo. Num quiosque de praia freqüentado pelos gays da trama, o atendente narra o drama de um amigo seu, também gay, agredido por "pitboys". Escutam o relato Suely e Nelson. Suely pergunta:
- E ele teve que ir pro hospital?
- Ah, Suely... Mandíbula fraturada, três dentes quebrados, cheio de hematomas pelo corpo. Gente, escapou de um traumatismo craniano por pouco!, conta o atendente. Suely comenta:
- Meu Pai, mas que horror essa briga de.
O atendente corta a frase de Suely. Ela mostrou que não tem televisão em casa, pois se acompanhasse as novelas e jornais da Globo já teria concluído, sem necessidade de informações complementares, que estamos diante de mais um caso de "homofobia", essa epidemia que toma conta do Brasil. O atendente corrige a inocente mulher:
- Que briga, Suely? Massacre! Meu amigo tava saindo de um bar sozinho à noite, de repente apareceu esse bando de pitboys e saíram agredindo o garoto. Uma covardia!
O atendente acrescenta que o agredido não quis registrar a ocorrência na delegacia, "porque ele é gay e tem medo que façam chacotas, e fazem, né?". Nelson afirma então que é importante divulgar o incidente para "reforçar as estatísticas para pressionar mais". Quem deve ser pressionado ele não diz, mas o mais burro dos militantes sabe que o recado é endereçado a Brasília.
- Eu fico maluco com isso, gente!, continua o atendente - Só no ano passado foram assassinados 260 gays, lésbicas e travestis no Brasil todo. Quase um por dia!
Como em toda peça de engenharia psicológica, é preciso mostrar que o senso de percepção básica das pessoas está errado e substituí-lo pelo dogma da militância. É para isso que Suely está lá. Ao ouvir a estatística, ela lastima: "É, a violência tá demais mesmo...". E então o gay do quiosque corrige a mulher mais uma vez:
- Não, Su, não se trata disso. Eu não tô falando de gays que foram assassinados por um motivo ou por outro. Eu tô falando de pessoas que foram assassinadas especificamente porque eram gays!
E então os três fazem caras sensibilizadas com a barbárie. O serviço está feito. Muitos dos milhões de espectadores da novela estão prontos para aplaudir o PLC 122 sem conhecer seu conteúdo, mas confiantes de que 260 gays deixarão de morrer todo ano quando a militância "pressionar mais" e obter vitória no Senado. Os que objetarem à lei serão vistos como potenciais agressores.
A estratégia da militância gay, com suas cifras misteriosas, discursos histéricos e encenações autovitimizantes, é como a novela da Globo: ficção para pessoas de baixa imunidade intelectual, facilmente moldáveis.
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