Papéis avulsos
AIM Column | Lynn Woolley | 21 de Abril, 2009
Nada exemplifica melhor o duplipensar como uma lei que tira do trabalhador o direito a voto secreto nas eleições sindicais.
“Bem, sir, um brinde a fala direta e um entendimento claro.”
- Casper Gutman a Sam Spade em “O Falcão Maltês,” Dashiell Hammett, 1930.
Pois é somente apaziguando contradições que o poder pode ser mantido indefinidamente.
- Emmanuel Goldstein, definindo duplipensar em “
Adivinhem só – não houve um atentado terrorista em 11 de setembro. Talvez tenha havido um “ataque”, mas não havia “terroristas”. Se houvessem “terroristas”, teria que haver uma “Guerra Global Contra o Terrorismo”, mas não tem porque a administração Obama mudou a linguagem. O que temos agora é uma “Operação de Contingência Internacional”. Quase podemos imaginar Winston Smith, escravizado em seu posto no “Ministério de Verdade” editando todas as menções à Guerra Global Contra o Terrorismo.
Claro que o termo “Guerra Global Contra o Terrorismo” deixa uma pouco a desejar, uma vez que na verdade é a Guerra Global Contra o Radicalismo Islâmico. Será que ninguém no mundo político acredita em falar a verdade e num claro entendimento? Parece que não.
Eles acreditam principalmente no “duplipensar”, o conceito Orwelliano de se ter duas crenças contraditórias e acreditar
Olha como nomeamos as legislações. A lei do presidente Bush “Nenhuma Criança Deixada para Trás” (No Child Left Behind) deixou muitas crianças para trás, a maioria delas, enquanto nosso sistema nacional ia de mal a pior.
A administração Obama é particularmente boa em dar nomes às leis. Já ouviram falar do “Ato Americano de Recuperação e Reinvestimento de
Mas nada exemplifica melhor o duplipensar como uma lei já proposta, que tiraria do trabalhador o direito ao voto secreto nas eleições sindicais. Numa incrível demonstração da cara-de-pau descrita por Orwell, essa lei é chamada de “Decreto de Livre escolha do Empregado” (Employee Free Choice Act).
Lembram-se dos três slogans do Partido Interno em “
Onde está a diferença para a realidade de 2009 onde preferências raciais são chamadas “Ação Afirmativa”, e o conceito de se matar um bebê no ventre é sistematicamente tido como “Direito ao Aborto” em nosso jornais locais.
Então, será que os políticos falam a verdade ALGUMA VEZ? Claro, isso acontece de tempos
O Sr. Reagan chocou o mundo quando chamou a União Soviética de “império do mal”. Reagan estava dizendo a verdade. A antiga URSS não tinha eleições livres, o povo era reprimido, e seus líderes estavam sempre de olho em seus vizinhos com agressão
O Sr. Reagan, por falar nisso, nomeou uma de suas iniciativas como “Iniciativa Estratégica de Defesa” (StrategIic Defense Initiative), um excelente nome já que era realmente um programa de defesa. Mas a mídia o re-nomeou de “Guerra nas Estrelas” (Star Wars), o oposto no duplipensar.
Hoje temos absurdos como “reforma abrangente de imigração” (comprehensive immigration reform) para anistia de imigrantes ilegais, o “Ato Patriótico Americano” (USA Patriot Act) para uma lei que permitia ao governo espionar os cidadãos sem mandado judicial, e “justiça econômica” como nome para distribuição de riqueza.
Lembre-se é somente apaziguando contradições que o poder pode ser mantido. Antes de “Atlas Shrugged”, antes de “Rules For Radicals” de Alinsky, já existia o duplipensar – um conceito ainda usado pelo nosso governo muito depois de 1984.
Tradução: Frederico De Paola
http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=919
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