Mídia Sem Máscara
| 23 Janeiro 2010
Artigos - Economia
Os sinos de alarme já soaram com o gigantesco déficit no balanço de pagamentos verificado em dezembro, assim como nos inquietantes índices de inflação previstos para o mês de janeiro em curso.
As notícias econômicas dos últimos dias estão consumando o cenário mais sombrio que é possível visualizar. A elevação continuada do salário mínimo acima da produtividade, do salário dos funcionários públicos e dos benefícios do INSS está agora fazendo visíveis seus efeitos nefastos. A irresponsabilidade administrativa é agravada pela admissão de milhares de funcionários públicos, nas três esferas de governos. Está mais do que visível, como nunca pude ver em toda minha vida de observador, a disparidade gritante entre os salários oferecidos pelo setor público e os salários pagos pela iniciativa privada. Uma coisa sem sentido.
Obviamente que tal disparate de política econômica só pode provocar duas conseqüências imediatas: o estouro nas contas públicas e a deterioração acelerada nas contas internacionais do país. Os formuladores do PT pensam que estão fazendo política anticíclica ao submeter a economia brasileira a essa gastança indecente e injusta, mas o que eles conseguiram foi tão somente encaminhar o sistema econômico para a ruptura, da qual estamos bem próximos.
O sonho desses esquerdistas é libertar o mundo da lei da escassez e, no poder, comportam-se como se não houvesse nem restrição de renda e nem restrição orçamentária alguma. Como Lula recebeu o país com as contas organizadas, a inflação sob controle e um franco fluxo positivo de moeda estrangeira, a magia da gastança pôde se manter por algum tempo, gerando a falsa prosperidade inflacionária. Os sinos de alarme já soaram com o gigantesco déficit no balanço de pagamentos verificado em dezembro, assim como nos inquietantes índices de inflação previstos para o mês de janeiro em curso.
Lula se beneficiou dos surpreendentes efeitos da crise mundial, que reduziu a taxa de juros internacional e permitiu uma super emissão mundial de moeda, que muito beneficiou o Brasil. Muitos dos erros de política econômica foram encobertos e seus efeitos retardados, mas estes agora virão com toda força à superfície. Um deles, de grande envergadura, foi negligenciar a relação comercial com os EUA, país que praticamente deixou de comprar manufaturados do Brasil. Perder um mercado é fácil, reconquistá-lo é muito difícil. Talvez levemos década para corrigir essa tolice. O Brasil não conseguirá manter seus superávits sem voltar a ter nos EUA seu principal mercado.
A lei da escassez se manifesta inexoravelmente nas relações internacionais. No âmbito interno os governos podem fazer as loucuras que quiserem, mas a conta chega. Penso que o Brasil vive momentos como aqueles anteriores ao governo Figueiredo. Depois vieram as maxidesvalorizações, os arrochos salariais, as restrições às importações. Com isso, tudo se ajeitou. Mas a inflação ficou e teve que esperar o Plano Real. Lula é um grande irresponsável por assassinar o Plano Real. Quando os efeitos do novo salário mínimo alucinado, decretado agora em janeiro, se fizerem presentes a desordem econômica será acelerada. Sua manifestação mais aguda será na balança comercial e no déficit da Previdência Social.
Se em 2010 houver um repique da crise mundial, com a contração do comércio global e a fuga de capitais o Brasil novamente estará de joelhos e a bazófia lulista com relação ao Banco Mundial, ao FMI e aos EUA terá que ser engolida. Novamente poderemos ter uma moratória "soberana".
O discurso da esquerda é sempre a promessa de que seus líderes sabem como superar a escassez. Grossa mentira, populismo barato. Sua ação é a implantação da desordem É o que teremos, de forma inapelável. A política econômica do esquerdismo é o assassinato da razão, o caminho para a tragédia coletiva.
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