quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Grupos católicos são financiados pelo ateu George Soros

Mídia Sem Máscara

Um dos propósitos do dinheiro de Soros, diz Walker, é minorar a importância da questão do aborto entre os católicos e até mesmo fazer da defesa do direito ao aborto uma posição católica "respeitável".

O papel fundamental da Igreja Católica na aprovação da legislação de reforma do sistema de saúde está passando por um sério escrutínio na mídia. Mas essa história tomou uma direção estranha. Revelou-se que George Soros, o bilionário que opera fundos de alto risco e que também é um famoso ateu, tem despejado centenas de milhares de dólares em grupos católicos "progressistas" que são personagens importantes nos debates nacionais acerca do sistema de saúde e de imigração.

Na superfície, poderia parecer que Soros se opõe a muitas das posições da Igreja Católica. Sendo um dos grandes financiadores da ACLU, Soros apóia causas tais como legalização das drogas, direitos dos "profissionais do sexo" e dos criminosos, eutanásia, feminismo radical, direito ao aborto e direito dos homossexuais. Ele faz tudo isso em nome da promoção de uma "sociedade aberta".

Mas através de um exame dos arquivos do seu Open Society Institute (Instituto Sociedade Aberta) descobre-se que um grupo que se autodenomina Catholic in Alliance for the Common Good (Católicos em Aliança pelo Bem Comum), CACG recebeu mais de 200 mil dólares de Soros nos últimos anos.

James Todd, do Pewsitter.com, que representa católicos tradicionais, chama esses grupos de CINOs, Catholics in Name Only, isto é, "católicos só no nome". Ele explica: "Esse grupo e vários outros surgiram recentemente - e eu suspeito que foram financiados e organizados de propósito - para contrabalançar a crescente influência dos fiéis católicos e para tentar enganar e desvirtuar os católicos indecisos que determinaram as últimas treze eleições presidenciais.

Entretanto, uma investigação do AIM descobriu também que o dinheiro de Soros foi para a Catholic Legal Immigration Network (Rede Católica de Imigração Legal), CLINIC, uma organização estabelecida pela Conferência Americana dos Bispos Católicos em 1998. Ela recebeu ao menos 530 mil dólares do Open Society Institute.

As duas questões se fundem no fato de que os bispos católicos estão exigindo que o sistema nacional de saúde dê cobertura a imigrantes ilegais.

Numa história intitulada "Líderes religiosos buscam assistência médica para ilegais", o Los Angeles Times recentemente citou Kathy Saile, diretora de desenvolvimento social interno da Conferência Americana de Bispos Católicos, a qual disse que os imigrantes ilegais deveriam ser incluídos em qualquer plano de reforma do sistema de saúde. O padre Richard Estrada da Igreja de Nossa Senhora Rainha dos Anjos, em Los Angeles, foi descrito como parte de um serviço religioso e central de telefonistas destinados a "incitar líderes do congresso para que incluam os imigrantes ilegais em todo e qualquer plano de reforma do sistema de saúde". Sua igreja tem oferecido abrigo a imigrantes ilegais.

A CACG teve influência na aprovação da H.R. 3962 na câmara, aquela lei que ficou conhecida como "Pelosicare", e gaba-se de ter-se unido à Conferência Americana dos Bispos Católicos, à Associação Católica de Saúde, e a "dúzias de outros grupos católicos e religiosos na celebração desse voto histórico".

O blog do grupo fazia até mesmo uma "Oração pela reforma do sistema de saúde", pedindo pela ajuda de Deus na aprovação da lei federal.

John Gehring, diretor de mídia do CACG, disse ao AIM: "Nós temos nos concentrado primariamente em enfatizar as dimensões morais dessa questão e em expressar como a doutrina social católica trata a assistência médica como um direito humano central para uma sociedade justa. Junto com outros grupos religiosos como o PICO National Network, Faith in Public Life, Sojourners e outros, nós trouxemos cidadãos e líderes religiosos para o capitólio várias semanas atrás para que eles se encontrassem com congressistas, e eles enfatizaram a urgência da reforma e especificamente a questão do preço acessível, que é crítica. Por exemplo, o irmão Joseph Shad, S.J., capelão do Hospital da Misericórdia em Portland, no estado do Maine, veio ao capitólio e encontrou-se com congressistas. Ele compartilhou histórias que nós coletamos de cidadãos por todo o país como parte de nosso projeto, Vozes pela Reforma do Sistema de Saúde".

A propósito da aprovação do Affordable Health Care for America Act, (Lei do Sistema de Saúde Acessível para a América), H.R. 3962, o CACG disse: "Como católicos, aplaudimos os esforços da porta-voz da Câmara, Nancy Pelosi, do republicano Bart Stupak, e de outros que ajudaram a estender as restrições atuais ao financiamento de abortos com verbas federais a planos de saúde que participam do sistema público de saúde."

Mas Judie Brown da American Life League (Liga Americana pela Vida) diz que a cláusula não vai longe o bastante e acusa os bispos que fizeram lobby pela aprovação de quererem mais "a assistência médica obrigatória e estatal para todos do que a proteção do direito à vida de todos os seres humanos vulneráveis".

As restrições anti-aborto, Brown indica, ainda permitem o financiamento de abortos com verbas federais em certas circunstâncias. Mais ainda, ela diz que a lei:

  • Expande o acesso e o financiamento de contraceptivos abortifacientes (seção 1714).
  • Promove o financiamento com verbas federais de programas de educação sexual permissivos à la Planned Parenthood (seção 2526).
  • Permite a eutanásia através da recusa ou da remoção de "tratamento ou assistência médica" e da recusa ou da remoção de "nutrição ou hidratação" (seção 240).
  • Apresenta apenas referências vagas aos direitos da consciência e dá-lhes somente proteção parcial (seção 258 e 259).
  • Contém linguagem que força "planos de saúde que participam do programa estatal" a não discriminar nenhum estabelecimento que fornece, paga, cobre ou faz encaminhamento para a realização de abortos (seção 304).

Enquanto isso, Michael Cannon, do Cato Institute (Instituto Cato), diz que "os católicos deveriam sentir-se ultrajados pela United States Conference of Catholic Bishops (Conferência Americana dos Bispos Católicos)" porque embora tenham tido sucesso em conseguir que uma cláusula pró-aborto fosse retirada do projeto de lei, ela "abandonou a doutrina católica da subsidiariedade ao endossar o resto do plano dos democratas para centralizar o poder em Washington". Cannon também diz que seu avô atuou como conselheiro para a Conferência.

Mas a Catholics in Alliance for the Common Good, financiada por Soros, tem suas próprias conexões importantes. O secretário-tesoureiro é Francis Xavier Doyle, um ex-alto funcionário da Conferência Americana de Bispos Católicos, e a diretora executiva é Victoria Kovari, uma ex-organizadora da Gamaliel Foundation (Fundação Gamaliel), o mesmo grupo que ajudou a lançar a carreira de Barack Obama como organizador de comunidades em Chicago. O presidente é Alfred M. Rotondaro, membro-sênior de um outro grupo financiado por Soros, o Center for American Progress (Centro para o Progresso Americano).

Muito embora a CACG se descreva como uma "organização católica leiga que trabalha para promover o bem comum e o amplo espectro do ensinamento social católico", Frank Walker do website conservador Pewsitter a rotula de cavalo de tróia político-religioso projetado para enganar católicos e angariar votos para o partido democrata.

Um dos propósitos do dinheiro de Soros, diz Walker, é minorar a importância da questão do aborto entre os católicos e até mesmo fazer da defesa do direito ao aborto uma posição católica "respeitável".

Walker nota que a "CACG é dirigida e aconselhada por democratas poderosos. A junta de diretores, o quadro de funcionários, e o conselho da CACG incluem tanto angariadores de fundos e estrategistas importantes como representantes de sindicatos trabalhistas". Ele acrescenta: "Lideranças da Igreja Católica provenientes das Irmãs da Misericórdia, da ordem jesuíta, de organizações católicas de caridade e de assistência financiadas pelo estado também têm representantes no CACG. E mais ainda, a academia católica está presente em peso".

De fato, o conselho consultivo da CACG inclui figuras do Service Employees International Union (Sindicato Internacional de Empregados do Setor de Serviços), da AFL-CIO (Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais), da CUA (Universidade Católica da América), da Universidade Georgetown, e da Faculdade de Boston.

Além da reforma do sistema de saúde, outras grandes questões em que a CACG está envolvida são as tocantes à "reforma do sistema de imigração" e à "justiça para os trabalhadores," esta última ligando a CACG a um grupo que promove um projeto de lei, o Employee Free Choice Act (Lei da Livre Escolha do Empregado), que faria com que fosse mais fácil para sindicatos ganharem membros.

O representante da SEIU na junta de diretores da CACG é Tom Chabolla, que trabalha como assistente do presidente da SEIU, Andy Stern. Antes de fazer parte da SEIU, ele era diretor-associado de programas da Catholic Campaign for Human Development (Campanha Católica para o Desenvolvimento Humano), CCHD, a agência da Conferência dos Bispos que financiou a ACORN com um montante de 7,3 milhões de dólares na última década. O financiamento da ACORN - mas não de grupos como a Gamaliel - foi suspenso pela Conferência.

No seu website, a Gamaliel afirma que "Barack H. Obama, ex-organizador de comunidades da Gamaliel, é o 44º presidente dos Estados Unidos", e que isso faz com que a comunidade dos organizadores se sinta orgulhosa. Também há uma história acerca de Valerie Jarret, uma amiga de Obama e conselheira da Casa Branca, falando em um evento da Gamaliel em Washington, D.C., em que 2.500 ativistas estavam presentes. Jarret é a funcionária que disse que "nós" tínhamos recrutado o comunista Van Jones para a Casa Branca. Uma outra palestrante na ocasião era Melody Barnes, a diretora do Conselho de Política Interna de Obama.

Antes de vir à Casa Branca, Barnes era a vice-presidente executiva de políticas do American Progress Center (Centro para o Progresso Americano), CAP, outra organização financiada por Soros. Van Jones também trabalhou no CAP antes de ir para a Casa Branca. O presidente e chefe executivo do CAP, John Podesta, que trabalhou como chefe da casa civil para o presidente Clinton, é um importante "católico progressista" e membro do conselho consultivo da ACORN, além de ter sido professor na Universidade Georgetown.

Um fato interessante é que Tom Chabolla, atualmente da SEIU e antigamente da CCHD, era parte do comitê organizador do 33º Jantar do Prêmio de Direitos Civis "Hubert H. Humphrey", que ocorreu em 7 de maio de 2009, em Washington, D. C. Um dos premiados não era ninguém mais senão Van Jones.

No sábado, 21 de setembro, e no domingo, 22 de novembro, católicos de todo o país serão convidados a apoiar o CCHD com ofertas em dinheiro. A Gamaliel está fazendo um apelo pedindo apoio, dizendo que ela está "sob o ataque daqueles que têm uma agenda partidária com o objetivo de retirar o apoio financeiro de grupos dedicados a atividades de organização comunitária para promover a justiça social". A Gamaliel afirma que "muitos afiliados da Fundação Gamaliel dependem de recursos advindos do CCHD para servir suas respectivas comunidades".

Mas a Gamaliel também depende de George Soros, cujo Open Society Institute forneceu 300 mil dólares em 2008 para a organização.


Fonte: http://www.aim.org/aim-column/atheist-soros-funds-catholic-groups/

Tradução: Alessandro Cota

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