segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Viver de Novo
Por Arlindo Montenegro
Bem poucas pessoas neste país, tem acesso a uma educação de qualidade. Isto se torna mais fácil, quando os pais ou maiores significativos no núcleo familiar, tiveram acesso a uma boa educação e criam ambiente propício, motivador, além de ajudar as crianças e jovens em suas tarefas.
Mesmo assim os que se dedicam a isso, encontram as barreiras: há uma seleção de textos e compartimentação no currículo de cada disciplina. No ambiente doméstico ou por indicação de algum professor “off road”, superam a limitação e lêem, buscam, pesquisam em paralelo ampliando assim a visão e a informação sem cabrestos.
As relações interdisciplinares parecem banidas dificultando as associações, exceto aquela informação de cunho ideológico, que, mesmo em ciência pura, já figuram nos programas escolares. Em humanas o desastre é pavoroso! Fica por conta do aluno, quando estimulado e orientado fora da escola, garimpar e complementar o conhecimento, que a metodologia do ensino escamoteou ou omitiu.
Para superar o desastre implantado pelo modelo ideologizado e caminhar a passos largos, seja na alfabetização, na formação básica, na profissionalização tecnológica, na especialização superior, pós-graduação, mestrados e doutorados, seria conveniente a reeducação de todos os profissionais do ensino, nas técnicas mais avançadas da "Educação Acelerada".
No momento em que as empresas começam a recrutar profissionais no exterior, no momento em que os cérebros que se destacam são atraídos para integrar equipes de pesquisa em centros de estudos estrangeiros, o esforço de superação assume os contornos de um compromisso que envolva famílias, escolas, clubes e associações, bairros, empresas, chácaras e fazendas. Aprender fazendo!
Como as iniciativas acabam sempre na dependência dos poderes públicos, que impediam o aprendizado no lar, (atualmente o exame do Enem vale como certificado de conclusão do curso médio, Diário Oficial da União, 22/06/2010, pag. 44 ), e que no final das contas ajuda, é um avanço importante, mas reservado para poucos pais ou tutores capacitados.
Como as diretrizes curriculares ditadas pelas políticas educacionais, impedem a liberdade de escolha nas escolas, como os textos básicos de ciências, idioma e história estão feitos sob medida para atender aos "Objetivos do Milênio", o cerco a superar na escola pública ou privada assume aspectos dramáticos.
Até quando vamos continuar no "decoreba", no "ctrl c - ctrl v" de textos e artigos que mal compreendidos são aceitos como "pesquisa" valendo para estágios de classificação? Até quando as classes serão amontoados de alunos ouvindo abordagens obscuras e dispersivas, cujos registros mal alcançam as mentes agitadas e distanciadas.
Com o advento e disseminação das tecnicas de Programação Neuro Linguística, este conhecimento específico tem facilitado a profissão de alguns terapeutas, algumas áreas de treinamento empresarial e gerou uma imensa biblioteca de auto-ajuda controversa. A excelente ferramenta também foi utilizada por alguns oportunistas, como “solução mágica para tudo”, o que, gerou desconfiança.
A aprendizagem acelerada utiliza tecnologia comprovada e ferramentas de PNL. Um professor capaz de reconhecer o estado receptivo de cada aluno de uma classe e utilizar as técnicas de ancoragem, música, cores e movimentos, em ambiente propício, também pode aplicar técnicas de relaxamento antes das aulas, com resultados exponenciais.
Mas será que o estado concorda em utilizar seu poder e aplicar recursos para ensinar a pensar? Para ensinar como cada um pode voar livre e sem censura pelos meandros do saber? Do que percebemos, a resposta é positivamente negativa. Seria formar mentes ativas e críticas de todo o sistema midiático, conformado para a submissão ao estado e ao consumo. Mal para o estado. Um pouco menos mal para as empresas, que teriam de lidar com clientes sofisticados e atentos.
Diferente é o estado emocional e mental dispersivo em que estamos mergulhados. A capacidade de concentração, atenção, formulação de metas, perseguição de objetivos, auto avaliação e correção ficam extensivamente prejudicadas, no ambiente cultural onde o pensamento coletivo de cabresto se impõe e o crescimento individual fica prejudicado, perde espaço de troca vivencial.
A solidão de cada um se desfaz apenas nos atos de grupo ou massivos, quando a identidade se perde para dar lugar aos repetitivos “cerimoniais” da dança, da torcida, do uso de drogas, do barulho que isola os sentidos e percepções, das variedades simbólicas que são gravadas subliminarmente, seguidas do discurso e respostas conformistas pré fabricadas.
Adianta lembrar que a mídia mundial contribui em uníssono, utilizando técnicas avançadas para impedir a plena realização das capacidades humanas? Adianta lembrar que os cérebros são condicionados do mesmo jeito que os cães de Pavlov, para reagir ao som específico da maneira particular? Adianta lembrar que agora temos além dos sons, o condicionamento massivo das cores, dos símbolos...mensagens subliminares?
Enquanto digito ouço música clássica. Quem sabe como mergulhar nos sons para dar ritmo a uma leitura, atividade física, conversa ou para um momento de meditação? Isto não se ensina nas escolas. Seria uma das condições para o aprendizado relaxado, rápido e facilmente recuperável, melhor ainda “automaticamente” recuperável em qualquer situação.
Postado por Montenegro às 07:18
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