Quinta-feira, Setembro 18, 2008
Alerta Total
Por Jorge Serrão
Em meio ao constrangimento pelo grampo ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, um jantar na terça-feira quebrou o gelo nas relações entre Executivo e Judiciário.
O advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, reuniu em sua casa, em Brasília, o presidente Lula e a cúpula do Judiciário, capitaneada por Gilmar.
O encontro reuniu ministros de Estado, parlamentares e o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza.
Bateram um bolão...
Na versão palaciana vazada para a imprensa amestrada, Lula e Gilmar conversaram principalmente sobre futebol.
Gilmar torce pelo Santos e o Lula, pelo Corinthians.
O clima, segundo presentes, foi de descontração, e evitou-se, pelo menos nas rodinhas mais concorridas, assuntos indelicados, como grampo telefônico.
Defesa dos Homossexuais
Pela primeira vez, de forma clara, o chefão Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a união civil entre homossexuais:
“Temos que parar com hipocrisia, porque a gente sabe que existe. Tem homem morando com homem, mulher morando com mulher e muitas vezes vivem bem, de forma extraordinária. Constroem uma vida junto, trabalham juntos e por isso eu sou favorável”.
Lula só se esquivou de dizer se o governo pretende enviar ao Congresso projeto de lei sobre o assunto.
Crítica aos contrários
Lula também criticou os que são contrários à união civil:
“Uma coisa que me cala profundamente é porque os políticos que são contra não recusam os votos deles, porque o Estado brasileiro não recusa os imposto de renda que eles pagam? O importante é que sejam cidadãos brasileiros, respeitem a Constituição e cumpram com seu compromisso com a nação. O resto é problema deles e eu sou defensor da união civil”.
Lula deu suas opiniões em entrevista amestrada à TV Brasil - na estréia do programa 3 a 1 -, no qual nossa majestade foi entrevistado por três jornalistas.
Aborto
O chefão Lula também falou sobre o aborto, dando sua versão abortista em cima do muro:
“Há 26 anos, tenho uma posição, que é tratar de aborto como questão de saúde pública. Se você perguntar para mim, presidente Lula, o senhor é contra o aborto? Sou contra, minha mulher é contra, mas o Estado tem que dar atendimento”.
Ou seja, Lula é contra, mas também é a favor do aborto.
Companheiros sempre
Provocado a falar de "companheiros antigos" que já deixaram o governo, como José Dirceu e Antonio Palocci, Lula saiu em defesa dos petistas:
“Antigos não, companheiros. O fato de eles não estarem no governo, não mexe na minha relação de amizade. Aliás, é uma coisa que prezo. Que carrego para o fim da vida, porque ninguém me obrigou a ter amizade. Amizade é uma coisa que a gente escolhe. A saída dos dois apenas mostrou para a sociedade que ninguém é imprescindível, que ninguém é insubstituível”.
Pelo que declarou o chefão, Palocci e Dirceu continuam mandando como nunca no desgoverno...
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