O Notalatina volta a falar sobre a rebelião da Bolívia, produzida artificialmente pelo presidente cocalero Evo Morales, que é um marionete comandado por Chávez e pelas designações do Foro de São Paulo. Assisti há pouco pela CNN em Espanhol duas entrevistas interessantes: uma com o governador de Tarija, Mario Cossío, e outra com Thomas Shannon, Secretário de Estado Adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, dos Estados Unidos, em que ambos coincidem com a avaliação que fiz na edição de ontem, onde acuso Evo Morales de ser o principal causador do caos e mortes resultantes deste conflito que não se sabe aonde vai dar nem quando vai acabar.
Segundo informações de Cossío, dadas por telefone, a situação tornou-se insustentável desde o início dos conflitos porque isto foi uma “estratégia planejada por Morales” e que já vinham sendo implementadas há bastante tempo. Lembro que, quando houve os referendos nos estados da “Meia Lua”, Morales não quis reconhecer o resultado que lhes dava – legalmente - a autonomia, alegando que os opositores eram “separatistas” e que queriam ser “países” autônomos. Não apenas sandice mas desinformação, que foi imediatamente absorvida e apoiada pelos países-membros do Foro de São Paulo, dentre os quais o ParTido-Estado do Sr. Lula da Silva.
Ontem os governadores dos estados atingidos pela desordem ingenuamente aceitaram um diálogo com o Governo e elaboraram um documento que seria entregue a Morales. Como era de se esperar, pois já ocorreu isto mesmo em outras ocasiões, enquanto Mario Cossío entrava no Palácio do Governo com o documento, Morales decretava estado de sitio, ameaçando a população de Pando com tropas de choque das Forças Armadas, além de tomar o aeroporto de Cobija, capital do estado. Hoje, Morales mandou prender o governador de Pando, Leopoldo Fernández, sob a acusação de genocídio, e o vice-ministro de Coordenação com os Movimentos Sociais, Sacha Llorente, já sentenciou (bem ao estilo dos tribunais revolucionários) que Fernández será processado e “receberá 30 anos de prisão sem direito a indulto”. Desde o início da tarde Fernández está detido em Cochabamba, o que causou revolta na população não só de Pando mas também de Santa Cruz, Tarija e Beni, os estados autônomos.
Na versão do Governo, quem começou o massacre de 11 de setembro foram os funcionários do governo estadual que “emboscaram os camponeses com maquinaria pesada”, deixando um saldo de 15 mortos, 37 feridos e 106 desaparecidos (fugiram). Ainda segundo a versão do Governo, os funcionários do estado utilizavam metralhadoras contra pobres camponeses armados apenas de “facões e escopetas” que utilizam para a “caça doméstica”. Não já ouvimos coisa semelhante por aqui, quando se trata de ataques dos marginais do MST e índios?
Entretanto, segundo o dirigente cívico Edberto Mayne, tudo começou quando gente paga pelo Governo Morales interceptou funcionários do governo estadual de Caminos e os “matou a bala” e que esse mesmo grupo atuou em Porvenir. O senador Róger Pinto acrescenta que os camponeses mataram a sangue frio o engenheiro Pedro Oshiro que se encontrava no ponto de bloqueio da governadoria e que outro foi morte a golpes de facão. O governador Fernández disse ainda que os malfeitores tinham cintos coloridos para serem identificados entre si, o que confirma que isto foi uma atitude planejada. Vejam aqui neste vídeo como os cocaleros armados por Morales ameaçam em Santa Cruz. E a propósito disto, vale a pena rever o vídeo “O massacre de 11 de abril foi planejado”, produzido por Fuerza Solidaria, pois foi exatamente o que ocorreu na Venezuela em 2002, quando Chávez planejou um massacre contra a população indefesa e depois colocou a culpa na oposição. Até nisso este delinqüente mete suas patas imundas e repete na Bolívia seus malditos planos criminosos!
E ontem após reunião da UNASUL (União das Nações Sul-Americas), redigiu-se um documento intitulado “Declaração de La Moneda” (por ter sido no Palácio La Moneda do Chile, onde a presidenta Michele Bachelet é a presidente pro tempore do grupo), em total a absoluto apoio a Morales. Como era de se esperar, está repleto de palavrório bonito mas falso e hipócrita porque eles mesmos não cumprem o que pregam, como pode-se observar logo no segundo parágrafo que diz: “Considerando que o tratado constitutivo firmado em Brasília em 23 de maio de 2008 consagra os princípios do irrestrito respeito à soberania, à não ingerência nos assuntos internos, à integridade e inviolabilidade territorial, à democracia e suas instituições e ao irrestrito respeito aos direitos humanos”.
Quer dizer, se isto fosse observado e cumprido como manda o tal tratado, Chávez seria no mínimo admoestado pelos outros países-membros, caso esta organização não fosse mais um desdobramento do Foro de São Paulo e todos se locupletassem entre si. A propósito da ingerência de Chávez nos assuntos internos da Bolívia, vale muito a pena ver este vídeo do discurso inflamado que este psicopata fez, ao declarar a expulsão do embaixador dos Estados Unidos na Venezuela, que eu citei na edição do dia 12. É uma vergonha superlativa alguém ter um psicopata em surto como este dirigindo seu país e, vergonha maior ainda, daqueles que o apóiam e aplaudem feito micos de circo.
E para concluir esta edição de hoje, reproduzo (traduzido) o esclarecedor artigo de Alejandro Peña Esclusa sobre esta mega-farsa promovida pela UNASUL.
Fiquem com Deus e até a qualquer momento com novas informações sobre a situação da Bolívia!
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A farsa da UNASUL
Por Alejandro Peña Esclusa
A grave crise que a Bolívia vive hoje, deve-se a que Evo Morales interpretou seu triunfo na consulta do passado 10 de agosto como uma patente de corso [1], para desconhecer os referendos autonômicos (cortando ilegalmente o benefício que as regiões obtêm dos impostos dos hidrocarbonetos) e para promulgar sua Constituição, aprovada ilegalmente na calada da noite, sem a presença da oposição. Como era de se esperar, os bolivianos se rebelaram ante semelhante golpe de Estado.
Uma vez desatada a crise, os aliados de Evo Morales – particularmente Hugo Chávez – se mobilizaram para defender seu camarada, argumentando falsamente que “a direita”, apoiada pelos Estados Unidos, estava desestabilizando a Bolívia. Por arte de magia, o vitimário Evo Morales se converteu em uma pobre vítima.
Os governos pertencentes à União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) se reuniram em Santiago do Chile, para defender a “institucionalidade democrática” na Bolívia, porém não disseram que quem a estava vulnerabilizando era o próprio Morales. Tampouco disseram que todos os presidentes que assistiram ao encontro – exceto Álvaro Uribe – formam parte do Foro de São Paulo, organização à qual também pertence Evo Morales, junto com as FARC e o ELN. Muito menos criticaram Chávez por intervir flagrantemente nos assuntos internos da Bolívia, ameaçando enviar tropas a esse país e fazendo um chamando para intimidar os chefes militares bolivianos.
O próximo passo dos governos da UNASUL – quer dizer, do Foro de São Paulo – será propiciar um falso diálogo entre as partes em conflito, o qual na realidade servirá para que Evo Morales persiga ferozmente a oposição boliviana, argumentando que tentaram dar um “golpe”. Isto dará a Evo Morales uma nova oportunidade de impor sua cartilha totalitária, escrita em Cuba e financiada pela Venezuela. Como se fosse pouco, a UNASUL decidiu designar uma comissão que investigará os eventos na região de Pando, a qual equivale a pôr um rato para tomar conta do queijo.
Para os venezuelanos este é um filme repetido. Em 11 de abril de 2002, Hugo Chávez cometeu um terrível massacre, ao ordenar a seus seguidores que disparassem à vontade contra uma manifestação pacífica. Posteriormente, Chávez e seus aliados internacionais converteram o massacre em “golpe”, e começou uma perseguição feroz contra a oposição, que ainda não teve fim.
Resulta revelador que os integrantes da UNASUL ponham mais interesse na propaganda auspiciada por Chávez, do que nos vínculos de seus principais funcionários policiais com o narco-terrorismo, ou à forma descarada como financia com maletas a seus aliados. Isto prova que, como dizem na Venezuela, são jacarés do mesmo poço.
1. Campanha que os navios mercantes faziam pelo mar, com patente de seu governo, para perseguir os piratas ou as embarcações inimigas.
Traduções, comentários e nota: G. Salgueiro
posted by G.Salgueiro at 9:28 PM
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