terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Comissão Europeia avalia que Shell-Cosan não impede concorrência e aprova joint venture

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Alerta Total


Por Jorge Serrão


O velho “álcool” não é mais nosso, de fato, há muito tempo. Mas, agora, o Brasil perdeu qualquer soberania no futuro mercado de biocombustíveis. A Oligarquia Financeira Transnacional, que comanda os negócios de energia, deu um passo fundamental para assegurar a completa hegemonia sobre o etanol brasileiro, tornando-o um produto transnacional. A Comissão Europeia aprovou hoje a criação da joint venture de US 12 bilhões entre a anglo-holandesa Shell International Petroleum Company Limited (Shell) e a “brasileira” Cosan S.A.

Na verdade, a Shell conseguiu garantir para si a hegemonia global da produção, distribuição e venda de açúcar, etanol e produtos relacionados. Os anglo-holandeses conseguiram, como de costume, a façanha de fazer com que os tecnocratas da União Européia tirassem a conclusão de que a união Shell-Cosan “não impede significativamente a concorrência efetiva na Área Econômica Europeia ou em parte substancial dela". O brasileiro Rubens Ometto Silveira Mello, presidente do Conselho de Administração da Cosan, será o presidente do Conselho de Administração da joint venture.

O negócio é um dos mais promissores do mundo. A Shell trabalha com a perspectiva estratégica de que, ao longo dos próximos 20 anos, os biocombustíveis sustentáveis serão uma das soluções comerciais mais realistas para reduzir as emissões de CO2 do setor de transportes. O grande objetivo da Shell é lançar, no futuro, biocombustíveis de segunda geração. A Shell também vai lucrar alto com a geração de eletricidade a partir de bagaço de cana em todas as usinas da Cosan. A nova empresa também vai explorar oportunidades de produção e venda de etanol e açúcar globalmente.

Para isso, a Shell já tem 50% de participação na Iogen Energy e 14,7% do capital da Codexis. A Iogen Energy é uma empresa de desenvolvimento de tecnologia dedicada ao aperfeiçoamento do etanol celulósico, produzindo-o em larga escala, a partir de palha de trigo em sua planta de demonstração, localizada em Ottawa, Canadá, desde 2004. Já a Codexis é líder no fornecimento de biocatalizadores otimizados, que tornam os processos industriais existentes mais rápidos, limpos e eficientes do que os métodos atuais, além de ter potencial para tornar viáveis novos processos industriais em escala comercial.

A Shell trabalhou taticamente e conseguiu o controle da produção, venda e comercialização de açúcar e etanol no Brasil e no mundo, junto com o desenvolvimento e licenciamento de determinadas tecnologias do etanol, o fornecimento, distribuição e venda de produtos combustíveis para transporte no Brasil e a produção e venda de energia de cogeração em instalações de etanol e açúcar no Brasil.

Piada

Em fevereiro, Shell e Cosan assinam um memorando de entendimento não-vinculante (MOU) para a operação de joint venture - que é literalmente para inglês ver, e brasileiro otário admirar.

No papel, Shell e Cosan permanecem “competidoras”.

Na prática, quem vai mandar em tudo é a Shell, conforme manda o figurino do poder global...

De fora

Os anglo-holandeses sempre jogam para ganhar.

Shell e Cosan não incluirão na joint venture suas atividades relacionadas a Lubrificantes.

A área é uma das mais lucrativas e estratégicas do conglomerado Shell, que não aceita fazer parcerias no quesito...

Alerta Total de Jorge Serrão

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