sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Cebrapaz promove debate sobre a reativação da Quarta Frota

por Carlos I.S. Azambuja em 11 de setembro de 2008

Resumo: No último dia 14 de agosto, o Núcleo Cebrapaz Rio de Janeiro voltou a abordar o tema IV Frota.

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Membros do PCdoB e representantes de Cuba promoveram manifestação em Brasília, em julho de 2008, contra a IV Frota da Marinha dos EUA. E, como de costume, nada foi comentado pela grande mídia brasileira.

No último dia 14 de agosto, o Núcleo Cebrapaz Rio de Janeiro voltou a abordar o tema IV Frota. Promoveu um debate no auditório da Assembléia Legislativa do Estado (ALERJ) sobre a reativação da Quarta Frota Estadunidense. E, como sempre, nada foi divulgado pela mídia.

O debate contou com a participação da presidenta do Conselho Mundial da Paz (CMP) e do Cebrapaz, Socorro Gomes (militante do PC do B), e do Professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense, Bernardo Kocher.

O foco das discussões durante o evento foi a grande preocupação com o patrulhamento ostensivo feito pelos EUA na América Latina e Caribe, consolidado pela reativação da Quarta Frota Estadunidense.

“A Quarta Frota faz parte da política agressiva dos EUA”, disse a presidenta do CMP. “Precisamos nos manifestar contra ela e denunciar a ameaça que ela representa para que os países a rechacem, não a aceitem”, acrescenta.

No auditório da ALERJ, quarenta pessoas assistiram a duas grandes conferências, durante as quais o Profº. Bernardo e Socorro Gomes contextualizaram o surgimento da Quarta Frota no período da Guerra Fria.

Os dois conferencistas destacaram a ascensão de governos de esquerda em vários países da América Latina, bem como a união da América do Sul, com ações concretas como o Parlasul, Unasul e o próprio Mercosul.

“O objetivo da Quarta Frota é intimidar, ameaçar países e nações de toda a América Latina e do Caribe a fim de estabelecer o controle sobre a região e sobre os governos que não aceitam as imposições do governo dos EUA, países que buscam sua independência, a integração regional e discutem a criação de um plano estratégico para a defesa das nações do Sul”, disse a presidenta do CMP.

Bernardo Kocher foi enfático ao dizer que a América Latina poderá se rebelar contra os EUA. O professor também ressaltou a influência crescente da Rússia na geopolítica da Europa Oriental e o enfraquecimento da ação dos EUA na região do Cáucaso.

A nova descoberta de campos petrolíferos em nossas águas também foi um elemento destacado por Socorro Gomes, assim como nossas riquezas de biodiversidade, concentradas, em sua maioria, na região norte.

“Trata-se de uma política de roubo, de saque dos recursos naturais, já que as regiões escolhidas são ricas em recursos naturais”, disse a presidenta.

Socorro Gomes disse ainda que a intenção humanitária expressada pelos EUA ao corpo diplomático brasileiro, a fim de justificar a intervenção militar, foi apenas uma desculpa para acobertar as ações do poderio bélico da frota.

“Rios não são águas internacionais, a idéia de explorar rios está intimamente ligada à questão das bases militares pelo mundo”, alerta Socorro Gomes.

Ao final do debate, a presidenta convocou os movimentos sociais para discutirem ações contra o perigo real representado pela nova investida imperialista. “O Cebrapaz como o CMP convocam todos os movimentos pela paz no mundo a fazerem campanha contra o imperialismo e contra a Quarta Frota”, disse.

Socorro também convidou todos os presentes a participarem do Fórum Social Mundial 2009, que será realizado na cidade de Belém do Pará e terá, entre seus temas de debate, a reativação da Quarta Frota.




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