Mídia Sem Máscara
29 outubro 2008
Editorias - Economia, Estados Unidos, Política
Os apoiadores de Barack Obama freqüentemente tentam colocar de lado questões sobre seu caráter e discernimento dizendo que devemos nos ater a questões arbitrariamente definidas como “substantivas”. Mas os registros do senador Obama sobre questões específicas são tão ruins quanto o fato de ele repetidamente se aliar com pessoas que não fazem nenhum esforço para esconder seu ódio aos EUA.
Dentre as chamadas “questões substantivas” estão os “earmarks” [*] para os projetos preferidos do senador, verdadeiras “pontes para lugar nenhum”. Este tipo de coisa é uma das partes mais indefensáveis da cultura política de Washington, que Obama tem alegado ser contra, tão freqüentemente, como parte de sua promessa de “mudança” e de “limpar a bagunça de Washington”.
Ainda assim, o senador Obama não somente votou a favor da ponte para lugar nenhum, ele votou contra “earmarks” propostos pelo senador John McCain.
Obama teve mais de duas dúzias de seus “earmarks” aprovados no ano fiscal passado, e ele conhece o Senado o suficiente para saber que, se ele votou contra a ponte para lugar nenhum, seus próprios earmarks podem dar em nada.
Esses “earmarks”, a propósito, incluem milhões de dólares do dinheiro do contribuinte para a área em que sua esposa trabalha, na Universidade de Chicago. O salário dela se elevou para quase US$200.000,00 quando seu marido se tornou senador dos Estados Unidos – sem dúvida, um astuto investimento feito pela universidade, que deu certo.
Quando a queda, muito noticiada, de uma ponte em Minnesota em 2007 levou o senador Tom Coburn a propor usar a verba federal destinada a ciclovias na manutenção e reparo de pontes, o senador Obama votou contra. Seus eleitores queriam ciclovias.
Além do mais, a própria idéia de tirar dinheiro de uma coisa e usá-lo em algo mais prioritário – algo que afeta a todos nós em nossas vidas pessoais – é estranha aos grandes gastadores esquerdistas de Washington.
Quando eles querem mais dinheiro para algum propósito, eles simplesmente aumentam os impostos. Eles não cortam despesas em algum outro lugar.
A idéia de que Barack Obama é, de alguma forma, diferente de outros políticos esquerdistas, só pode estar baseada em sua retórica, porque sua história real mostra-o diferente só no sentido de ele estar ainda mais à esquerda no espectro político que a maioria dos esquerdistas, sendo ele tão oportunista quanto estes.
Sua conversa é, entretanto, uma outra história. O discurso que Obama fez na Convenção Democrata em 2004 – o discurso que o colocou no mapa político nacional – foi descrito, com muita perspicácia, como um discurso que cairia tão bem lá, quanto numa convenção nacional republicana.
No mundo da retórica – o mundo em que Obama tem a supremacia – ele é um homem moderado, razoável, que procura unir pessoas e partidos, dedicado a reformas, que se opõe a “interesses especiais” e um bálsamo para as divisões raciais.
É somente no mundo real da ação que Barack Obama é o oposto completo. Ele tem pressionado a favor de subsídios federais para o etanol, por exemplo, como alguns senadores do meio-oeste o fazem, pois muito milho tem sido plantado naquela região para ser transformado em etanol.
Ele apóia totalmente os sindicatos de professores em sua luta para preservar o controle sobre as escolas públicas e isentar seus membros de serem julgados por seu desempenho, em vez de por sua especialidade, o que significa que ele está jogando os estudantes – e especialmente os estudantes de comunidades minoritárias – aos lobos.
O senador Obama nunca chamaria o voto por subsídios ao etanol de “interesse especial”, nem tampouco seu apoio aos sindicatos de professores, mesmo sendo os sindicatos de professores o maior obstáculo a mudanças no status quo das escolas públicas, motivo de fracasso das crianças americanas em geral e das crianças de minorias em particular.
A história de Barack Obama nas chamadas “questões substantivas” não é melhor que sua história em questões de caráter e discernimento. A história de que a mídia comunica os fatos ao público é um disfarce para suas alegações sobre “o direito do público de saber”.
Se John McCain tivesse cometido metade das gafes de Barack Obama – “todos os 57 estados”, por exemplo – eles estariam pintando-o como um velho gagá. Enquanto isso, o prospecto de um Irã armado com ogivas nucleares, suprindo de armas nucleares seus terroristas comandados não interessa a mídia tanto quanto os gritos de “gotcha” [te peguei] contra Sarah Palin.
[*] Earmarks são provisões de fundos pré-aprovados a serem gastos em projetos específicos. (N. do T.)
Publicado por Townhall.com
Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo
Leia também O Obama real: Parte III
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