quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Obama e “a esquerda”

Mídia Sem Máscara

30 outubro 2008
Editorias - Cultura, Economia, Estados Unidos, Política

Apesar de o senador Barack Obama ter se aliado com uma sucessão de indivíduos da extrema esquerda ao longo dos anos, esta é somente metade da história. Há, afinal, algumas pessoas honestas e decentes na esquerda. Mas estes não têm sido com quem Obama tem se aliado – aliado, não meramente “associado”.

ACORN não é somente uma organização de esquerda. Além da fraude eleitoral em que a ACORN tem se envolvido ao longo dos anos, ela é uma organização com uma história de selvageria, incluindo-se aí a perseguição de banqueiros e suas famílias, indo a suas casas, a fim de forçar os bancos a emprestarem dinheiro para pessoas de alto risco financeiro.

Tampouco a relação de Barack Obama com a ACORN é apenas uma questão de ter sido advogado dela tempos atrás. Mais recentemente, ele direcionou centenas de milhares de dólares para a organização. E dinheiro fala – e o que ele diz é mais importante do que a retórica de um político em ano eleitoral.

Jeremiah Wright e Michael Pfleger não são apenas pessoas de opiniões esquerdistas. Eles são demagogos temerários que pregam ódio do mais baixo calão – e ambos receberam dinheiro de Obama.

Bill Ayers não é somente um “professor de educação” que tem algumas idéias de esquerda. Ele é um terrorista confesso e impenitente, que mais recentemente tem propagandeado sua mensagem de ressentimento nas escolas – um empreendimento que usa o dinheiro de uma fundação que Obama preside.

Essa ajuda não tem sido apenas unidirecional. Durante o último debate entre John McCain e Barack Obama, o senador McCain mencionou que a campanha política do senador Obama começou na casa de Bill Ayers. Obama imediatamente negou e McCain não respondeu.

Não foi a campanha deste ano que começou na casa de Bill Ayers, mas uma campanha anterior para a legislatura estadual em Illinois. Barack Obama iguala-se a Bill Clinton na malícia de escolher palavras para fugir de acusações.

Essa é uma forma de chegar à Casa Branca. Mas malícia discursiva não vai ajudar o presidente a gerenciar as crises econômicas domésticas ou os crescentes perigos de um Irã nuclearizado.

As pessoas que pensam que conversa mole sobre isso ou aquilo constituem “questões substantivas” sobre que o devemos falar, em vez de prestarem atenção no histórico de Obama, ignoram um fato fundamental sobre um governo representativo.

Governo representativo existe, em primeiro lugar, porque nós eleitores não podemos ter todas as informações necessárias para tomarmos decisões racionais sobre todas as coisas que um governo faz. Não podemos governar por meio de pesquisa de opinião e referendos. Devemos confiar em alguém para nos representar, especialmente como presidente dos Estados Unidos.

Uma vez que reconheçamos este fato básico com o governo representativo, então a questão de quão confiável é um candidato se torna a mais urgente das questões, dentre as chamadas “questões substantivas”.

Um candidato que gasta duas décadas promovendo a polarização e então quer vender a imagem de um candidato que vai curar e unir, em vez de dividir, trai toda a confiança exatamente por isso.

Se Ronald Reagan tivesse tentado concorrer à presidência dos Estados Unidos como um esquerdista, a mídia teria caído de pau nele. Seu apoio a Barry Goldwater teria ocasionado manchetes e editorias denunciadores em todo o país.

Ele não teria, de forma alguma, conseguido se desvencilhar da situação usando palavras suaves para sugerir que ele e Barry Goldwater seriam como “navios que se cruzaram numa noite”.

Se Barack Obama se apresentasse como o homem que ele sempre foi, em vez de como alguém que ele nunca foi, então nós simplesmente votaríamos baseados em nossa concordância ou discordância com o que ele sempre defendeu.

Algumas pessoas se confortam com o fato de que o senador Obama tem verbalmente mudado suas posições sobre algumas questões, como a exploração de petróleo e o controle de armas. Isso supostamente mostra que ele é “pragmático” em vez de ideológico.

Mas zig-zags políticos não mostram tal moderação como alguns supõem. Lênin zig-zagueou, e assim o fez Hitler. Zig-zags podem mostrar apenas que alguém está considerando a platéia como um bando de idiotas.

Os que veêm fraude no que Obama está dizendo ficam impressionados que outros não vejam. Mas Obama sabe o que os trapaceiros também sabem de longa data: que o trabalho deles não é convencer os céticos, mas possibilitar que os ingênuos continuem acreditando no que eles querem acreditar. E ele faz isso muito bem.

Publicado por Townhall.com

Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo

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