terça-feira, 28 de outubro de 2008

Obama e a re-estruturação (Perestroika) do mundo Ocidental

Mídia Sem Máscara

28 outubro 2008
Editorias - Cultura, Estados Unidos, Israel, Oriente Médio, Política

‘A mudança que Obama promete não está limitada ao que fazemos na América. É uma mudança na maneira com que a América olha o mundo e seu lugar nele’ (…). A América precisa curar as feridas que causou em outras nações, rever suas alianças e pedir desculpas pela “arrogância da Administração Bush”‘.

JESSE JACKSON.

As palavras do Pastor e ex-candidato a Presidente pela esquerda radical do Partido Democrata, citada no artigo anterior mostram claramente a vitória da Perestroika: a re-estruturação da política americana, seja externa ou interna e principalmente, da ideologia hegemônica. O mea culpa tão almejado pelas esquerdas mundiais. O objetivo do processo iniciado pelo Politbüro da URSS em 1958 era exatamente este. O cerne desta estratégia era fazer mudanças cosméticas no mundo comunista para provocar mudanças reais no Ocidente, principalmente nos EUA já que sem este País, nada feito. Por ser a mais poderosa potência econômica e militar da História e baseada nos tradicionais valores judaico-cristãos é, junto com seu mais fiel aliado, o Estado de Israel, a última fortaleza que resiste às invasões bárbaras: o comunismo e o Islã. Antes que me acusem de ‘islamofobia’, esclareço que uso bárbaras no sentido histórico da invasão da Grécia pelos persas, do Império Romano por hordas de Francos, Godos, Vândalos, Germanos e outros e as tentativas medievais de dominação islâmica da Europa.

A Europa já está completamente dominada pela ideologia hegemônica do multicuturalismo, talvez com as raras exceções da República Tcheca (graças a Vaclav Klaus), da Geórgia e da Moldova. Não existem mais dirigentes como Charles Martel e o Príncipe Vlad, hoje substituídos por líderes poltrões e fracotes – e cheios de fricotes - , completamente paralisados pelas suas próprias incapacidades incrementadas pela sujeição à perda da soberania. A França, que conseguiu a façanha de perder três guerras em sete décadas, ser salva em duas pelas tropas americanas, e a última batalha que venceu foi sob o comando de um corso descendente de italianos, mais do que nunca se entrega às bravatas, agora de um ridículo Sarkosy que quer ‘re-fundar’ o capitalismo como se tivesse capacidade de mudar alguma coisa além de mudar de mulher.

O único País onde se pode fazer isto é os Estados Unidos da América cujo PIB equivale a um pouco menos do que a soma dos da China, Japão, Alemanha, Inglaterra e França. Note-se que esta potência não é feita exclusivamente de dinheiro, mas principalmente de confiança: passando por uma crise econômica brutal causada por políticas populistas e demagógicas social-democratas, qual é a moeda que mais se valorizou nas ultimas semanas? O Euro? O Iene? O Iuan? Não, o dólar americano! Não porque ele esteja lastreado em ouro ou outros metais raros, mas sim em confiança. Os investidores correm para o dólar porque confiam em dois séculos de seriedade e honestidade, apesar dos flertes social-democratas de Roosevelt. E isto tende a se derreter com Mr. Hussein Obama na Casa Branca. George W. Bush errou muito na política interna, mas na externa deu show. Seus críticos, que hoje correm para se refugiar no dólar, vão amargar as mudanças que vêm pela frente se McCain/Palin não ganharem.

O chamado mundo multipolar, cantado em prosa e verso pelos que apóiam a ONU, uma amontoado de ditaduras e teocracias totalitárias, não será um mundo melhor, mas o mesmo mundo, só que mais pobre e burro já que 90% da riqueza intelectual e científica do planeta é gerada nos EUA e Israel, em grande parte devido ao acúmulo de capital e à tendência tipicamente americana de grandes doações para Universidades e centros de excelência científica e de produção cultural – entendendo-se por cultura o sentido clássico de produção de conhecimentos, e não o conceito multicultural que arrasa com toda a cultura propriamente culta ao equacionar batuques de tambor africanos com sinfonias de Bach ou Mozart. O ‘mundo melhor possível’ será um mundo achatado culturalmente (flat). Quem deseja este mundo são exatamente os invejosos incapazes de produzir qualquer coisa que preste, só copiar e imitar. E a quem vão copiar se tudo será a mesma coisa?

POLÍTICA PARA O ORIENTE MÉDIO

A mais importante mudança da política externa americana ocorrerá no Oriente Médio e ‘acabará com “décadas em que se colocou os interesses de Israel em primeiro lugar”‘. Jackson acredita que ‘embora os Sionistas que controlam a política americana para a região continuem fortes, eles perderão muito do (nosso) respaldo quando Barack Obama assumir a Casa Branca’. Acrescenta que ‘Bush tem tanto medo de uma confusão caótica (snafu [*]) e de perturbar Israel que acabou causando outra enorme confusão (…). Barack mudará isto porque até que os Palestinos se sintam tratados com justiça o Oriente Médio permanecerá uma fonte de perigo para todos nós’.

No que toca ao Iraque Jackson denuncia veementemente a derrubada de Saddam Hussein como ‘um ato ilegal e injusto’ (…) e acredita ‘que deveríamos trabalhar com nossos aliados no sentido de consolidar as instituições democráticas (…). Precisamos ajudar os iraquianos a decidir seu futuro de acordo com sua cultura e sua fé’. Quanto ao Irã apóia a idéia de Obama de abrir um diálogo direto com a liderança de Teerã. ‘Temos que dizer o que queremos e ouvir o que eles querem’ (…) Nada se ganha por não falar com os outros’ (…). Barack quer uma diplomacia agressiva e dinâmica’. ‘Barack está decidido a reparar nossas relações com o mundo islâmico (..). Graças a seu background e aproximação ecumênica, ele sabe como os muçulmanos se sentem ao mesmo tempo em que continua aferrado à sua fé’. O porta-voz do Parlamento – ou o que eles chamam por este nome lá – Ali Larijani disse ontem ementrevista coletiva no Bahrein, que o Irã prefere Obama por ser mais racional.

Como diria Mané Garrincha: ‘já combinaram com os russo?’ Toda esta bravata não leva em consideração o fato do Irã ter suas próprias exigências. Como já divulguei no meu site o artigo do Wall Street Journal Iran’s Preconditions: So much for Obama’s diplomacy o Irã não aceitará conversar sem que os EUA preencham duas exigências: a retirada das tropas americanas do Oriente Médio e o fim do apoio a Israel. Um outro fato é que o Irã já estuda alternativas de ataques preventivos contra Israel para prevenir um suposto ataque israelense contra suas instalações nucleares. O Dr. Seyed G. Safavi, Diretor do Instituto de Pesquisa de Estudos Estratégicos iraniano, disse que a possibilidade de ataques preventivos ainda não está nos planos imediatos, mas nada impede que sejam postos em prática a qualquer momento. E este momento será quando os EUA retirarem o guarda-chuva protetor de Israel.

Segundo o WorldNetDaily o comprometimento de Obama com os muçulmanos é muito mais profundo: em 2006-2007 ele ajudou a recolher quase um milhão de dólares – incluindo 72 doações individuais e de várias organizações - num fundo para financiar o gângster queniano Raila Odinga que prometeu que, se eleito Presidente, mudaria a Constituição do Quenia e instituiria a sha’ria, de acordo com reportagem de Jerome R. Corsi. Outro grande contribuinte foi Saif el-Islam Gadhafi, filho do ditador líbio, que teria doado em torno de $765,000. A lista de doadores conseguida por Corsi está em http://wnd.com/index.php?fa=PAGE.view&pageId=78059, em shillings kenianos (US $ 1.00=70 shillings). O Quenia, principalmente na fronteira com a Tanzania ao sul, tem uma população muçulmana muito grande - em torno de 35%, segundo o Supreme Council of Kenya Muslims (SUPKEM). A cidade onde teria realmente nascido Mr. Hussein, Mombasa, é o local onde foram atacados a Embaixada americana em 1998 e alvos israelenses (um avião e o Paradise Hotel) em novembro de 2002.

Admed Yousef, dirigente de alta patente do movimento terrorista Hamas engrossou o coro de glorificação, agora ao Candidato a Vice, Joe Biden, numa entrevista ao WND dizendo que Biden é visto como capaz de comandar a ‘política correta’ para o Oriente Médio e mostrou esperança na ‘visão para mudança’ de Obama. Acrescentou que o Hamas mandará uma carta de congratulações a Obama ‘no momento em que ele ganhar a eleição’.

Eles sabem muito bem a quem apoiar. Biden é um velho inimigo de Israel. Já durante a guerra do Líbano, numa reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado Americano Biden atacou as colônias israelenses na Judéia e na Samária e ameaçou em altos brados e batendo com os punhos na mesa, cortar toda a ajuda a Israel se estas atividades não cessassem imediatamente! O então Primeiro Ministro israelense, Menachem Begin reagiu à altura: ‘tenho orgulho de ser judeu, tenho três (?) mil anos de cultura por trás e não tenho medo de ameaças; mesas são para escrever, não para socar’, (…) só porque os EUA nos emprestam dinheiro não podem impor a nós o que devemos fazer!’ Biden continua sistematicamente votando contra Israel.

A completa destruição da ‘entidade sionista’, como se diz por lá, é um dos principais objetivos – na verdade, um ‘dever sagrado’ - da maluquice ayatolada do Irã.

Dr. Safavi deixou claro que a política iraniana em relação aos EUA será influenciada pelo resultado da eleição presidencial americana. Uma vitória de Hussein Obama ‘abriria o caminho para o diálogo e a vitória de McCain faria crescer a influência da direita (sic) que se opõe ao diálogo’ numa nítida chantagem e propaganda eleitoral estrangeira que assim deveria ser denunciada por McCain.

Teerã ‘exige uma atitude firme dos EUA antes de parar seus planos de enriquecimento de urânio’.

Nos tempos de Theodore Roosevelt ou de Reagan isto seria risível. Hoje não: é perigo à vista para Israel.

[*] Snafu: SNAFU (Situation Normal All Fucked Up): situação comum de completo caos (abreviação geralmente usada na Internet).

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